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 Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus

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Kei
TheJiBaN
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darkblade2814

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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime4/12/2011, 9:56 pm

se ele for parente do janden então ele também tem a escuridão gentil com ele então ele pode sacar uma carta especial como a super polimerização, ou a miracule fusion, e o jaden podia aparecer usando um deck basiado na yubel, o q vc acha?
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TheJiBaN

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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime4/12/2011, 10:26 pm

Não estou tendo muito tempo para ler, por isso só cheguei até a metade, mas já posso dizer que a história está bastante envolvente. Parabéns Guardian Angel, você tem uma narrativa interessante e bastante detalhista.
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rafaed




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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime5/12/2011, 10:12 am

os duelos estão muito parecidos com os que apareciam no desenho, é impossível não lembrar das vozes dos personagens quando se lê a história. parabéns pela fanfic Very Happy
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cyberplayer

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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime5/12/2011, 1:46 pm

Parabens,ta demais.E desculpe n comentar nada no ultimo,eu estava sem net e li tudo junto hoje.
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Guardian Angel

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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime5/12/2011, 6:51 pm

Obrigado pelos elogios, pessoal.

darkblade2814 escreveu:
se ele for parente do janden então ele também tem a escuridão gentil com ele então ele pode sacar uma carta especial como a super polimerização, ou a miracule fusion, e o jaden podia aparecer usando um deck basiado na yubel, o q vc acha?

Não é um mau conceito, mas eu já delineei esta personagem e a sua personalidade. Ele é um duelista como outro qualquer, embora mais talentoso que a maioria, e nada tem a ver com a Yubel. Aliás, como referi mais atrás, a Yubel não vai ter lugar nesta aventura.
Bem, mais um capítulo, a conclusão do duelo de duplas iniciado no capítulo anterior. Espero que gostem.


Capítulo XIII – Entre Répteis e Dinossauros! O Grande Tyranno e o Mortífero Lizard Lord

No Egipto…
Amontut inspirou fundo, enquanto escutava os ruídos impacientes que se faziam notar do outro lado da grande porta ornamentada. Por vezes, um súbito estrondo fazia-a estremecer, como se um gigantesco punho se abatesse contra ela, numa desesperada tentativa de a abrir. Um urro furioso emergia das entranhas da pirâmide, chegando mesmo a intimidar o Sumo-Sacerdote. O grande Seth estava cada vez mais impaciente, agora que almas de duelistas começavam a chegar aos poucos. Três delas pertenciam aos três Mestres da Escuridão que falharam nas suas missões e tiveram o castigo merecido. Blacklown quase conseguira derrotar Bakura naquele insidioso Jogo das Trevas, mas de alguma forma o poderoso espírito do Rei dos Ladrões jogou a cartada final que lhe garantiu a vitória.
As outras almas pertenciam a duelistas que tiveram a ousadia (ou seria estupidez?) de enfrentar Seto Kaiba. Aquela nova carta, a sua última aquisição, fora a melhor que alguma vez lhe chegara às mãos. Apesar de se encontrar numa Zona diferente de todos os outros, Kaiba não parecia importar-se com o facto de ainda não se ter encontrado com Yugi Mutou. Kaiba fora o primeiro a conseguir lugar nas finais, mas a sua sede de mais duelos era quase incontrolável. Incontrolável começava a ser também o apetite de Seth. Quantas mais almas chegavam, mais voraz o deus ficava.
O Mestre da Escuridão que assaltara o quarto de hotel de Yugi e dos amigos também executou um excelente trabalho, embora quase tivesse sido apanhado por Ishizu. Aquela maldita rapariga quase lhe estragara os planos mas, felizmente, o seu subalterno fora rápido o suficiente para se apoderar das relíquias milenares. Apesar de não garantirem a libertação de Seth, cada um dos sete itens representaria um papel importante. O Rod dar-lhe-ia poder para controlar as mentes dos melhores duelistas e torná-los na sua guarda pessoal. O Necklace emiti-lo-ia poder para prever o futuro e mudá-lo a seu favor. O Ring… por enquanto, deixá-lo-ia na posse de Bakura, mas precisava dele para encontrar as restantes relíquias. Inclusive o Eye, que era considerado como a maior fraqueza de Seth. O Puzzle seria uma das chaves que abriria a porta ornamentada, mas somente o espírito do Faraó em todo o seu controlo poderia usar os poderes da relíquia para o fazer. Por isso era necessário livrar-se da alma daquele pequeno Yugi. Quanto ao Millenium Ankh e o Scale, o seu paradeiro permanecia desconhecido.
O seu espião infiltrado na Technological Industries Woodman estava a desempenhar bem o seu papel. Apesar de ainda não ter entrado no campeonato, a sua posição nas finais estava perfeitamente garantida. As suas espantosas habilidades como duelista ultrapassavam até as dos Mestres da Escuridão. Somente uns poucos o conseguiriam vencer. Aaron também se estava a portar bem. A sua permaneceria no torneio libertava-o de quaisquer suspeitas. O Faraó podia suspeitar que ele participaria, mas havia mais uns quantos duelistas chamados Aaron, e não se saberia quem era quem. Ao longo do desenrolar do evento, Aaron ganhava e perdia duelos de propósito para o arrastar ainda mais pelo campeonato e fazer crer que seria um duelista intermédio, quase medíocre. Quando a altura chegasse, ele revelar-se-ia.
Novo estrondo na porta. Amontut estava tão imerso nos seus pensamentos que se assustou e olhou para a grande porta ornamentada com ar alarmante. Seth estava impaciente, era capaz de o sentir. O Sumo-Sacerdote passou levemente a mão por uma das serpentes que decorava o único meio que ligava este mundo do de Seth. Tentando transmitir calma à criatura, o homem foi respirando fundo, recitando ladainhas numa linguagem hierática, enquanto pensava no duelo que estava naquele momento a decorrer em Fisher Town. Rex Raptor e Lizaron Reptile eram dois duelistas fenomenais, que duelavam em conjunto, criando uma harmonia quase perfeita entre répteis e dinossauros. Era de admirar que não andassem sempre juntos antes de se juntarem ao Culto da Morte. Na verdade, fora Lizaron quem tivera a ideia de convocar o seu irmão para se juntar aos Mestres da Escuridão. Uma boa adição ao seu exército pessoal. Rex fora um campeão do passado, chegando a entrar nos torneios de Duelist Kingdom e Battle City. E as suas glórias anteriores permitiram-lhe um convite para o Torneio de Horus. Menos-mal. Era menos um convite para falsificar. Graças às suas habilidades como duelista de dinossauros e à ajuda do seu irmão, o Homem-Lagarto, ambos conseguiriam derrotar o Faraó e libertá-lo da alma incomodativa do pequeno Yugi.

***

- Vamos, Yugi – disse Rex, sorrindo diabolicamente. – É a tua vez.
O Faraó continuava petrificado com tão espectacular jogada de Lizaron. Não estava à espera que o duelo virasse tão bruscamente. Num momento, conseguira diminuir drasticamente os pontos de vida dos seus oponentes. Mas uma súbita mudança, fez com que ele e Jason quase estivessem por baixo agora. O seu monstro favorito, o Dark Magician, acabara de ser destruído pela mais nova criatura de Lizaron. Somente o Buster Blader restava no seu lado do campo, juntamente com uma carta virada para baixo. Não havia muito que pudesse fazer.
- Vou colocar o meu Buster Blader em modo de defesa e terminar a minha jogada.
- Só vais fazer isso? – zombou Rex, sacando. – Não tens muito por onde escolher, agora que estás prestes a perder a tua alma. Deves ter percebido que contra mim e o meu irmão não há escapatória possível.
» Vou apenas colocar uma carta virada para baixo e terminar.»

Rex e Lizaron – 3050
Faraó e Jason – 3600


- Minha vez, então. – Jason sacou. – Vamos lá ver… Vou começar por invocar o meu Elemental Hero Bubbleman (800/1200) em modo de ataque, uma vez que o trouxe de volta para a minha mão com o efeito do Wroughtweiler. Depois activo a carta mágica Weapon Subtitution. Se descartar uma carta mágica de equipamento da minha mão, posso recuperar uma outra do meu cemitério. É por isso que vou descartar o Spark Blaster para recuperar o Bubble Blaster.
- No que estará ele a pensar? – perguntou Yugi, sem compreender a jogada de Jason. O Faraó, no entanto, não pareceu ouvir a pergunta.
- Agora vou activar a carta mágica Metamorphosis – continuou Jason. – Com isto posso sacrificar o meu Bubbleman e invocar o meu Elemental Hero Neo Bubbleman (800/1200) em modo de ataque.
No lugar do anterior monstro, surgiu um novo Bubbleman, ligeiramente diferente, com algumas barbatanas.
- Não vejo diferença nenhuma – disse Rex, no entanto desconfiado.
- Isso é porque ainda o vou equipar com o Bubble Blaster, para lhe dar mais 800 pontos de ataque (1600). Agora, meu Neo Bubbleman, ataca o Dark Triceratops.
A criatura apontou o disparador de bolhas ao dinossauro de Rex e disparou. Um poderoso jacto de água e bolhas embateu no Dark Triceratops, mas nada aconteceu.
- Como eu pensava – gargalhou Rex. – Já nem sabes o que fazes.
Mas Jason sorria.
- Achas que não? Como já deves saber, quando um monstro com o Bubble Blaster ataca uma criatura mais forte, somente o Blaster é destruído e o prejuízo é reduzido a zero. Contudo, quando o Neo Bubbleman ataca um monstro, independentemente de qual seja, esse monstro é destruído.
- O quê? – bradou Rex, olhando para o seu dinossauro, que desapareceu numa imensa explosão.
O Faraó até arregalou os olhos. Eram só surpresas atrás de surpresas no deck de Jason. Eram inúmeras as combinações possíveis com aquelas cartas. Era incrível o equilíbrio que Jason possuía nas suas cartas.
- Agora estás desprotegido e pronto para um ataque directo – anunciou Jason. – Flame Wingman, ataca-o!
A criatura planou nos céus até começar a descer como um meteoro em chamas na direcção de Rex.
- Disparar armadilha – gritou Rex. – Mirror Force. Agora todos os monstros do vosso lado do campo serão destruídos.
O Faraó arregalou ainda mais os olhos. Quando pensara que iam voltar a ganhar vantagem, eis que surgira aquela inesperada armadilha, da qual já parecia ter sido esquecida. Agora, tanto os monstros do seu parceiro como o seu seriam destruídos. Se assim fosse, no turno de Lizaron estaria aberto para um ataque directo que lhes dizimaria os restantes pontos de vida. A não ser que…
- Eu activo a minha armadilha: Trap Shield. Agora o efeito da tua armadilha não funcionará no meu lado do campo. Contudo, esta carta não previne que o meu parceiro perca os seus monstros. – Voltou-se para Jason. – Desculpa.
- Não faz mal, Yugi…
Tanto o Flame Wingman como o Neo Bubbleman foram destruídos.
- Coloco uma carta virada para baixo e finalizo.
- Agora eu – anunciou Lizaron. – Gogiga Gagagigo, ataca e destrói o Buster Blader.
Sem poder fazer nada contra, o Faraó assistiu à destruição do seu monstro. Felizmente, este encontrava-se em modo de defesa e em nada o ataque afectou os pontos de vida.
- Termino por ora.
- Minha vez – gritou o Faraó. O seu olhar concentrou-se no Obelisk. – Temos de arranjar uma forma de o invocar – disse ao seu alter-ego.
- Não podemos perder a calma – aconselhou Yugi. - Vamos ver todas as possibilidades que nos são apresentadas. De certeza que na nossa mão há alguma coisa que nos pode ajudar.
O Faraó segurava agora quatro cartas, e à excepção do Obelisk, nenhuma era de monstro. Uma das cartas que segurava o poderia ajudar, mas teria de se livrar da sua carta Egipcian God. No entanto, ainda tinha o Slifer no baralho, e jogar aquela carta podia adiantar-lho. Mas e se a nova mão fosse mais fraca do que a que tinha agora? Voltou a olhar para as cartas. Pior não podia ficar. O que teria a perder se jogasse aquela carta? Poderia perder muito se o efeito não fosse o esperado. Olhou para Jason, cuja mão esquerda segurava uma carta apenas. Seria um monstro? Provavelmente era uma armadilha ou uma magia. E se ele não a colocara em campo era porque não seria de grande uso. Talvez o estaria a ajudar, jogando aquela carta. Teria de arriscar.
- Eu vou jogar a carta mágica Card Destruction. Agora todos nós descartamos todas as nossas mãos para o cemitério e sacamos o mesmo número de cartas que tínhamos na altura da activação desta carta.
Ninguém falou durante o saque. O Faraó sacou três cartas, enquanto o seu parceiro sacou apenas uma. Também Lizaron sacou uma. Somente Rex sacou quatro.
“Podia ser pior” pensou o Faraó, olhando para a sua nova mão.
- Vou invocar em campo o meu Giant Soldier of Stone (1300/2000) em modo de defesa. De seguida, deixo uma carta virada para baixo e concluo.
- Agora eu – disse Rex. – Vou jogar uma carta mágica também: Soul Release. Agora posso ir ao meu cemitério e remover até cinco cartas do jogo. Vou por isso remover o meu Black Stego, o Dark Triceratops, o Two-Headed King Rex e o Hyper Hammerhead. Estes dois últimos mandados para o cemitério pelo efeito da tua carta, Yugi.
» De seguida vou invocar o meu Tyranno Infinity (?/0) em modo de ataque.»
Em campo surgiu um novo dinossauro, com uma estatura ligeiramente mais baixa que um T-Rex, embora parecendo-se muito com um.
- Mas ele não tem pontos de ataque – observou Jason, sem compreender. – Por que raio iria jogar ele uma criatura que não poderá atacar?
- Imbecil – troçou Rex, zombeteiramente. – O meu monstro tem uma habilidade especial. Ele recebe 1000 pontos de ataque para cada dragão que eu removi do jogo. E eu removi quatro.

Tyranno Infinity – 4000 ATK

- Foi um prazer duelar convosco – disse Rex, sorrindo. – Meu Tyranno, ataca o Jason e acaba com este duelo!
- Não tão rápido, Rex – gritou Jason. – Eu vou activar a carta armadilha A Hero Emerges. O seu efeito é simples: quando o meu oponente declara um ataque, esta carta permite-lhe escolher uma carta da minha mão. E se essa carta for um monstro, então eu posso invocá-lo especialmente.
- Mas tu só tens uma carta.
- É verdade: o meu Elemental Hero Sparkman (1600/1400) em modo de ataque.
Contudo, as mandíbulas afiadas da criatura de Rex não hesitaram em destruir o monstro de Jason, mal fora invocado em campo.

Faraó e Jason – 650

- Serviu para nos aguentarmos durante mais algum tempo – disse Jason.
- Mas não por muito – adiantou Rex. – Termino aqui.
- Finalmente. Eu vou activar Pot of Greed. Isso deixa-me puxar duas cartas novas.
O Faraó olhou para o seu parceiro e estranhou um sorriso no rosto deste. O que estaria a tramar?
- Obrigado, Yugi – disse Jason, olhando para o Faraó. Este não compreendeu.
- Obrigado porquê?
- Pela activação da Card Destruction. Isso ajudou-me imenso.
- Não compreendi.
- Já vais compreender – disse Jason, mirando os seus oponentes. – Eu vou invocar o meu Elemental Hero Bladedge (2600/1800) em modo de ataque.
Em campo surgiu uma criatura dourada, corpulenta e brilhante.
- Eh, espera um minuto – interrompeu Lizaron. – Essa criatura tem sete estrelas. Precisas de sacrificar dois monstros para a jogar.
- É verdade, mas graças ao Yugi não foi necessário. Quando ele activou a Card Destruction, ele fez-me o enorme favor de enviar um monstro da minha mão para o meu cemitério. Um monstro conhecido por Elemental Hero Necroshade. E quando ele está no cemitério, eu posso usar a habilidade especial dele, que me permite invocar normalmente um Elemental Hero sem fazer o tributo necessário.
- Mesmo assim, o teu novo herói não tem pontos de ataque que cheguem para derrotar o meu Tyranno – disse Rex.
- É verdade. Mas por agora vou só colocar uma carta virada para baixo e dar a vez ao Lizaron.
- Como queiras – rosnou Lizaron, sacando. – Eu vou apenas colocar uma carta virada para baixo e ordenar ao meu Gogiga Gagagigo para atacar o Giant Soldier of Stone!
Mais uma vez, uma outra criatura do Faraó foi destruída.
- Meu turno – bradou o Faraó. – Vou invocar o meu Big Shield Gardna (100/2600) em modo de defesa. Somente isso.
As coisas não lhe estavam a correr bem. Conseguira ajudar o seu parceiro, mas quem o ajudaria agora? A sua mão só continha uma mísera carta, não sabia como conseguiria invocar alguma coisa poderosa com isso. Só se poderia defender, por enquanto.
- Chegou a hora de vos derrotar – gritou Rex, após o saque. – Tyranno Infinity, ataca o Bladedge!
Mais uma vez, o dinossauro de Rex avançou para o campo de Jason.
- Activar armadilha: Edge Hammer. Agora, tudo o que tenho a fazer é sacrificar o meu Bladedge e o teu monstro é destruído. E vocês levam prejuízo igual aos pontos originais de ataque desse monstro.
A criatura de Jason chocou contra o Tyranno e ambos desapareceram numa explosão virtual.

Rex e Lizaron – 3050

- Eh, espera aí – reclamou Jason. – Os vossos pontos de vida… continuam iguais…
Tanto Rex e Lizaron riam às gargalhadas. Nem Jason nem o Faraó percebiam o que se passava. Teriam cometido alguma asneira?
- Imbecil – insultou Rex, por meio de risos. – Tu mesmo disseste que nós perderíamos pontos de vida iguais aos pontos originais de ataque da criatura destruída.
- Sim. E o Tyranno tinha 4000 – disse Jason. E Lizaron pigarreou:
- Teríamos perdido o duelo se eu não tivesse activado a minha carta virada para baixo: Soul Recover. Com esta carta pude trazer de volta todos os dinossauros do meu irmão que foram removidos do jogo e devolvê-los ao seu cemitério. Com isto, o poder de ataque do Tyranno caiu e a sua pontuação original passou a ser zero. Por isso não perdemos nada.
O Faraó tivera de concordar. Fora uma boa jogada. Não estava à espera que a carta virada para baixo de Lizaron fosse provocar aquele efeito.
- Vou encerrar o meu turno com duas cartas viradas para baixo.
- Minha vez, então – anunciou Jason.
- E eu activo a minha armadilha Fossil Dig Up – disse Rex. – Agora posso invocar especialmente um dinossauro do meu cemitério. E eu escolho o meu Dark Triceratops (2400/1500) em modo de ataque.
“Nada mal” pensou o Faraó, vendo a reinvocação do dinossauro de Rex. “Ele melhorou as suas habilidades, isso é certo.” Esperava não ter de elogiar o seu adversário muitas mais vezes.
Jason olhava a sua única carta com um olhar sonhador. O Faraó não percebia o que ia na mente do seu parceiro. Aquele saque seria bom ou mau?
- Eu vou colocar uma carta virada para baixo e termino.
“Era o melhor que ele podia fazer.”
- Meu turno. – Lizaron sacou. – Eu vou sacrificar o meu Gogiga Gagagigo e invocar Acid Lizard (1600/1200) em modo de ataque.
Em campo surgiu um lagarto gigantesco, que lançou um feroz olhar ao Faraó e Jason.
- Por que sacrificaria ele uma criatura poderosa para invocar um lagarto gigante com menos pontos de ataque? – indagou Yugi.
- Algo me diz que aquele lagarto esconde alguma habilidade especial.
- E com isto, activo a habilidade especial do meu Acid Lizard. Uma vez por turno eu posso escolher um dos teus monstros e reduzir os seus pontos de ataque em 500.
- Mas o Big Shield só tem 100 pontos de ataque – observou Jason, enquanto via o gigantesco lagarto esticar a cabeça para trás, antes de cuspir uma estranha substância esverdeada que atingiu o Big Shield e o destruiu.
- Claro que, quando os pontos de ataque do monstro que recebe esta habilidade chegarem a zero, a criatura é destruída – explicou o Homem-Lagarto. – A tua sorte é que, com isto, o meu Lizard não poderá atacar. Por isso termino.
O Faraó entendeu a jogada de Lizaron. Usando a habilidade especial do Acid Lizard, ele podia diminuir os pontos de ataque de qualquer criatura do oponente até o destruir. Felizmente, o Lizard não poderia atacar se essa habilidade fosse activada.
Sacou e arregalou os olhos. Não era um monstro. E agora? Se não jogasse nada naquele turno, iria perder o duelo quando fosse a vez de Lizaron. Olhou para o seu parceiro e notou um brilho nos olhos de Jason. A carta que ele tinha virado para baixo iria ajudá-lo, tinha quase a certeza. Só tinha de confiar nele.
- Vou terminar a minha jogada. Não há nada que eu possa fazer…
- Ouviste isto, irmão? – indagou Rex, contente. – O Yugi diz que não tem nada que possa fazer. Aqui está o tão poderoso Rei dos Jogos. Sabes que mais? Eu também não vou jogar nada.
- Minha vez, então – disse Jason. – E vou activar a carta mágica Spell Exchange. Agora, pelo preço de metade dos nossos pontos de vida eu posso trocar a minha carta mágica pela carta virada para baixo do meu parceiro. Claro que, se a carta dele não for mágica, o efeito da Spell Exchange será negado e ambas as cartas viradas para baixo serão destruídas.
- No que estará ele a pensar? – perguntou Yugi, vendo as cartas trocarem de lugar. – Foi uma jogada arriscada.

Faraó e Jason – 325

- Confia em mim, Yugi – pediu Jason, olhando o seu parceiro. – Essa carta vai-te ajudar quando mais precisares. Assim como sei que a tua carta me vai ajudar.
- Como pode ter ele tanta certeza?
- Termino a minha jogada.
- Não percebi o que acabou de se passar – comentou Lizaron, sacando, – mas isso não importa. Não há nenhum monstro no teu lado do campo, Yugi, por isso penso que poderei atacar os vossos pontos de vida directamente.
» Acid Lizard, ataca e acaba com este duelo!»
O grande lagarto começou a rastejar com veemência na direcção do Faraó. Este olhava para a sua carta virada para baixo, perguntando-se se a deveria activar ou não. Jason virou subitamente o rosto para ele e o Faraó notou uma expressão alarmada no seu semblante. O monstro de Lizaron ia atacar. Os seus pontos de vida chegariam a zero e perderiam as almas para Seth. A menos que…
- Revelar carta virada para baixo! – gritou, arriscando tudo naquela jogada. Quando viu que carta era, um sorriso surgiu-lhe no rosto. – Ela chama-se Flute of Summoning Kuriboh. Com esta carta posso pegar o Kuriboh que está no meu baralho e adicioná-lo à minha mão. Assim posso activar a habilidade especial dele. Se o descartar da minha mão para o cemitério, todo o prejuízo de batalha é reduzido a zero.
- Não pode ser! – praguejou Lizaron.
O Faraó respirou fundo, aliviado. Afinal a carta do seu parceiro ajudara-o no último momento.
- Boa, Yugi! – felicitou Jason. – Eu sabia que ias usá-la.
- Mas, Jason, como sabias que eu tinha o Kuriboh no meu baralho? – indagou o Faraó.
Jason sorriu.
- Eu sou um fã teu, já te esqueceste? Além disso, usaste o efeito do Kuriboh contra o Seto Kaiba em Battle City.
O Faraó sorriu também. Graças a Jason, o duelo continuava.
- Parece que é a minha vez – disse, sacando. Olhou a mão e não pôde deixar de sorrir novamente.
- Vou activar a carta mágica Double Spell. Agora descarto uma carta mágica da minha mão e posso usar uma carta mágica que esteja no cemitério do meu oponente.
- E que carta é essa que vais usar? – indagou Rex, incomodado.
- Vou usar a Statue of the Reptile do teu irmão. Com isso, invoco um Reptile Token para assim o poder sacrificar e invocar a Dark Magician Girl.
Em campo surgiu outro monstro famoso do Rei dos Jogos. Uma bela rapariga, envergando umas roupas de feiticeira e segurando um pequeno bastão.
- A minha criatura recebe 300 pontos de ataque por cada Dark Magician no cemitério (2300), fazendo da minha criatura a mais forte em jogo.
» Dark Magician Girl, ataca o Acid Lizard!»
Apontando o seu bastão para o lagarto gigante, a rapariga lançou um poderoso raio que fulminou o monstro de Lizaron.

Rex e Lizaron – 2350

- Nada mal, Yugi – disse Jason. – Voltámos a liderar.
Contudo, Rex sorria enquanto sacava.
- Ri-te enquanto podes, imbecil, porque não o vais poder fazer quando perderes este duelo. Eu activo a carta mágica Fossil Exibition. Agora posso invocar especialmente até três dinossauros do meu cemitério, apenas por este turno. Por isso, vou trazer o Dark Triceratops, o Two-Headed King Rex e o Gilasaurus de volta.
» Mas eles não vão ficar aqui por muito tempo. Pois planeio sacrificar dois deles para invocar a minha mais poderosa criatura. Aqui está ela: Super Conductor Tyranno (3300/1400) em modo de ataque.
Surgiu o maior dinossauro que alguma vez haviam visto, um poderoso tiranossauro parcialmente envolto em metal e uma enorme bocarra com dentes fortes.
- Não pode ser! – gritou o Faraó, horrorizado. Olhou para Jason. Será que ele se lembraria de usar a carta virada para baixo, que fora outrora dele?
- Mas o melhor de tudo é que posso activar a habilidade especial do meu dinossauro – continuou Rex. – Tributando um monstro do meu lado do campo, posso infligir 1000 pontos de dano no meu adversário. Digam adeus aos vossos restantes pontos de vida!
O Gilasaurus desapareceu e o Tyranno dirigiu a sua enorme garra a Jason, visando os restantes pontos de vida. O Faraó olhou alarmado para o seu parceiro, que parecia manter a calma, apesar do perigo iminente.
- Revelar carta virada para baixo: Ultimate Defense. Agora, removendo uma criatura do meu cemitério, posso negar o dano da habilidade especial do teu monstro. E removo uma criatura porque o dano é reduzido em 1000 pontos por cada uma. Removo o Necroshade.
- Nada mal – comentou Rex. – Sorte a tua a minha criatura não poder atacar. Termino a minha jogada.
- Obrigado, Yugi – agradeceu Jason, enquanto sacava. – Eu sabia que não me ias deixar ficar mal. Não esperava outra coisa do Rei dos Jogos.
O Faraó sorriu. Apesar das circunstâncias, até que ainda havia esperança para ambos, se continuassem a trabalhar em equipa.
- Eu activo a carta mágica Miracle Fusion – proferiu Jason. – Com esta carta posso remover monstros de fusão do meu cemitério e fundi-los. Por isso, vou remover o Avian, o Bubbleman e o Sparkman para invocar o meu Elemental Hero Tempest (2800/2800) em modo de defesa. E é tudo.
Em campo surgiu um novo Herói Elementar. Um forte guerreiro com duas asas e uma arma incorporada no seu braço direito.
- Estás a adiar o inevitável – disse Lizaron. – Eu também tenho alguns truques na manga. Vou começar por activar a carta mágica Pot of Greed, que me ajuda com duas cartas novas. De seguida, activo a carta mágica Silent Doom, para trazer o meu Gagagigo e colocá-lo em modo de defesa. De seguida, jogo a carta Monster Reborn, para trazer o Giga Gagagigo. Agora sacrifico-os e invoco uma das minhas mais poderosas criaturas: Lizard King (0/0) em modo de ataque.
Em jogo surgiu um dos maiores e mais aterradores monstros réptil. O Faraó arregalou os olhos. Nunca havia visto algo parecido antes. Mas também nunca duelara contra nenhum duelista que controlasse répteis.
- O meu Lizard King recebe 500 pontos de ataque para cada réptil no meu cemitério. E eu tenho quatro (2000). De seguida, coloco esta carta virada para baixo e passo.
O Faraó sacou. O poder de ataque do Venominon não chegava para vencer a Dark Magician Girl, mas aquela carta virada para baixo não lhe inspirava muita confiança. A carta que acabara de sacar não lhe ajudaria muito, mas talvez lhe desse bom uso de futuro.
- Dark Magician Girl, destrói o Lizard King!
Girando o seu bastão, a maga lançou um poderoso raio que embateu na criatura de Lizaron e a destruiu.

Rex e Lizaron – 2050

- Nada mal, Yugi, mas fizeste exactamente aquilo que eu queria – bradou Lizaron, triunfante. – Quando destruíste a minha criatura, disparaste a minha armadilha: Reincarnation of the Great Lizard. Quando o Lizard King é destruído e enviado para o cemitério, esta carta permite-me invocar especialmente outra criatura poderosa no seu lugar. A minha mais poderosa criatura: Lizard Lord (0/0)!
Como se não tivesse bastado uma criatura poderosa, agora uma mortífera divindade com corpo que começava com as feições de de muito vago humano, mas que no fundo não passava de uma criatura réptil com uma horrenda aparência de lagarto. Contudo, esta criatura parecia mais ameaçadora que a anterior, como se libertasse uma aura divina.
- Esta criatura recebe 500 pontos de ataque para cada réptil em jogo. Contando com o meu recém destruído Lizard King, o meu Lizard Lord tem agora 2500 pontos de ataque.
O Faraó viu que fizera asneira. Agora que atacara, não havia forma de mudar o modo de batalha da sua criatura. No turno de Lizaron, o novo monstro iria destruí-la.
- Como não dizes nada, presumo que devo tomar a iniciativa – disse Rex, sacando. – Agora, meu Tyranno, ataca o Tempest!
O dinossauro brandiu a sua poderosa garra e desferiu-a fortemente contra o Herói de Jason, destruindo-o.
- Termino aqui.
- Eu saco – anunciou Jason. – Eu vou invocar o meu Elemental Hero Wildheart (1500/1600) em modo de defesa. E ele não é afectado por cartas armadilha. É só.
- É a minha vez. – Lizaron sacou e mirou o Faraó, sorrindo malevolamente. – Vou atacar a tua Dark Magician Girl com o meu Lizard Lord,
Levantando a mão direita, a divindade dos lagartos lançou uma onda de energia muito poderosa sobre a maga, que nada pôde fazer para se defender.

Faraó e Jason – 125

Naquele momento surgiu um holograma de um pequeno lagarto de cor dourada junto ao Faraó.
- Mas o que é isto? – indagou, olhando indignadamente para o Homem-Lagarto.
- É um Divine Lizard Counter – respondeu. - Sempre que te infligir dano com o Lizard Lord, eu ganho um destes Counters. Quando tiver três Counters… o duelo terminará.
O Faraó ficou ainda mais alarmado. Como conseguiria vencer o duelo contra tão temíveis oponentes? Num lado tinha o grande Tyranno de Rex. Do outro tinha o mortífero Lizard Lord de Lizaron. Enquanto essas criaturas estivessem em jogo, o sucesso seria quase impossível.
Sacou, rezando para que lhe saísse uma coisa boa. Nada. Apenas uma criatura fraca.
- Coloco uma criatura em modo de defesa e termino a minha jogada. – Ao menos protegia os seus pontos de vida e evitava receber mais um Counter.
- Minha vez – disse Rex. – Meu Tyranno, destrói o Wildheart.
Mais uma vez, a poderosa garra abateu-se sobre um Herói Elementar, destruindo-o instantaneamente.
Jason já estava tão ou mais preocupado que o Faraó. Sem cartas na mão, não sabia como o saque seguinte o iria ajudar. Contudo…
- Eu invoco Hero Kid (300/600) em modo de defesa.
Um rapazinho, vestindo um estranho fato, surgiu em campo.
- Parece que vais depositar alguma confiança nesse teu monstrinho inútil – troçou Rex, rindo à gargalhada enquanto o irmão sacava.
- Eu vou activar a carta mágica Poisonous Sting. É uma carta mágica de equipamento que vou adaptar ao meu Lizard Lord. A partir de agora, sempre que ela destruir uma criatura, o dono dessa criatura perde 100 pontos de vida, mesmo que o monstro destruído esteja em modo de defesa.
- O quê? – O Faraó mal podia acreditar no que estava a ouvir.
O Lizard Lord destruiu a criatura virada para baixo do Faraó: um Silver Fang.

Faraó e Jason – 25

Um segundo lagarto dourado surgiu junto ao Faraó.
- Mais um Counter e a vitória será iminente – gargalhou Lizaron. – Se bem que no meu próximo turno, o duelo estaria acabado, com ou sem Counters.
O Faraó nunca se vira numa situação tão desesperadora. Com apenas uma carta na mão, já quase perdera as esperanças de vencer o duelo. Aquele longo confronto fora uma confusão de altos e baixos, em que cada um dos lados tivera os seus momentos de glória e as suas falhas. Contudo, parecia que Rex e Lizaron haviam encontrado a harmonia perfeita, que se julgava não existir. Olhou para o topo do baralho, perguntando-se se aquele seria um saque final. Se quisesse vencer o Lizard Lord teria de tirar algo de muito bom, se bem que, com apenas uma carta na mão, as chances de se conseguir um combo perfeito seriam praticamente nulas. Os seus monstros mais poderosos haviam sido destruídos. Fora obrigado a descartar o Obelisk para o cemitério. O Slifer parecia ter ficado perdido no meio do baralho. E tinha apenas 25 pontos de vida.
- Vá lá, Yugi, não desistas – pediu uma voz à sua direita. O Faraó olhou e deparou-se com o semblante sorridente de Jason.
- Onde está o tão famoso Rei dos Jogos? – indagou Jason, sem parar de sorrir para o seu parceiro. – Onde está o grande duelista que derrotou o invencível Seto Kaiba? Onde está o poderoso estratega que venceu o Pegasus? Que é feito do imbatível Yugi Mutou que venceu o torneio de Battle City? Não sabia que ele ia desistir assim tão facilmente.
O Faraó olhou para o chão. Estava a desiludir um fã, isso era certo. Toda a crença que Jason tinha nele estava a desmoronar-se diante dos seus olhos. Mas também o seu novo amigo não fazia ideia do perigo que estava a correr.
- O duelo só acaba quando a última carta é jogada – continuou Jason, desvanecendo o seu sorriso. – E, segundo sei, ainda não jogaste a tua última carta. Confia em ti, Yugi. Não desistas. Temos de ter fé.
- Tu não compreendes… – começou o Faraó, mas foi subitamente interrompido pelo seu companheiro.
- Claro que não compreendo. Não compreendo como é que tu podes ser o Rei dos Jogos, se desistes antes do jogo terminar. Não foi isso que deste a entender em todos os outros duelos. Talvez não sejas quem dizes ser e o verdadeiro Rei dos Jogos seja apenas um mito.
O Faraó olhou para o chão, envergonhado. Jason dissera a verdade. Ele estava a fugir antes que o jogo acabasse. Estava a entregar a sua alma a Seth sem dar luta. Estava a deitar tudo a perder, quando muita gente contava consigo. Estava a desapontar alguém que o admirava desde o seu primeiro duelo público.
Olhou para Rex e Lizaron, que sorriam divertidos com o monólogo de Jason. Não podia desistir. Não se podia entregar assim sem mais nem menos. Iria à luta e duelaria até ao fim. Até que os pontos de vida de alguém chegassem a 0.
- Minha vez. – Tanto a sua voz como o seu saque foram feitos com uma súbita energia, como se o que Jason dissera lhe tivesse recarregado as baterias e lhe dado nova energia para continuar. – Boa!!! – gritou, brandindo a nova carta na mão. – Eu vou activar a Card of Sanctity.
- Bem jogado, Yugi – felicitou Jason, rindo.
- Agora todos nós sacamos até ficarmos com seis cartas na mão.
- Não te servirão de nada – replicou Lizaron.
Contudo…
- Achas? – indagou o Faraó, sorrindo. – Vou-te provar o quanto estás enganado. Pois eu envio os Magnet Warriors Alpha, Beta e Gamma da minha mão para o cemitério para invocar especialmente o meu poderoso Valkyrion, the Magna Warrior (3500/3850) em modo de ataque.
- Mas como…?
Em campo surgiu um poderoso guerreiro magnético com duas asas e uma pequena espada.
- Em seguida jogo a carta mágica Mystical Space Typhoon para destruir a carta virada para baixo de Rex.
- Oh não…
- Agora, Valkyrion, ataca o Lizard Lord!
Levantando voo, a criatura do Faraó desferiu uma potente espadeirada na enorme criatura de Lizaron, destruindo-a numa imensa explosão.

Rex e Lizaron – 1050

- Como o conseguiste? – indagou Rex, indignado.
- Não te preocupes, irmão – disse Lizaron. – Activo agora a habilidade especial do Lizard Lord. Removendo um réptil do meu cemitério do jogo eu posso reinvocar o Lizard Lord para o campo, contudo, com menos 500 pontos de antes.
O Faraó até praguejaria a sua sorte, não fosse ele tê-la em demasia. Mesmo com aquela criatura novamente em jogo, os seus pontos de ataque não afectariam o Valkyrion. Além disso, os Counters haviam desaparecido.
- Minha vez – disse Rex. Olhou para a sua mão e um olhar aterrorizado surgiu-lhe no rosto. – Nem uma única carta boa? Não interessa. Tyranno, destrói o Hero Kid!
Como esperado, a criança não resistira a tamanho ataque.
- Minha vez, presumo – disse Jason, sacando. – Chegou a hora de acabar com este duelo. Também tenho direito ao meu momento de glória. Eu vou jogar a carta mágica Monster Reborn para trazer de volta a minha criatura favorita: o Elemental Hero Flame Wingman (2100/1200). De seguida vou activar a carta mágica H-Heated Heart. Ela dá mais 500 pontos de ataque à minha criatura (2600).
- Não chega para ultrapassar o poder devastador do meu Tyranno.
- Ainda não. Mas isso vai mudar com a carta mágica Skyscraper.
O Faraó ficou maravilhado com aquela jogada. O duelo estava prestes a terminar, era capaz de o sentir, enquanto via inúmeros arranha-céus holográficos surgirem do nada, convertendo o cenário calmo de Fisher Town numa movimentada metrópole.
- Para quem não sabe, a Skyscraper dá mais 1000 pontos de ataque a um Elemental Hero, caso ele batalhe com uma criatura mais forte. Como o teu Tyranno.
Os gritos de Rex mal se faziam ouvir, enquanto o Flame Wingman se abatia fortemente contra o seu dinossauro, fazendo-o inflamar numa gigantesca bola de fogo.
- E como resultado da habilidade especial da minha criatura – concluiu Jason. – Vocês levam prejuízo igual aos pontos de ataque do monstro destruído.
- Não pode ser! – bradaram ambos Rex e Lizaron, horrorizados.

Rex e Lizaron – 0

Os hologramas desapareceram e Jason e o Faraó desactivaram os Duel Disks. Rex e Lizaron caíram de joelhos, agarrados às cabeças, gritando apavorados com algo que nenhum dos dois ex-oponentes soube do que se tratava. Jason aproximou-se de ambos, mas foi violentamente afastado por Lizaron, que gritava como um louco enquanto se atirava para o chão e rebolava penosamente.
- Yugi, o que se passa com eles? – perguntou Jason, olhando para o seu parceiro, sem saber o que fazer.
Naquele momento, já Yugi e o Faraó haviam trocado de lugar. O pequeno deixou-se estar a observar o sofrimento dos dois irmãos, sabendo que nada podia fazer para os ajudar.
Foi então que, súbita e quase sincronizadamente, Rex e Lizaron deixaram-se cair e ficaram definitivamente quietos. Jason chegou perto de ambos e conferiu se tinham pulso, levantando-se de imediato e tirando algo do bolso, que Yugi depois reconheceu como sendo um telemóvel.
- Vou ligar para as urgências – disse, marcando o número. – O que acabou de acontecer?
Yugi nada disse. Sabia que teria de contar a verdade a Jason. Não o podia privar da verdade, agora que presenciara mais do que devia. O seu olhar concentrou-se em Rex e pensou nas mais variadas razões que havia levado o jovem a juntar-se ao Culto da Morte.
- Isto não pode continuar – murmurou, cerrando os punhos. – Juro que te vou encontrar, Amontut. E nesse dia irei libertar as pobres almas que aliciaste…

Nota do autor: Os nomes e descrições de alguns monstros e efeitos dos monstros de Lizaron foram alterados. Originalmente, os últimos monstros que ele havia invocado tinham sido do arquétipo Venom, sendo o Acid Lizard originalmente a Venom Boa, o Lizard King o Venominon, e o Lizard Lord a Venominaga. Substitui-os porque originalmente quando o Lizaron invocou a Venom Boa, usou a sua habilidade para dar dois Venom Counters ao monstro do Yugi, reduzindo-lhe os pontos de ataque. Esqueci-me foi que os pontos de ataque de quem tem Venom Counters só são reduzidos quando existe a carta mágica Venom Swamp no campo. Por isso não estranhem se as habilidades especiais dos monstros acima não vos parecerem muito idênticas às dos monstros Venom.
Por último, eu sei que o Flame Wingman não pode ser invocado com Monster Reborn, mas se bem se lembram, no segundo episódio de GX o Judai ia fazer exactamente o mesmo no seu duelo contra o Manjoume. Bem, comentem.
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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime5/12/2011, 7:31 pm

A fanfic está show. Aproveito e passo a minha para cá, mas vou refazer ela antes, porque a original é uma loucura, tem personagem com deck de Thunder OTK na original, acho que aqui vou botar GB ou algo assim. Além disso, a maioria dos personagens tem algum parentesco com alguém de 5ds ou GX, por exemplo, a filha da Blair que no começo odeia duelos e no final ajuda todos a escaparem da DD com um Trish Loop. lol! Aqui isso será mudado também, e os personagens que usavam decks fictícios ganharão decks reais.
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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime6/12/2011, 6:19 pm

The MNZ escreveu:
A fanfic está show. Aproveito e passo a minha para cá, mas vou refazer ela antes, porque a original é uma loucura, tem personagem com deck de Thunder OTK na original, acho que aqui vou botar GB ou algo assim. Além disso, a maioria dos personagens tem algum parentesco com alguém de 5ds ou GX, por exemplo, a filha da Blair que no começo odeia duelos e no final ajuda todos a escaparem da DD com um Trish Loop. lol! Aqui isso será mudado também, e os personagens que usavam decks fictícios ganharão decks reais.

Olha, não é nada uma má ideia para uma fanfic. Desenvolve-a e coloca-a aqui, que podes ter a certeza que a irei acompanhar.

Bem, o capítulo 14 está aí, desta vez com a introdução de uma personagem do universo Yu-Gi-Oh! e um duelo da mesma contra um Mestre da Escuridão.


Capítulo XIV – O Poderoso Combo do Sapo

Bakura fez uma careta ao ingerir a intragável bebida, mas não reclamou. Enquanto pousava o copo e ignorava a sensação ardente que lhe escorria pela garganta, o rapaz olhava para os poucos ocupantes da silenciosa taverna, tentando reconhecer alguém em particular. Infelizmente, a maioria dos clientes estava oculta pelas sombras do estabelecimento, de modo que não deu para perceber se eram duelistas ou simples aldeões. O barman mantinha-se enfastiado atrás do balcão, limpando copos que pareciam nunca mais acabar, servindo um ou outro cliente com modos neutros e muito mecânicos. Um rapazinho, aparentando uns quinze anos, limpava tristemente as mesas desocupadas com um trapo velho e roto. Fora ele que servira Bakura, com um rosto tristonho e uns olhos remelados. Por mais miserável que o rapaz mostrasse ser, não conseguia ter pena dele e olhava-o com a mesma frieza e superioridade com que encarara os seus oponentes.
Recordava o seu último duelo. Pela primeira vez desde há algum tempo que Bakura sentira receio e, talvez, algum medo. Blacklown mostrara habilidades que não pensara ver num duelista comum e pensou em quantos mais Mestres da Escuridão teria de enfrentar para que pudesse alcançar o seu real objectivo. Mesmo sem o seu Millenium Ring, ainda tinha poder para se manter dentro do corpo do seu hospedeiro durante mais uns tempos. Felizmente, a alma do hospedeiro era demasiado fraca para lhe resistir. Por agora, a sua prioridade era chegar às finais o mais depressa possível e depois preocupar-se-ia com a sua relíquia. Sabendo que esta se encontrava na posse de Yugi, juntamente com mais duas, recuperá-las não seria difícil, depois de adquirir o Puzzle.
Levou a mão ao bolso, discretamente, e tirou de lá um objecto redondo e dourado. Fazendo-o rolar pela palma da mão, Bakura sorriu enquanto fitava o Millenium Eye, que tirara de Pegasus há uns tempos. Numa assentada, podia adquirir mais quatro relíquias milenares e usaria o Ring para encontrar as restantes. Somente os Mestres da Escuridão e a ameaça do Culto da Morte o impediam de continuar com o seu plano. Se conseguisse arrumar o Faraó primeiro poderia ter poder suficiente para rivalizar com Amontut. Mas não sabia quando o próximo Mestre da Escuridão atacaria, se é que houvesse mais algum em Village of Rocks. Tinha de estar bem mais atento, para não ser apanhado desprevenido como da última vez.
- D-d-desculpe, senhor – ganiu uma vozinha assustada do outro lado da mesa.
Bakura apressou-se a guardar o Millenium Eye no bolso e encarou o seu interlocutor com um olhar nada simpático. O rapazinho assustou-se e quase deixou cair a bandeja que trazia. Mesmo assim, entornou ligeiramente a bebida que transportava, ficando ainda mais aflito. Bakura ficou admirado por um rapaz lhe tratar tão formalmente, uma vez que a diferença de idades não era assim tão grande.
- Que queres? – indagou, sem lhe dar muita importância.
- Eu v-v-vinha trazer-lhe e-e-esta b-b-bebida, senhor – gaguejou o jovem, encolhendo-se.
“Mas que mariquinhas” pensou Bakura. – Eu não pedi nenhuma bebida – disse secamente.
- Aquela s-s-senhora p-p-pediu para si – respondeu o rapaz, apontando para uma mesa no canto, parcialmente oculta pela sombra. Era impossível perceber quem era.
O rapaz pousou o copo na mesa, gesto que Bakura não aprovou. O seu olhar cruzou-se com os olhinhos amedrontados do jovem e este deu um salto apavorado, dando um encontrão no copo, espalhando a bebida pela mesa. Bakura levantou-se antes que o líquido lhe manchasse as calças e esticou o braço para agarrar o rapaz pelos colarinhos. O pobre petiz encolhia-se como uma tartaruga assustada e os olhos mantinham-se cerrados, esperando aterrorizadamente uma possível agressão. Na verdade, Bakura não chegara a erguer o braço para dar uma palmada no rapaz porque o barman interveio a tempo de tal.
- Eh, largue o meu filho! Não permito brigas no meu bar! – barafustou o homem, aproximando-se e livrando o rapaz do aperto daquele delinquente. – Ele terá o seu castigo, garanto-lhe. Mas não permito que o magoe!
Bakura mantinha-se calado, olhando aquelas pobres criaturas com total desprezo. Toda a taverna olhava para aquele trio, silenciando ainda mais o ambiente. O jovenzinho escondia-se atrás do seu pai, como uma cria assustada atrás dos seus progenitores, ganindo como um cãozinho a quem tinham dado uma surra. O barman mantinha-se entre o seu filho e Bakura, mostrando inutilmente uma faceta mais agressiva. O adolescente olhava-os friamente, como se os quisesse aniquilar com o olhar.
- É melhor ir-se embora – disse o barman, afastando-se para o balcão e atirando um novo trapo sujo ao filho, que ainda estava a recuperar do choque. – Limpa a porcaria que fizeste!
Bakura achou que devia sair dali. Já tinha a sua conta com aquele lugar e não vira nada de especial. Aquela aldeia era uma seca. Só queria sair dali e continuar com o seu plano.
Saiu para o exterior, decidido a percorrer o resto da aldeia e desafiar o próximo duelista que lhe aparecesse à frente e acabar com aquela palhaçada de torneio. No entanto, tinha curiosidade em saber quem lhe mandara a bebida. O rapazinho dissera que fora uma senhora, mas Bakura não viu ninguém conhecido desde que chegara à aldeia, e não estava com disposição para se envolver com desconhecidos. Havia coisas mais importantes a tratar.
Olhou para a Manopla e sentiu-se arrependido por não ter tirado a Pinta de Blacklown quando tivera oportunidade. Assim só lhe faltariam duas para se qualificar para as finais. Se não soubesse que havia agentes da autoridade disfarçados por aquela Zona, regulando os duelos do torneio, desafiaria logo um duelista que tivesse três ou mais Pintas e tirá-las-ia de uma assentada. Assim teria de duelar mais duas ou três vezes para conseguir o número certo de Pintas.
Um duelo decorria na rua principal. Uma pequena concentração de duelistas acercara-se para ver o confronto entre dois competidores de sexos diferentes, sendo a rapariga visivelmente mais velha, com cabelos compridos encaracolados e uns olhos azuis. O rapaz era mais baixo de estatura e tinha cabelo muito curto e bem penteado. Ambos olhavam-se ferozmente, enquanto planeavam estratégias em silêncio. Bakura deixou-se ficar, apreciando o duelo, meramente divertido com a exibição cómica das criaturas que ambos os duelistas tinham nos seus lados.
Do lado da rapariga havia um Petit Dragon em modo de defesa, juntamente com uma carta virada para baixo, enquanto do lado do rapaz havia um Hayabusa Knight e duas cartas viradas para baixo. Bakura deixou-se estar por ali, cruzando os braços e apreciando o confronto, cujo término parecia estar próximo. O rapaz olhava as cartas que tinha na mão, enquanto a sua oponente o observava pacientemente. Os poucos duelistas que observavam o duelo murmuravam entre si, certamente especulando qual seria a jogada seguinte do garoto.
- Eu vou activar uma das minhas cartas viradas para baixo: Over Charge. Com esta carta, o meu Hayabusa Knight pode atacar-te directamente por cada carta que eu descartar da minha mão. E eu descarto três.
O cavaleiro avançou destemidamente, brandindo a sua espada.
- Essa seria uma boa jogada, não fosse eu ter uma carta virada para baixo – retorquiu a rapariga, sorridente. – Reverse of Fate. Agora, és tu quem perde os pontos de vida ao invés de mim. E como o teu cavaleiro vai atacar três vezes, tu perdes o equivalente ao poder de ataque dele multiplicado por três.
- Oh, não – praguejou o duelista, vendo que os seus pontos de vida haviam chegado a zero. – Como posso ter perdido?
“Azar” pensou Bakura, divertido, enquanto virava costas e retomava o seu caminho pela rua principal da aldeia. Já estava farto daquele sítio. Assim como já estava farto daquela treta de torneio. Se o Faraó estivesse ali com ele não hesitaria em duelar com ele e acabar com aquela palhaçada toda. Desafiar duelistas medíocres, pensando que eram profissionais era demasiado enfadonho.
- Então Bakura? – ouviu uma voz atrás de si. Uma voz feminina e conhecida. – Estás de mau humor hoje.
Bakura voltou-se e deu de caras com uma rapariga que conhecia bem. Ligeiramente mais alta, a rapariga tinha compridos cabelos louros, um rosto bonito e um corpo atraente. Mai Valentine.
- Olá, Mai – cumprimentou Bakura, fingindo uma voz amigável. – Não sabia que tinhas ido parar à mesma Zona que eu.
Mai aproximou-se do rapaz.
- Sabes, foste muito rude com o pobre do rapazinho da taverna – comentou. – Podias ter aceite a bebida que te ofereci.
- Então foste tu? – disse Bakura, olhando-a de lado. – Por que é que não te apresentaste logo?
- Eu ia fazê-lo, mas entretanto as coisas azedaram. Coitado do rapaz…
Bakura virou ligeiramente a cara para o lado, fingindo-se envergonhado.
- Se calhar exagerei…
Mai abanou a cabeça, sorrindo ligeiramente, enquanto retomava o caminho. Bakura decidiu segui-la. Ao menos assim, a sua estadia na aldeia não seria tão enfadonha.
- Então quantas Pintas já reuniste? – perguntou o jovem, enquanto percorriam a rua principal da aldeia, no sentido contrário ao que ele pretendera.
Mai nada disse. Apenas ergueu a mão direita e deixou à vista seis moedas douradas que brilhavam ao sol.
- Estás à minha frente – comentou ele, sorrindo. – Eu só tenho cinco, mas planejo desafiar um próximo duelista que tiver duas.
- Tens de ter cuidado – aconselhou Mai. – Se perderes ficas sem as Pintas que apostaste e ficas mais longe de chegares às finais.
- A maioria dos duelistas aqui não é grande coisa – disse ele. – Venci os meus últimos duelos sem esforço algum. Só espero é chegar às finais para enfrentar um bom desafio.
- Aposto que o Yugi já tem todas as Pintas que necessita – disse Mai. – A sua entrada nas finais está garantida desde o início.
Pararam num dos vários painéis que haviam sido recentemente instalados para a realização do torneio. Pesquisaram o decorrer do campeonato, para saberem como iam os outros. Como só Bakura sabia em quais Zonas os outros se encontravam, ele comandou a operação, enquanto Mai digitava os nomes e via as estatísticas de cada duelista.
- É incrível! – exclamou Mai, de olhos arregalados. – O Yugi apenas venceu dois duelos. Tem agora quatro Pintas. O Joey mantém a única que tem, uma vez que perdeu o último duelo.
- Não estão com muita sorte – comentou Bakura. – Por este andar eles podem perder o lugar nas finais.
- Não será só isso que irão perder – disse uma estranha voz atrás deles.
Ambos voltaram-se e depararam-se com uma figura um tanto ou quanto peculiar. Um homem, na casa dos cinquenta, sessenta anos, olhava para eles. Vestia-se completamente de verde e tinha uma boina em forma de cabeça de sapo. O homem segurava uma rã nas mãos, que coaxava preguiçosamente, de olhos sonolentos. Esta estranha nova personagem parecia um completo demente, e no entanto não mostrava traços de insanidade.
- Quem é o senhor? – indagou Mai, desconfiada.
O velho acariciou ao de leve a cabeça do seu anfíbio antes de responder.
- O meu nome é Allister McCroak. – Bakura estranhou o sotaque do velho. Parecia inglês. – Mas no meu meio sou mais conhecido pelo Rei dos Sapos.
“Dá para ver porquê” pensou o jovem, olhando de soslaio para a rã.
- O que quis dizer com aquilo? – perguntou Mai. – O que quis dizer com eles perderem mais do que o lugar nas finais?
Allister sorria debaixo do seu bigode farfalhudo. Bakura olhava-o com um misto de desconfiança e um certo temor. Aquele velho era esquisito. Não parecia ser apenas um simples inglês excêntrico. De facto, nem se vestia como um cavalheiro. Havia ali algo que não batia certo.
- Estava apenas a dizer que, com a quantidade de duelistas que competem por um dos dezasseis lugares, os vossos amigos podem perder mais do que o seu lugar. Podem perder o prestígio e o carisma que possuem.
“Mas com certeza não era só isso que querias dizer, pois não, velho matreiro?” Bakura estava ainda mais desconfiado que a sua companheira.
- O senhor é alguma autoridade neste torneio? – questionou, sem tirar os olhos da coaxante mascote.
O velho riu-se de uma forma controlada, como se quisesse conter dar uma gargalhada para não estragar a sua postura de gentleman.
- Autoridade, eu? Claro que não – respondeu, voltando a afagar a rã. – Quem iria dar autoridade a um velho como eu? Por incrível que pareça, sou um duelista, um dos melhores da Grã-Bretanha.
- Nunca ouvi falar do senhor – disse Bakura.
- É natural; fui campeão nacional há três anos, mas ausentei-me por razões pessoais. Fui fazer uma viagem ao Egipto e fiquei por lá mais tempo do que o esperado.
“Egipto?” Agora tudo passara de estranho para muito estranho.
- E o que foi lá fazer? – interrogou Mai.
Allister continuava a sorrir.
- Acabei de dizer que foi por razões pessoais. Mas não há problema. Acabei por descobrir muito mais naquela terra do que simples pirâmides cheias de areia e sarcófagos com múmias desinteressantes. Descobri o Culto da Morte…
Todos os músculos de Bakura se retesaram e o rapaz desviou o olhar da pequena rã e concentrou-se nos orbes azulados do velho.
- Quem é você? – perguntou, largando a tão odiosa capa de menino tímido e falando com a sua habitual voz intimidadora.
- Sim, meu rapaz… já deves ter percebido – disse Allister, rindo novamente. – Faço parte dos Mestres da Escuridão. Estou aqui para terminar o que o Blacklown falhou.
- Hã… já não percebo nada – disse Mai, olhando Bakura e Allister.
O velho pousou a rã no chão, que se manteve junto ao seu dono, sem dar mostras de querer saber o que se passava. Allister levou a mão direita atrás das costas e sacou um Duel Disk, que encaixou no pulso esquerdo. Enquanto embaralhava o deck, olhava os dois jovens com o mesmo sorriso de antes. Se não fosse pela sua roupa, decerto seria confundido com um cavalheiro.
- E então, qual dos senhores quer principiar? – perguntou. – As minhas criaturas anfíbias estão prontas para o duelo.
- Eu não sei o que se passa aqui – interveio Mai, - mas não gosto nada deste velho. – Activou o seu Duel Disk e sacou do seu baralho. – Tens aqui uma oponente.
Bakura não interveio. Deixar a Mai duelar em primeiro era uma boa ideia. Em primeiro lugar porque não gostava nada de enfrentar outro Mestre da Escuridão, sabendo que eles eram traiçoeiros. E segundo, mesmo que Mai perdesse, Bakura já saberia qual a estratégia de Allister.
- Muito bem, velhote, vamos apostar uma Pinta neste duelo – propôs Mai.
- Concordo – disse o Rei dos Sapos. – Se bem que, se a menina perder, perderá mais do que uma simples Pinta…
Mai ignorou o comentário, talvez por não saber do que Allister falava na realidade.
- Vamos parar com o paleio e duelar.
Ambos sacaram cinco cartas.
- Duelo!!!

Mai Velentine – 4000
Allister McCroak – 4000


- As senhoras primeiro – convidou Allister, adoptando uma falsa postura cavalheiresca.
- Como queiras. – Mai sacou. – Eu vou invocar a Harpie Girl (500/500) em modo de ataque.
Uma rapariguinha com pequenas asas cor de rosa surgiu junto a Mai.
- De seguida, vou activar a carta mágica Harpie Evolution. Isso permite-me sacrificar a minha Harpie para invocar uma Harpie Lady (1300/1400) do meu baralho.
A rapariguinha desapareceu para dar lugar a uma criatura, cuja beleza e perigosidade pareciam fazer parelha. As duas asas não pareciam ser de grande ameaça, mas as garras faziam pensar de maneira diferente.
- Deixo agora uma carta virada para baixo e termino.
- Óptimo começo – felicitou Allister, enquanto sacava. – Mas essa tua criatura vai perder as asas e se estampar no solo antes que possas dizer “Oh, não, a minha Harpie.”
- Vais jogar ou começar a fazer piadas foleiras?
- Muito bem. Eu invoco T.A.D.P.O.L.E. (0/0) em defesa.
Um simples girino.
- Hã… - disse Mai, ligeiramente confusa. – Só isso?
- Nada mais resta fazer – disse o velho.
Mai sacou, estranhando aquela jogada. Não conhecia aquela criatura, por isso era-lhe desconhecida quaisquer habilidades especiais que ela pudesse ter.
- Eu vou invocar Harpie Lady 1 (1300/1400) em modo de ataque. De seguida, activo a carta mágica Elegant Egotist. Com isto eu posso invocar mais uma Harpie Lady para o campo. E eu jogo Harpie Lady 2 (1300/1400) também em modo de ataque.
Três harpias planavam no campo, mirando o pobre girino com uma frieza assassina.
- De seguida equipo uma delas com a Cyber Shield, para lhe aumentar os pontos de ataque para 1800.
» Parece que não estás nos teus dias, pois não? Harpie Lady 1, ataca o T.A.D.P.O.L.E.!»
As garras ceifaram o pobre girino, sem que nada pudesse ser feito para o salvar.
- Agora, Harpie Lady 2, ataca os pontos de vida directamente!
Allister camabaleou para trás ao sentir a forte patada da harpia de Mai.

Allister – 2700

- E ainda falta a minha Harpie Lady equipada com a Cyber Shield – lembrou Mai, sorrindo.
Desta vez, o velho não conseguiu evitar cair de rabo no chão quando sentiu uma nova patada. A pequena rã coaxou de indignação.

Allister – 900

- Acho que já chega por agora.
O velho levantou-se e sacudiu o pó das roupas. Apesar de ter perdido muitos pontos de vida, Allister não parecia abalado. De facto, continuava sorridente e bem disposto.
- Muito bem jogado – felicitou. – Não estava à espera de perder tantos pontos de vida assim num único turno. Mas como eu disse, as tuas harpias não vão durar muito tempo.
Sacou.
- Quando destruíste o meu girino, activaste a sua habilidade especial. Agora posso pegar qualquer T.A.D.P.O.L.E. do meu baralho e adicioná-lo à minha mão. De seguida, activo a carta mágica Graceful Charity, que me permite sacar três cartas novas e descartar duas. Agora invoco Beelze Frog (1200/800) em modo de ataque.
Em campo surgiu um estranho sapo com duas pequenas asas e umas marcas avermelhadas pelo corpo.
- Ainda é demasiado fraco para derrotar as minhas Harpies – comentou Mai.
- Seria, não fosse pela sua habilidade especial – retorquiu Allister. – O meu sapo recebe 300 pontos de ataque para cada T.A.D.P.O.L.E. que está no meu cemitério. E graças à Graceful Charity eu tenho três, fazendo com que o Beelze Frog fique com 2100 pontos de ataque.
“Nada mal” pensou Bakura. “Este velho até que sabe duelar.”
- Beelze Frog, ataca a Harpie Lady 1!
O sapo planou a custo pelo campo, devido às suas pequenas asas, e embateu com força na harpia de Mai, destruindo-a.

Mai – 3200

- Termino a minha jogada aqui.
- Sabes, Allister, para quem vai atrás estás muito bem disposto – disse ela. – Eu ainda tenho alguns truques na manga. Por agora vou colocar as minhas Harpies em modo de defesa e terminar.
- E para quem está prestes a perder o duelo estás bem confiante. Eu sacrifico o meu Beelze Frog para invocar o meu Des Frog (1900/0) em modo de ataque.
Uma rã de cor verde apareceu no lugar do Beelze Frog.
- Não percebi o porquê de teres sacrificado uma criatura poderosa para invocares outra com menos pontos de ataque – criticou Mai, no entanto, desconfiada.
Allister continuava sorridente.
- Isso é porque eu posso invocar mais dois Des Frog para o campo, uma vez que tenho até dois T.A.D.P.O.L.E. no meu cemitério.
Foi como se dois clones da pequena rã esverdeada aparecessem de cada lado da dita.
“Agora a ameaça triplicou.” Bakura olhava a rapariga, perguntando-se como ela conseguiria escapar àquelas rãs.
- Agora vou activar a carta mágica Des Croaking – continuou Allister. – Eu apenas posso activá-la quando tenho três Des Frog em campo. Graças a esta carta, todas as tuas cartas serão destruídas, permitindo às minhas preciosas rãs atacar-te directamente.
As três rãs abriram as bocas, lançando poderosas ondas de som que vibraram pelo campo de duelo. Bakura via como as harpias de Mai pareciam ondular sempre que as ondas passavam por elas. Tudo parecia perdido naquele duelo, mas Mai não parecia importar-se.
- Antes que as minhas harpias sejam destruídas, eu vou activar a minha armadilha Miracle Restoration. Esta armadilha é activada sempre que um ou mais monstros meus são alvo dos efeitos de uma carta mágica, armadilha ou efeito de monstro que os possa destruir. Esta carta permite-me receber pontos de vida iguais aos pontos de ataque dos meus monstros. Assim, os 1300 pontos da minha Harpie Lady 1 e os 1800 da Harpie Lady são adicionados aos meus pontos de vida.

Mai – 6300

“Boa jogada, devo admitir” cogitou Bakura, enquanto via as harpias da Mai desaparecerem em duas explosões virtuais.
- Podes ter ganho uns pontos de vida a mais, mas as minhas rãs ainda vão atacar! – bradou Allister, fazendo com que as suas rãs verdes abrissem novamente as suas bocas e libertassem as ondas de som directamente contra Mai. O impacto fez com que ela se ajoelhasse, uma vez que perdera o equivalente a 1900 pontos de ataque multiplicados por três.

Mai – 600

- Esta foi por pouco – murmurou ela, levantando-se.
- Já chega por agora – disse o velho.
Mai respirou fundo e sacou.
- Eu vou jogar Pot of Greed. Isso deixa-me comprar duas cartas novas. Agora invoco Cyber Harpie Lady (1800/1300) em modo de defesa. E deixo uma carta virada para baixo. Força, ó sapudo, mostra o que vales.
Allister ignorou o insulto, sacando com o mesmo à-vontade de sempre.
- Eu vou atacar a tua Cyber Harpie Lady com as minhas rãs e acabar com este duelo!
- Nem penses nisso! – interveio Mai. – Eu activo Negate Attack. A tua fase de batalha termina aqui.
Porém, o Rei dos Sapos não parecia minimamente incomodado.
- Bem, nesse caso, terei apenas de invocar Treeborn Frog (100/100) em modo de defesa e terminar por aqui.
“Estranho” pensou Bakura. “Um monstro fraco? Qual será a ideia dele?”
- Minha vez! – bradou Mai, sacando. – Eu invoco Harpie Queen (1900/1200) em modo de ataque. E uso-a para destruir o teu Treeborn Frog.
A nova harpia, de grandes asas brancas, desceu sobre a pequena rã, que possuía também duas asas, e eliminou-a com uma patada apenas.
- Activaste a habilidade especial da minha rã – disse Allister. – Quando ela está no cemitério, e se eu não tiver nenhuma carta mágica ou armadilha no meu lado do campo, eu posso invocá-la especialmente do meu cemitério para o campo na minha próxima Fase de Espera.
- Deixo uma carta virada para baixo, então…
- Meu turno. Depois de invocar especialmente o meu Treeborn Frog, vou sacrificá-lo e invocar Tri-horned Frog (2000/1200) em modo de ataque.
Uma enorme rã de cor preta e três chifres alongados surgiu em campo. Era maior que os três Des Frog e mais ameaçadora. Mai sentiu-se intimidada com a aparição, mesmo sabendo ser apenas um holograma.
- A minha nova rã não pode atacar a menos que envie dois monstros "Frog" do meu baralho para o cemitério – explicou Allister.
- Isto não é nada bom – comentou Mai, ainda mais assustada.
“Podes crer” reforçou Bakura.
- Agora envio mais dois Treeborn Frogs para o cemitério e ataco a Harpie Queen com a minha mais nova criatura.
A rã lançou-se num ímpeto contra a criatura de Mai.
- Disparar armadilha: Compulsory Evacuation Device – disse ela. – Agora eu posso transferir uma criatura do campo para a mão do seu controlador. E eu escolho o teu Tri-horned Frog.
A rã desapareceu do campo, de volta para a mão de Allister.
- Podes ter conseguido evitar o meu ataque, mas da próxima não terás tanta sorte – comentou o Rei dos Sapos. – Por agora vou apenas colocar duas cartas viradas para baixo e terminar.
- Muito bem. – Mai sacou. – Vou activar a carta mágica de campo Harpies’ Hunting Ground. De seguida invoco Harpy Lady 3 (1300/1400) em modo de defesa, activando assim o efeito do meu campo mágico. Quando uma Harpy Lady é invocada, este campo permite-me destruir uma carta mágica ou armadilha do meu adversário.
Uma das cartas viradas para baixo de Allister desapareceu.
- E mais: todas as minhas bestas aladas recebem um reforço de 200 pontos de ataque e defesa.

Cyber Harpie Lady – 2000/1500
Harpie Queen – 2100/1400
Harpie Lady 3 – 1500/1600


- Passo a minha Cyber Harpie Lady para modo de ataque e ataco um dos teus Des Frog! – bradou Mai.
A harpia desceu fortemente sobre a pequena rã, pronta para a ceifar com as poderosas garras.
- Vais-te arrepender – troçou o velho, rindo. – Eu activo a mágica rápida Mystical Space Typhoon. Ela permite-me destruir uma carta mágica ou armadilha no campo. E se eu destruir a tua Harpies’ Hunting Ground, as tuas harpias voltam a ter as pontuações originais. A tua Cyber Harpie Lady vai ser destruída.
O campo mágico desapareceu, não dando mais poder de ataque extra à criatura de Mai, fazendo com que os papéis se invertessem e a rã destruísse a atacante.

Mai – 500

- Nada mais posso fazer, senão terminar a minha jogada com uma carta virada para baixo – concluiu Mai.
- Minha vez. – Allister sacou. Quando viu a carta que havia sacado sorriu de uma maneira estranha, mais maquiavélica. – Chegou a altura de acabar com isto. E eu tenho a carta certa para isso. Eu activo Polymerization. E vou fundir os meus três Des Frog para invocar o meu poderoso D.3.S. Frog (2500/2000) em modo de ataque.
As três pequenas rãs haviam-se fundido para dar lugar a um enorme, gordo e feio sapo com grandes olhos vermelhos, que coaxava preguiçosamente como a mandriona rã de estimação de Allister.
“Agora as coisas vão esquentar.” Bakura não sabia se iria sorrir, se iria temer aquela nova aparição. Na verdade, aquele Mestre da Escuridão era habilidoso e duvidava que Mai conseguisse se safar daquela situação. Com apenas 500 pontos de vida, só mesmo um milagre para a salvar.
- O melhor de tudo – continuou o velho, – é que a minha nova criatura recebe 500 pontos de ataque para cada Treeborn Frog que está no meu cemitério, fazendo assim a pontuação do meu grande sapo aumentar para 4000.
“Com isto, as coisas já não vão apenas esquentar. Vão escaldar. A Mai está perdida.”
Na verdade, Mai estava petrificada de medo. Com um único golpe, os seus pontos de vida cairiam para zero. Seria a sua primeira derrota no torneio.
- Agora, D.3.S. Frog, ataca a Harpie Queen e acaba com este duelo! – bradou o velho com um exagerado sotaque britânico.
O grande sapo coaxou antes de abrir a enorme boca e soltar uma comprida língua que se dirigiu a grande velocidade à criatura de Mai.
- Activo a carta virada para baixo: Attack Guidance Armor. Esta carta actua como um íman, que redirecciona o ataque para outro monstro no campo à minha escolha. E eu escolho a Harpie Lady 3. Às vezes é bom imitar outros duelistas.
A enorme língua do sapo fez um estranho arco e acabou por se abater sobre a outra harpia da Mai, destruindo-a por completo.
- E com isto a habilidade especial da Harpie Lady 3 é activada. Sempre que um monstro entre em confronto com ela, esse monstro depois não poderá atacar durante os próximos dois turnos. Isso dar-me-á tempo para pensar numa estratégia.
- Nada mal – felicitou Allister. – No entanto, estás só a adiar o teu inevitável fim. Força, saca a tua carta!
Mai sacou.
- Termino aqui – declarou. – Não há nada que eu possa fazer.
- Muito bem. – O velho sacou. – Parece que não tenho outra escolha senão passar a minha vez também.
- Sabes, velhote, tenho algo que te queria perguntar – disse Mai, depois de sacar.
- O que foi?
- Por que gostas tanto de rãs?
Para espanto desta e de Bakura, Allister fechou os olhos e sorriu ternamente. A pequena rã aos seus pés continuava no mesmo sítio onde o seu dono a pusera, completamente alheia ao que se passava à sua volta.
- Desde pequeno que sempre admirei estes anfíbios – respondeu, olhando para a sua mascote. – A forma como evoluem de simples girinos a belas rãs. Nunca me envolvi tanto noutros animais que não as rãs e os sapos. Aliás, fui eu mesmo quem sugeriu ao próprio Pegasus criar uma série de cartas com estes magníficos animais. Quando me tornei num milionário do ramo da hotelaria comprei um terreno e construí um lar para as minhas rãs. Durante anos vivi naquele sítio, completamente em harmonia com os meus bichinhos.
- E por que te juntaste ao Culto da Morte? – interveio Bakura, fazendo com que ambos os duelistas olhassem para ele.
Allister desvaneceu o semblante sereno e ficou mais sério.
- Aconteceu por acaso – objectou, olhando um ponto imaginário. – Conheci um homem no Cairo que me propôs uma expedição pelo deserto. Mal sabia o que me esperava quando descobri o local do Culto da Morte. O Venerável Amontut fez de mim um dos doze Mestres da Escuridão, prometendo-me poder acima de tudo. E aqui estou eu.
» Acabaram-se as perguntas! Estamos a meio de um duelo. Faz a tua jogada.»
- Muito bem – disse Mai, retomando a sua concentração nas cartas que tinha na mão. – Eu tenho outra Elegant Egotist. Como tenho a Harpie Queen no campo, que é tratada como uma Herpie Lady, posso invocar especialmente Harpie Lady Sisters (1950/2100) em modo de ataque.
Três harpias novas surgiram no campo.
- De seguida activo a carta mágica Soul Release. E vou usá-la para remover os três Treeborn Frog que tens no teu cemitério, fazendo com que o poder de ataque do teu D.3.S Frog caia 1500 pontos.
- Nada mal – rosnou Allister. – Mas isso ainda é inútil contra a minha criatura.
- Será? Eu jogo Triangle Ecstasy Spark. Isso aumenta os pontos de ataque das minhas Harpie Lady Sisters até 2700.
Allister começava a ficar inquieto com aquela jogada.
“Parece que não vou ter que fazer nada desta vez” pensou Bakura, sorrindo. “A Mai venceu este por mim.”
- Agora, Harpie Lady Sisters, ataquem o D.3.S Frog!
O poder das três irmãs harpias era demasiado forte para que o grande sapo de Allister pudesse aguentar o golpe.

Allister – 700

- Oh não…
- Harpie Queen, termina este duelo com um ataque directo! – berrou Mai.
A Harpie Queen não se fez rogada e lançou uma forte patada no velho, que o fez cair e magoar-se. A rã assustou-se e pulou para o lado.

Allister – 0

- O duelo terminou – declarou Mai, desactivando o Duel Disk. – Passa para cá a Pinta.
O velho levantou-se e, relutante, levou a mão ao bolso e sacou uma moeda dourada, entregando-a a Mai.
- Finalmente – festejou ela, encaixando a Pinta no orifício que restava na sua Manopla. – Já tenho sete Pintas. O lugar nas finais é meu.
Allister nada disse. O seu olhar fixava um ponto imaginário na direcção de Bakura, com uma expressão aterrorizada. Nenhum som saía da sua boca semi-aberta, as suas mãos tremiam incontrolavelmente. Tanto Mai como Bakura olhavam-no preocupadamente, perguntando-se o que se passava com o velho. Foi então que ele caiu para trás, com uma expressão vazia nos olhos. O barrete em forma de sapo escorregou-lhe e os dois jovens repararam numa Ankh tatuada na testa enrugada do velho.
- Mas… o que… aconteceu… – gaguejou Mai, olhando para Bakura, sem saber o que fazer.
Bakura não respondeu. Apesar de exteriormente mostrar uma expressão preocupada perante o estado do velho, interiormente gargalhava como um louco. Mais um Mestre da escuridão derrotado, menos um obstáculo no caminho. E desta vez não tivera de sujar as mãos. Não tinha pena do pobre Allister, nem de todos aqueles que cometiam o erro em desafiá-lo. Muito em breve os seus objectivos seriam atingidos.
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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime6/12/2011, 6:35 pm

Mt legal,ainda usando os Frogs,um deck bem maneiro mas pouco usado.Parabens.
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darkblade2814

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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime6/12/2011, 7:49 pm

faz um cyber style, ou yata lockdown, por favor????????????
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Guardian Angel

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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime7/12/2011, 4:43 pm

darkblade2814 escreveu:
faz um cyber style, ou yata lockdown, por favor????????????

Desculpa, mas já defini os baralhos que todas as personagens na história vão usar. Se entretanto decidir fazer uma alteração, vou ponderar um Yata Lockdown.

Trago agora o capítulo 15. Tentem adivinhar qual o efeito da carta usada no fim do duelo.


Capítulo XV – A Ressurreição de Seth

O pequeno Mokuba arregalou os olhos perante a mensagem que o ecrã do computador lhe transmitia. Pela trigésima vez consecutiva o seu irmão Seto vencera mais um duelo. Já tinha Pintas mais que suficientes para se qualificar para as finais, mas por alguma razão ele não se inscrevia. Continuava a desafiar, sempre competindo em duelos curtos e vencendo sempre sem piedade. Já muitos duelistas haviam perdido as suas Pintas ao longo do decorrer do campeonato, mas graças a Seto, as estimativas médias de duelistas arruinados haviam aumentado drasticamente. Nunca havia visto o seu irmão assim.
Olhou para baixo, para o tampo da mesa, e ficou tristonho ao mirar mais uma vez os três Blue-Eyes White Dragons, que outrora foram as cartas favoritas de Seto. Por alguma razão ele as depusera, por alguma razão ele virara-lhes as costas… por alguma razão ele se tornara num duelista vicioso e impiedoso. Era certo que o seu irmão não era o mesmo de antes, mas sempre mantivera o seu respeito pelo Duel Mosnters e, apesar de ter rebaixado inúmeros duelistas (inclusive o Joey Weeler, a quem parecia ser o seu alvo favorito), Seto sempre jogara limpo. Agora parecia que algo o havia possuído, tornando numa visceral máquina de duelo eliminadora.
Mokuba desconfiava que a culpa de tudo o que estava a acontecer com Seto tinha a ver com aquela carta nova que ele havia adquirido umas semanas antes. Passava dias a olhar para ela, quase se esquecendo dos seus deveres para os quais fora ali chamado. Muito do seu tempo livre era passado no escritório, mirando o seu baralho muito pensativamente. Mokuba sabia que o seu irmão andava a passar por uma fase conflitual, mas ignorava que contenda se andava a suceder na sua mente. Foi com grande espanto que, naquela manhã, o pequeno enxergara o seu irmão vir na sua direcção e entregar-lhe os três dragões brancos, as cartas mestras do baralho de Seto, as suas mascotes, os seus trunfos…
- Não mais preciso desses dragões fracos – dissera-lhe Seto, mandando-lhe um olhar assustador, como se a culpa de os ter no baralho fosse do pequeno. – Faz com eles o que quiseres.
Mokuba assustara-se com aquele tom de voz e aceitara os dragões sem sequer contestar. Fora aquela a última coisa que Seto lhe havia dito, antes de partirem para a cerimónia de abertura do torneio. O pequeno olhava constantemente para o irmão mais velho, mas este mantinha o seu olhar em frente, como mirando algum oponente temível. É claro que Mokuba sabia qual era o alvo do irmão. Infelizmente, Seto e Yugi haviam calhado em Zonas diferentes, o que significaria apenas se encontrarem nas finais. Escusado será dizer que Seto não ficara contente com isso, mas tivera de se conformar com as regras elaboradas por aquele Duke Devlin. Queria enfrentar o seu arqui-rival o mais rápido possível, e como não podia, descarregava a sua raiva nas pobres almas que se cruzavam com ele. Já para não falar que todos os duelistas que o haviam enfrentado perdiam os sentidos e desmaiavam, sem qualquer razão aparente. Havia ali algo que não batia certo.
Por mais disparatada que a sua teoria fosse, Mokuba acreditava que tinha tudo a ver com aquela carta nova que Pegasus lhe havia entregado. Nunca tivera oportunidade de a ver por inteiro, mas cria que Seto havia ficado hipnotizado com ela. Os olhos do pequeno concentraram-se novamente nas três cartas dos dragões brancos e pareceu-lhe ver naqueles minúsculos orbes azulados uma certa tristeza, como se os próprios dragões lhe estivessem a pedir ajuda. Mokuba não acreditava no Coração das Cartas, muito menos que elas tivessem alma, mas não podia negar que os três dragões brancos pareciam gritar de sofrimento pela falta do seu mestre. Podia estar a imaginar coisas, ou podia ser pelas saudades que tinha do seu irmão, mas Mokuba sentia que tinha de o ajudar. Seto parecia ter perdido o seu espírito de duelista, e não parecia haver ninguém que o ajudasse a reencontrá-lo.
Tinha de fazer alguma coisa para o ajudar… E enquanto mirava as três cartas descobriu uma maneira que podia resultar…

***

- Que vamos fazer agora? – voltou a perguntar Tea à saída do hotel.
- Quem me dera ter todas as respostas – respondeu Ishizu, encostando-se a uma parede, cabisbaixa. – Agora não podemos fazer mais nada a não ser esperar pelo início das finais.
A polícia chegara e Ishizu explicara a situação da melhor maneira possível. Dissera apenas que o quarto 314 fora arrombado e destruído, mas nada fora roubado. Tivera de mentir, pois não queria que as relíquias milenares chegassem ao conhecimento de ainda mais gente. Sabia que estava a agir mal, mas ao menos podia ter a esperança de que os seus amigos venceriam os Mestres da Escuridão. Isso seria como perder um dos pilares que sustinham o poder do Culto da Morte, fazendo com que as defesas de Amontut enfraquecessem.
- Não vamos parar de ter esperança – insistiu Salomon. – O meu neto é um excelente duelista e os outros também o são. Eles serão os primeiros a chegar às finais.
- E recuperaremos as relíquias que nos foram roubadas – reforçou Tristan.
Ishizu limitou-se a sorrir, quase imperceptivelmente. Temia pelas almas dos seus amigos e do seu irmão, pois ouvira dizer que os doze Mestres da Escuridão eram escolhidos pelas suas espantosas e mortíferas habilidades. Apesar de já não possuir a habilidade de prever o futuro, ela sabia que coisas terríveis estavam prestes a se suceder. Só esperava que o regresso do Deus do mal não fosse uma delas.

***

Um grito…
Seto Kaiba mirou o corpo inanimado do seu oponente estendido no chão do beco, de braços abertos e olhar vidrado. As cartas do pobre jovem jaziam ao seu lado, espalhadas pelo solo, revelando algumas que Kaiba não vira durante o confronto. Como sempre, ganhara outro duelo e, como sempre, o seu adversário desmaiara depois de ver a activação daquela carta mágica…a nova carta…
Por que acontecia sempre isso? De cada vez que activava aquela carta a vitória era certa, mas depois os seus oponentes perdiam os sentidos e caíam redondos no chão. Acreditava que talvez fossem más reacções ao extraordinário poder da carta, mas ele não fora afectado, nem mesmo quando testemunhou aquilo que tinha em mãos no seu primeiro duelo do campeonato. Tinha uma carta poderosa, isso era certo, mas não justificava o facto de ver todos os seus adversários caídos, quase sem vida. Nem mesmo quando usara a carta Egipcian God Obelisk the Tormentor provocara tais reacções. Mas a nova carta que tinha em sua posse era muito mais poderosa que um Deus Egípcio.
Decidiu deixar o duelista e continuar o seu caminho. Certamente ele iria acordar como todos os outros… isto se os outros alguma vez acordaram. Na verdade, Kaiba não estava minimamente interessado no estado da sua última “vítima”, pelo que saiu do beco onde se encontrava e retomou a sua busca por mais duelistas para desafiar.
Kaiba encontrava-se numa pequena cidade chamada Chip Town, uma espécie de miniatura da Tech Town, embora menos desenvolvida. Os poucos prédios que por ali marcavam presença situavam-se mais no centro e nem sequer eram habitáveis. Eram escritórios, um hospital, uma enorme esquadra da polícia, a câmara municipal, um pequeno centro comercial, escolas e faculdades e um posto dos correios. De resto, as zonas residenciais situavam-se mais para a periferia, onde as classes sociais eram determinadas a partir da distância que as separava do centro. Quanto mais afastadas estivessem, menores eram as condições de vida dos habitantes de Chip Town.
Claro que a maioria dos duelistas que lá havia calhado ignorava esse facto, e Kaiba era um deles. Apenas queriam participar no campeonato, sem serem incomodados nem se incomodarem com questões de cultura geral ou a história da ilha. Enquanto caminhava pelas ruas pouco apinhadas tanto de duelistas como de cidadãos, Kaiba começava a sentir a já tão familiar vontade de duelar. Nem saíra do seu último confronto há cinco minutos e já sentia um formigueiro incomodativo pelo corpo, seguido por um desejo enorme de activar o seu Duel Disk e desafiar a primeira pessoa que lhe aparecesse à frente. Talvez fosse daquela carta mágica, cujo efeito era como uma droga para ele, que consumia avidamente e o deixava cada vez mais forte mas também mais sequioso. Numa coisa Pegasus tinha razão. Aquela carta trouxera-lhe a vitória em todos os duelos que travara. Já nem sentia a falta dos seus três Blue Eyes White Dragon, cujo poder, mesmo combinado no Ultimate Dragon, não parecia chegar aos calcanhares da sua nova aquisição. Ao princípio, não gostara da ideia de se separar dos seus monstros favoritos, mas depressa aprendeu a esquecê-los e a se entregar ao estranho mas colossal poder que lhe fora entregue.
“Só tu tens capacidades para roubar o título de Rei dos Jogos ao Yugi. Enquanto tiveres essa carta, nem mesmo os poderosos deuses egípcios podem alguma coisa contra ti.”
As palavras de Pegasus ecoavam-lhe a mente. Sim, aquela carta era poderosa o suficiente para destronar as três feras mais poderosas de Duel Monsters. E quanto ao Yugi. Tinha a certeza que, com tamanho poder em mãos, a coroa do tão famoso Rei dos Jogos iria passar a ter outro dono. Ficara enraivecido quando descobrira que ele e Yugi haviam ficado em Zonas diferentes, mas mesmo sendo um dos colaboradores da Technological Industries, não podia contornar as regras e fazer o que bem lhe entendesse. Mas olhando noutra perspectiva, até que nem fora má ideia pôr ambos em Zonas distintas. Sabia que ele seria um dos dezasseis finalistas. Só tinha de o apanhar nas finais e derrotá-lo à frente de todo o mundo. E aí, Kaiba seria novamente o campeão do mundo.
Os seus pensamentos foram bloqueados e os seus desejos de um novo duelo foram amainados pelo som de vozes uns metros adiante. Dois duelistas confrontavam-se num fraco duelo, perante os padrões de avaliação de Kaiba. Podia simplesmente passar por eles e ignorar o confronto, mas o desejo de se juntar à batalha, tornando aquela disputa num duelo em triângulo, fê-lo ficar a apreciar as jogadas. De um lado encontrava-se uma criatura esverdeada, com membranas nas mãos e nos pés e um rosto suficientemente assustador para quem nunca o havia visto. Reconheceu o duelista que a controlava. O cabelo escuro era totalmente espetado, usando uma faixa azul e branca que lhe ocultava a testa. Uma cicatriz marcava-lhe a bochecha direita e os seus olhos eram de pequenos orbes de um azul-escuro. Usava roupas leves e também elas de cor azul. Era Mako Tsunami, um dos melhores duelistas dos campeonatos nacionais e internacionais. O deck dele era composto por criaturas marinhas.
O outro duelista era desconhecido, e pelo aspecto daquele Mammoth Graveyard em modo de ataque, não era de admirar que não soubesse quem era. Não tardou para que Mako ordenasse um ataque da sua criatura, o que detonou com o mamute esqueleto e os restantes pontos de vida do duelista.
Mako sorria de contentamento, enquanto recebia duas Pintas do seu oponente. Antes de se virar e retomar o caminho, mesmo sabendo que estava a virar as costas a um desafio, Kaiba ainda pôde ver seis moedas brilhantes na Manopla de Mako. A sua já estava preenchida, assim como os seus bolsos se encontravam recheados daquelas moedas douradas, que deixara de recolher após o seu vigésimo duelo. Podia estar a recusar um novo conflito, assim como estava a resistir ao formigueiro, mas talvez encontrasse Mako nas finais e testasse as suas habilidades…
- Olha ele – ouviu uma voz atrás de si. Kaiba não se voltou, mas o formigueiro levou-o a estacar o passo. Mako chamava por ele. Um novo desafio estava aí, sentia-o.
- Andava à procura de alguém como tu – continuou ele, aproximando-se, e Kaiba pôde ouvir o som característico da activação de um Duel Disk. Mais uma vez sentiu aquele desejo de activar o seu e virar-se para o primeiro oponente que lhe aparecesse.
- Vamos a um duelo? – propôs Mako, parando a uma distância segura e esperando uma resposta. Kaiba, contudo, nada dizia, ponderando se o deveria ignorar e ao formigueiro, ou se deveria entregar-se ao seu maior desejo e aceitar o desafio.
- Eh, Kaiba! – voltou a chamar Mako. – Estás mouco? Vá lá, é só um duelo.
Não, era mais do que isso. Mako não sabia no que se estaria a meter ao desafiá-lo. Kaiba estava a dar-lhe uma oportunidade que não dera aos outros, de se afastar e continuar a sua senda pelas Pintas e por um lugar nas finais. Mas parecia que ele já havia tomado a sua decisão. E Kaiba não iria ser visto como um covarde.
- Como queiras – respondeu, voltando-se e activando o seu Duel Disk. Mako sorriu e imitou o seu oponente, embaralhando as cartas e inserindo o deck na abertura do Duel Disk.
- E eu aposto apenas uma Pinta – disse Mako. – Não posso arriscar perder o meu lugar nas finais. Assim, mesmo que perca, poderei apostar duas no meu próximo duelo e ganhar as Pintas que me restam.
- Como queiras – repetiu Kaiba, indiferente. Já não lhe interessavam essas Pintas, uma vez que tinha mais do que necessário para lhe garantir lugar entre os dezasseis finalistas.
Ambos se encararam e sacaram cinco cartas.
- Duelo! – bradou Mako, esperando que o seu opositor se juntasse a ele em uníssono. Mas Kaiba apenas esperava pacientemente com um olhar neutro, dando a entender que Mako podia principiar quando quisesse.
- Não estás nos teus dias, pois não?
- Cala-te e joga!

Mako Tsunami – 4000
Seto Kaiba – 4000


- Muito bem. – Mako sacou. – E eu vou começar por invocar Fiend Kraken (1200/1400) em modo de defesa.
À primeira vista parecia uma lula gigante, mas os múltiplos tentáculos davam-lhe uma aterradora aparência.
- De seguida jogo a carta mágica Hidro Multiplication. Eu posso activar esta carta sempre que invoco normalmente uma criatura de atributo água com 1500 pontos de ataque e defesa ou menos. Ela permite-me ir ao meu baralho e invocar especialmente todos os monstros com o mesmo nome para o campo no mesmo modo em que se encontra o primeiro.
Mais duas Kraken juntaram-se à festa.
- De seguida, coloco esta carta virada para baixo e passo a vez.
Kaiba não pareceu minimamente incomodado com aquela jogada. O seu adversário podia ter mais monstros, mas ele tinha estratégia… e uma surpresa reservada…
- Eu vou activar a carta mágica Graceful Charity. Saco três cartas novas e descarto duas da minha mão. Agora activo a carta Premature Burial. Apenas terei de pagar 800 pontos de vida e poderei trazer de volta um monstro que descartei. Como o meu Rare Metal Dragon (2400/1200).

Kaiba – 3200

Um dragão quadrúpede e coberto de metal negro e brilhante surgiu em campo.
- De seguida vou jogar Polymerization para fundir o meu Mystic Horseman com o meu Battle Ox para criar Rabid Horseman (2000/1700) em modo de ataque.
Em campo surgiu a fusão de um centauro com um minotauro.
- Lembra-te que estas foram apenas invocações especiais – explicou Kaiba. – Eu ainda posso invocar mais um monstro neste turno. O meu Slate Warrior (1900/400) em modo de ataque. Como podes ver, eu também consigo invocar mais do que uma criatura num só turno.
» Agora vou atacar os teus Kraken com as minhas criaturas!»
Os três monstros de Kaiba abateram-se sobre o trio de Mako, deixando aquele lado do campo completamente vazio, á excepção daquela carta virada para baixo.
- Termino a minha jogada.
- Finalmente – disse Mako, sacando. Parecia não ter ficado afectado pela perda simultânea das suas criaturas. – Primeiro vou activar a minha carta virada para baixo: Call of the Haunted. Isso traz de volta o meu Fiend Kraken em modo de ataque. De seguida sacrifico-o para invocar o meu Amphibian Beast (2400/2000) em modo de ataque.
A criatura esverdeada de antes surgiu em campo.
- Amphibian Beast, ataca o Slate Warrior! – bradou Mako, não notando no sorriso que se formava no rosto de Kaiba, enquanto a besta anfíbia dilacerava o guerreiro com grande facilidade.

Kaiba – 2700

- Confessa que não estavas à espera desta – desafiou Mako.
Kaiba ria.
- Pelo contrário, meu caro – declarou, sem parar de sorrir. – Estava mesmo á espera que atacasses o meu Slate Warrior. Quando ele é destruído em batalha, o monstro que o atacou perde 500 pontos de ataque e defesa.
- O quê?

Amphibian Beast – 1900 ATK/1500 DEF

- Bem… então coloco duas cartas viradas para baixo e encerro.
- Meu turno, então. - Kaiba sacou, não dando muita importância á carta que acabara de sacar. – Meu Rabid Horseman, ataca o Amphibian Beast dele!
Brandindo o seu poderoso machado, a criatura de Kaiba ceifou a criatura anfíbia de Mako.

Mako – 3900

- Rare Metal Dragon, ataca-o directamente!
Carregando forte na marcha, o dragão de metal atacou Mako fortemente, fazendo-o cair.

Mako – 1500

- E encerro o meu turno.
Mako cerrou os dentes, não de raiva mas sim de dor. O ataque da criatura de Kaiba afectara-o e não fora pouco. Contudo, não iria ser isso que o faria desistir.
- Muito bem, eu vou invocar o meu Flying Fish (800/500) em modo de defesa. – Um pequenino peixe voador com duas barbatanas em forma de asa surgiu em campo. – De seguida deixo duas cartas viradas para baixo. É tudo.
- Estava à espera que fizesses melhor – comentou Kaiba, sacando.
- Disparaste a minha armadilha! – bradou Mako. – Summon Control. Eu apenas posso activar esta carta na Fase de Espera do meu oponente. Se tu tiveres pelo menos um monstro normal na tua mão com quatro estrelas ou menos és obrigado a invocá-lo em campo.
- A invocar monstros por mim? – troçou Kaiba, mirando uma das suas cartas. – És tão amável. Invoco o meu Hitotsu-Me Giant (1200/1000) em modo de ataque.
- E com isso activo a minha outra carta armadilha: Torrential Tribute. Quando uma criatura é invocada, esta carta destrói todos os monstros em campo.
Um poderoso jacto de água destruiu todas as criaturas.
- Não que isso vá fazer alguma diferença – comentou Kaiba, sem parecer incomodado. – Sendo assim, termino o meu turno.
- Assim sem mais nem menos? – indagou Mako, admirado. – Nem uma carta virada para baixo? Muito bem… Vou invocar o meu Great White (1600/800) em modo de ataque.
Surgiu em campo um tubarão com dois braços com membranas nas mãos.
- Ataca-o directamente!
Kaiba gemeu quando sentiu os dentes holográficos da criatura no torso.

Kaiba – 1100

- Não estava á espera que isto fosse tão fácil – proferiu Mako, sorrindo.
Kaiba sacou, não se sentindo muito afectado pela perda de pontuação.
- Vou em primeiro lugar activar a habilidade especial do meu Thunder Dragon – começou. – Descarto-o da minha mão e saco dois outros Thunder Dragon do meu deck. De seguida jogo Polymerization para fundir os meus dois dragões e criar o meu Twin-Headed Thunder Dragon (2800/2100) em modo de ataque.
Mako desvaneceu o seu sorriso ao reparar no grande dragão do outro lado do campo.
- Ataca o Great White!
O dragão libertou uma poderosa descarga eléctrica do seu enorme chifre e fritou o tubarão, convertendo-o em nada.

Mako – 300

Talvez não fosse preciso usar aquela carta nova. Da maneira como Mako estava a jogar podia ser que não tivesse o privilégio de ver o poder dela.
- Termino a minha jogada – anunciou Kaiba, cruzando os braços.
Mako sacou. Tinha mais cartas na mão que o seu oponente e mesmo assim não o conseguia ultrapassar. Conseguira alguma vantagem quando activara a Torrential Tribute, mas Kaiba conseguira dar a volta ao invocar aquele dragão de duas cabeças.
Olhou para a mão. Um sorriso expandiu-se-lhe pelo rosto quando viu lá uma carta que o iria ajudar.
- Vou activar a carta mágica Smashing Ground – bradou, triunfante. – Ela destrói o monstro em campo com maior pontuação de ataque. E o teu dragão é o único em campo.
O dragão desintegrou-se e Kaiba descruzou os braços, alarmado. Na sua condição actual, bastava um ataque de uma criatura poderosa por parte de Mako para os seus pontos de vida esgotarem.
- De seguida, invoco o meu Jellyfish the Aqua Moon (500/2000) em modo de defesa.
Kaiba estranhou aquela invocação de uma espécie de alforreca em forma de lua em modo de defesa.
- E enquanto o meu Jellyfish estiver em campo virado para cima apenas o poderás atacar a ele, cappice? Vamos ver como te safas agora. Coloco uma carta virada para baixo e termino por agora.
Kaiba sacou.
- Invoco Lord of D. (1200/1100) em modo de ataque. E é só.
Enquanto contemplava a imagem de uma criatura com forma humana com uma armadura em forma de dragão e uma longa capa, Kaiba pensava numa forma de impedir que o seu oponente invocasse uma criatura mais poderosa. Talvez não devesse terminar o turno sem baixar uma carta ou duas, mas a sua mão não estava ainda preparada. Onde estava a maldita carta mágica?
- Minha vez. – Mako sacou e um novo sorriso surgiu-se-lhe. – Jogo Pot of Greed. Ela permite-me sacar duas cartas novas. E termino o meu turno.
Kaiba voltou a sacar. Ainda nada…
- Coloco o meu Lord of D. em modo de defesa e baixo uma carta invertida.
- Estava à espera de melhor, devo confessar – declarou Mako, sacando. – Mas já estou a ficar desiludido. Eu jogo outro Jellyfish the Aqua Moon em modo de defesa e termino a minha jogada.
Kaiba mantinha a calma. O seu oponente não estava melhor que ele, se continuava a jogar monstros em modo de defesa.
- Eu vou jogar Card of Demise. Esta carta mágica permite-me sacar cinco cartas do meu baralho, mas se eu não as usar em cinco turnos, terei de as descartar para o cemitério.
Graças àquele novo saque, Kaiba pôde adiantar a sua nova carta, embora nenhuma das suas novas cinco cartas fosse a que estava à espera. Contudo, uma delas ajudá-lo-ia.
- Activo Pot of Greed, para sacar mais duas cartas… Ah… – Finalmente! Kaiba olhou com ar triunfante para uma das duas cartas que acabara de sacar. A carta mágica oferecida por Pegasus, o seu trunfo, a estocada final que lhe traria a vitória.
- De seguida invoco Vorse Raider (1900/1200) em modo de ataque e termino.
- Já sei qual é a tua estratégia! – exclamou Mako, triunfante, enquanto sacava. – Essa carta virada para baixo é uma armadilha que vai evitar que os teus monstros sejam destruídos. E no teu próximo turno planejas sacrificá-los e invocar um dos teus Blue-Eyes White Dragon, não é? Pois bem… isso não irá acontecer. Pois activo a carta mágica Heavy Storm. Com ela todas as cartas mágicas e armadilhas podem ter sido destruídas, mas não importa. De seguida sacrifico os meus dois Jellyfish the Aqua Moon para assim invocar a minha nova e mais devastadora criatura. Regala-te perante o meu poderoso Sea Serpent God – Leviatan (2800/0) em modo de ataque.
As duas criaturas de Mako desapareceram para dar lugar a uma gigantesca serpente marinha, cujo corpo ondulava aterrorizantemente e a cabeça mostrava uns olhinhos vermelhos e uma boca cheia de dentes pontiagudos. O grito estridente do Leviatan foi suficientemente forte para que Kaiba levasse as mãos aos ouvidos.
- E agora, Kaiba? – berrou Mako, triunfante. – Impressionado? Ou preferes vê-lo em acção?
“Mas que criatura é esta?” Kaiba não deixou de sentir algum receio daquela criatura, embora a carta que empunhava fosse suficientemente forte para a destruir. No entanto, um ataque daquela serpente gigante dizimar-lhe-ia quase todos os pontos de vida.
Mako ordenou o ataque e o Leviatan apontou a cabeça para o Vorse Raider, abrindo a bocarra e disparando um forte jacto de água que dizimou o monstro de Kaiba com a maior das facilidades.

Kaiba – 200

- Estás quase acabado. – Mako ria como um louco. – Finalmente vou conseguir um lugar nas finais. Ao que parece, o tão poderoso Seto Kaiba não é assim tão poderoso.
» Antes de terminar a minha jogada vou activar a habilidade especial do meu Leviatan. Sempre que um ataque dele der sucesso, eu posso ir ao deck, buscar pela carta mágica Umi e activá-la de imediato.»
Naquele momento, viram-se rodeados de uma pequena extensão de água holográfica, cuja profundidade mal lhes dava pelos joelhos.
- Enquanto esta carta mágica estiver em campo todos os meus Peixes, Serpentes Marinhas e monstros Aqua recebem mais 200 pontos de ataque e defesa.

Sea Serpent God – Leviatan – 3000 ATK/200 DEF

- Deixo uma carta virada para baixo e termino. Saca a tua carta, Kaiba, se bem que não haja mais esperança para ti.
Até agora Kaiba mantivera o silêncio, mas neste momento, enquanto sacava, não conseguia deixar de rir baixinho ao olhar para a agigantada figura da serpente gigante, como se ele não passasse de uma simples cobra do mar… uma coisa insignificante.
- Mako Tsunami – murmurou, baixando a cabeça e escondendo os olhos com os cabelos acastanhados. – Foi um bom duelo… deixaste-me preocupado por alguns instantes… Mas agora… – levantou subitamente a cabeça e mirou o seu oponente com um olhar diabólico e, de certo modo, demente – chegou a altura de terminar com isto!
- O que…
Kaiba segurava uma carta na mão direita e algo parecia fluir-lhe pelo corpo, como se se tratasse de uma aura negativa. Kaiba sorria de uma forma que Mako nunca havia visto, os seus olhos estavam ligeiramente mais escuros que antes, o seu peito acompanhava o ritmo de uma respiração acelerada. O que se passava ali?
- O teu fim chegou… – murmurou, com uma voz arrastada.
- Activar carta armadilha: Tornado Wall! – bradou Mako, aflito. – Enquanto a carta Umi estiver em campo todo o prejuízo que eu possa levar é reduzido a zero.
- Não te vai servir de nada – disse Kaiba, gargalhando loucamente. – Nada nem ninguém poderá parar esta abominável carta. Eu activo Seth’s Ressurrection.
Nesse momento, uma luz muito forte começou a invadir o local, acompanhada por um estrondo muito semelhante a uma explosão. Mako tapou os olhos, cerrando os dentes perante o ruído ensurdecedor que lhe perfurava os tímpanos. Passava-se alguma coisa ali. A sua serpente gigante berrava, como se estivesse a sofrer.
- O que é isto? – gritou, tentando sobrepor-se ao ruído, em vão. Continuava de olhos tapados, mas sentia que tudo aquilo vinha da carta que Kaiba acabara de jogar. Mas que poder era aquele?
Arriscou destapar os olhos. A primeira coisa que viu foi uma explosão multicolor e uma gigantesca sombra corpulenta. O estrondo parecia vir da estranha criatura, que parecia berrar em plenos pulmões. Foi então que se virou para a sua serpente gigante e, horrorizado, viu-a desaparecer numa explosão. Virou-se para a frente e viu que um dos fortes braços da titânica monstruosidade sombria se abatia sobre ele. Sentiu como se algo lhe fosse arrancado do interior. Sentia-se fraco e começava ver tudo turvo, à medida que a luz multicolor se desvanecia, juntamente com o estrondo.

Mako – 0

Quando tudo desapareceu, Kaiba olhou para o corpo inerte do seu oponente. Mais um duelo ganho, mais uma pobre alma que não conseguira aguentar com o poder fenomenal daquela carta. Olhou para ela e sorriu gananciosamente. Aquele poder era fenomenal e levá-lo-ia á vitória que sempre almejara. Quando se visse frente a frente com o seu arqui-rival, usaria aquela carta para eliminar os deuses egípcios e reclamar a coroa de Rei dos Jogos.
- Vais ver Yugi… o teu reinado vai terminar. Prepara-te para enfrentar um poder supremo que não poderás ultrapassar…
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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime7/12/2011, 5:23 pm

Muito curioso pra saber qual o eff da carta mano.Mt bom a fict.
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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime10/12/2011, 6:17 pm

Capítulo 16 já aí.


Capítulo XVI – O Samurai

As coisas estavam bem calmas naquela parte da floresta. A maioria dos duelistas estava concentrada no interior e Joey e Odion caminhavam perto da orla. Já eram quase horas do almoço, e apesar de não o ter admitido, Joey sentia-se esfomeado. Odion também não se queixava, embora o seu estômago roncasse sempre de cinco em cinco minutos.
Desde o confronto com Chrono que Joey não dizia nada. Mantinha o ar cabisbaixo e suspirava enfastiado, como se o torneio o aborrecesse. Odion sabia como ele se sentia, embora não o compreendesse. Fora apenas uma derrota, e nem fora com um Mestre da Escuridão. Joey era um excelente duelista e estava a desistir de tudo apenas por ter perdido uma vez.
O silêncio entre ambos não parecia tão desconfortável como antes, agora que Joey parecia ter-se desligado do mundo em redor. O seu olhar era um misto de neutralidade e tristeza, como se aquela derrota anterior fosse o fim do mundo. O seu duelo com Striker fora arriscado e por pouco não perdera. Contra Chrono fora diferente: perdera duramente. Era natural a sua moral ser abalada depois de uma derrota como aquela. Mas perder toda a motivação para voltar a duelar já era demais.
- Por favor, Sr. Weeler – arriscou Odion, tentado chamá-lo à razão, – peço-lhe mais uma vez: volte a duelar. Não deve desistir por causa de uma derrota.
Joey não respondeu. Apenas baixou mais a cabeça, escondendo o olhar por entre os cabelos loiros. Nem se dera ao trabalho de corrigir Odion e repreendê-lo por chamá-lo novamente de “Sr. Weeler.”
- Precisamos das suas capacidades de duelo para nos livrarmos dos Mestres da Escuridão – tornou Odion. – Conseguiu derrotar Striker, mesmo que tenha sido à rasca, o que quer dizer que tem capacidades para vencer todos os outros.
- Não adianta, Odion – interrompeu Joey, sempre cabisbaixo. – Venci Striker apenas por sorte. Mas o meu confronto com o Chrono ensinou-me que não se pode confiar na sorte.
- Não foi apenas sorte, Sr. Weeler. Foi a sua fé que o levou à vitória. A sua crença no Coração das Cartas fez com que o derrotasse. O que aconteceu com Chrono foi… foi…
- Foi como enfrentar a verdade – completou Joey, notando a hesitação do seu companheiro. – Sempre venci os meus duelos com a ajuda da sorte… mas ela nem sempre nos auxilia. E eu já devia saber disso…
» Uma vez, em Duelist Kingdom, eu enfrentei um tipo chamado Bonz. Ele controlava um deck de zombies e eu fiquei à rasca com ele. Quando invoquei o meu Time Wizard, tentei usar o efeito dele para destruir os monstros do meu adversário, mas o meu plano falhou e quase perdi o duelo por causa disso. Depois do que aconteceu hoje como queres que volte a ter confiança em mim mesmo?
- Mas dessa vez não perdeu, e em Battle City foi um dos quatro melhores. Pense em todos os duelos que travou, em todas as suas vitórias. Não se pode deixar ir abaixo apenas por causa de uma derrota. O que interessa é que ainda está no torneio. Além disso, precisamos de si…
- Ninguém precisa de mim – redarguiu Joey. – Tentei viver a minha vida, acreditando que era um excelente duelista, mas tudo não passava de uma simples farsa…
- E a sua irmã? O que acha que a Serenity iria pensar se o visse assim?
Joey baixou ainda mais a cabeça.
- Ao menos ela não está aqui – disse. – Não imagino como ela se sentiria se visse o falhado que tem como irmão…
Odion não podia ouvir mais. Num reflexo enraivecido, agarrou Joey pelos colarinhos e socou-o fortemente no rosto. Joey chicoteou a cabeça para trás com a força do impacto, desequilibrando-se e caindo fortemente contra um tronco de árvore, deslizando lentamente até ficar sentado. Odion respirava fundo, mas recuperara da sua raiva, após aquele golpe. Joey nem se importou com o ferimento que tinha na boca, cuspindo apenas um pouco de sangue para o chão. Continuava cabisbaixo, como se o impacto do soco não o tivesse abalado.
- Como pôde dizer uma coisa dessas? – bradou Odion. – Como pôde falar assim da sua irmã? O Sr. Weeler tem amigos que confiam em si, amigos que contam consigo. Como acha que eles ficariam se soubessem as barbaridades que disse?
Joey continuava calado, como uma criança amuada. O seu olhar mantinha-se pregado ao chão.
- Lamento, Odion… mas não vou mais duelar…
- Ora ora, o que temos aqui? – disse uma voz perto deles.
Odion voltou-se para onde vinha a voz, mas Joey apenas levantou a cabeça, quase desinteressadamente. Um homem acabava de entrar na clareira onde ambos se encontravam. Vestia uma armadura que o cobria dos pés à cabeça e levava uma espada à cintura. Fazia lembrar um samurai. Os seus olhos escuros saltaram de Odion para Joey.
- Foi difícil encontrar-vos, sobretudo depois de terem vencido o Striker – disse, enquanto se aproximava. – Foi muito bem jogado, Sr. Weeler.
Joey estranhou o facto daquele homem saber o seu nome. Seria ele…
- Quem és tu? – perguntou Odion, assumindo uma posição defensiva, como se esperasse que o homem desembainhasse a espada e os atacasse.
- O meu nome é Sworden Kenshin, também conhecido pelo Mestre Samurai. Sou também um dos Mestres da Escuridão, encarregado de duelar com Joey Weeler.
- Outro Mestre, Sr. Weeler – alertou Odion, enquanto Kenshin se equipava com um Duel Disk e o activava. – O que está a aí a fazer?
Jeoy continuava desinteressado. Nada do que o seu parceiro dizia o faria levantar-se. Sentia as mãos a tremer e o coração batia descompassadamente no seu peito. Não podia arriscar… Nunca o admitiria à frente de todos mas… tinha medo de falhar…
- Do que está à espera? – bradou Odion. – Não o vai enfrentar?
Mas Joey simplesmente o ignorava, deixando cair a cabeça contra o peito.
- Sr. Weeler… – Odion cerrava os dentes. O seu parceiro não estava motivado. A última derrota afectara-o de uma forma que nunca vira antes.
Olhou para Kenshin. Não podia deixar Joey à mercê daquele Mestre da Escuridão. Teria de batalhar com ele e vencer, para mostrar a Joey que ainda havia esperança.
- Eu duelo contigo – proferiu, activando o seu Duel Disk e inserindo o seu baralho na abertura. – E pelas regras do campeonato, eu aposto uma Pinta neste duelo.
Kenshin riu-se. Era obvio que as Pintas não lhe interessavam. Só estava no campeonato para adquirir almas para o seu mestre Amontut.
- Muito bem – concordou. – Mas depois de te vencer, viro-me ali para o loirinho.
- Deixa-o em paz – ameaçou Odion. – O assunto agora é comigo.
- Duelo! – bradaram ambos.

Odion Ishtar – 4000
Sworden Kenshin – 4000


- Eu começo – anunciou Kenshin, sacando. – O poder dos samurais flúi pelas minhas veias. Eu invoco Shien’s Footsoldier (700/300) em modo de defesa. E é só.
Uma estranha criatura parecida com um pequeno chimpanzé armado com uma lança surgiu em campo.
Odion sacou. O seu olhar desviou-se na direcção de Joey, que continuava sentado contra o tronco da árvore, olhando o chão, completamente desinteressado no duelo.
- Eu vou colocar três cartas viradas para baixo e invocar o meu Sand Scorpion (900/900) em modo de ataque.
Um escorpião que pareceu saído de um monte de areia holográfico.
- Ataca o Shien’s Footsoldier! – bradou Odion.
Usando o seu ferrão mortal, o escorpião aniquilou o pequeno chimpanzé.
- E o melhor de tudo é que posso agora activar a habilidade especial da minha criatura. Sempre que o Sand Scorpion destrói um monstro, mesmo que esse monstro esteja em modo de defesa, o dono dele perde 500 pontos de vida.

Kenshin – 3500

- Mas não te preocupes que esses pontos serão bem entregues ao ataque da minha criatura.

Sand Scorpion – 1400 ATK

- Nada mal – disse Kenshin, que não pareceu abalado com aquela perda. – No entanto, a minha criatura também tem uma habilidade especial. Quando Shien’s Footsoldier é destruído em batalha, eu posso pegar numa determinada criatura e invocá-la especialmente em campo, desde que tenha três estrelas ou menos. É por isso que vou invocar The Six Samurai – Yariza (1000/500) em modo de ataque.
Um guerreiro samurai com uma espada luminosa surgiu em campo.
- Ele não chega aos calcanhares da minha criatura – disse Odion. – Termino a minha jogada.
Kenshin sacou.
- Eu activo a minha armadilha – interrompeu Odion. – Scale of Judgement. Eu escolho uma criatura do meu lado do campo e enquanto esta carta ou a minha criatura estiverem em jogo qualquer outra criatura com mais pontos de ataque que a minha que entrar em campo é automaticamente destruída.
- Não vai fazer muita diferença – declarou Kenshin. – Vou invocar em campo o meu The Six Samurai – Yaichi (1300/800) em modo de ataque.
Um segundo samurai surgiu, desta vez, brandindo um arco já pronto com uma flecha para ser disparado.
- Agora posso activar as habilidades especiais dos meus samurais. Comecemos pelo meu Yaichi. Quando tenho outro Six Samurai em campo junto com esta carta, esta criatura pode destruir uma carta mágica ou armadilha virada para baixo.
O guerreiro apontou a flecha à carta da esquerda e disparou. Odion nada pôde fazer senão assistir à destruição da sua Magic Jammer.
- Agora a habilidade do meu Yariza – continuou Kenshin. – Se eu controlo outro Six Samurai em campo junto com esta carta, este monstro pode atacar-te directamente.
- Oh não!
Odion sentiu a espadeirada do samurai e grunhiu de dor.

Odion – 3000

- Agora coloco uma carta virada para baixo e termino a minha jogada.
- Nada mal – congratulou Odion, sacando. – Mas essas criaturas não vão permanecer em jogo durante muito tempo. Eu coloco uma carta virada para baixo e ordeno ao meu Sand Scorpion que ataque o Yariza.
O escorpião avançou para o samurai da espada luminosa.
- É hora de activar a habilidade especial dos meus samurais – anunciou Kenshin, sorrindo. – Quando um dos meus Six Samurai está prestes a ser destruído eu posso escolher outro no meu lado do campo como alvo. E eu redirecciono o ataque para o Yaichi.
O escorpião virou-se para o outro samurai e espetou-lhe fortemente o ferrão, destruindo-o.
- Posso ter destruído o outro samurai, mas não será isso que te livrará da habilidade do meu Sand Scorpion. Contando com o prejuízo de batalha perdes agora 600 pontos de vida.

Kenshin – 2900

- E não te esqueças que 500 desses pontos vão para o ataque da minha criatura.

Sand Scorpion – 1900 ATK

- Encerro o meu turno. E lembra-te: com a minha Scale of Judgement em jogo, qualquer criatura com poder de ataque superior a 1900 pontos que entre em campo é destruída.
- Não é que isso me incomode. – Kenshin sacou. – Eu vou invocar The Six Samurai – Kamon (1500/1000) em modo de ataque.
Surgiu em campo um novo samurai, este segurando algo parecido com uma bomba.
- Agora posso activar a sua habilidade especial. Enquanto eu controlar outro Six Samurai em campo, esta criatura pode destruir uma carta mágica ou armadilha virada para cima. Por isso podes dizer adeus à tua Scale of Judgement.
Odion cerrou os dentes. Fora uma boa jogada, teve de o admitir. Mesmo assim, ainda mantinha a vantagem no duelo.
- Agora activo a carta mágica Fusion Sword Murasame Blade. Ela aumenta os pontos de ataque de um guerreiro em 800 pontos. E vou equipá-la no meu Kamon (2300).
“Isto não está bom para o lado do Odion” pensou Joey, que finalmente se designara a olhar para o duelo. “Mas também… ele está a enfrentar um Mestre da Escuridão. Não há forma de ele vencer.”
- Agora Kamon ataca o Sand Scorpion!
- Não tão rápido – bradou Odion. – Eu activo a carta armadilha Judgement of Horus. Agora, descartando uma criatura da minha mão eu posso negar o ataque de uma criatura oponente, desde que a carta que eu descartar seja do mesmo atributo que o monstro atacante.
- O meu Kamon é de atributo Fogo – informou Kenshin.
- Eu sei disso. É por isso que vou descartar o meu Spirit of Flames para negar o teu ataque.
- Mas não podes impedir que o meu Yariza te ataque directamente, devido à sua habilidade especial!
Mais uma vez a espada luminosa cruzou com o corpo de Odion, fazendo-o gemer.

Odion – 2000

- Termino a minha jogada.
Odion sacou e avaliou a sua situação. A única hipótese que tinha era atacar o Yariza para evitar sofrer outro ataque directo no turno do seu oponente. Contudo, Kenshin tinha poder para redireccionar os seus ataques para outro dos Six Samurai. E o Kamon tinha mais 400 pontos de ataque que o seu Sand Scorpion. Ainda possuía uma carta virada para baixo, mas ela não lhe servia nestas condições. Pelo menos ainda não. Voltou a olhar para a mão e viu lá algo que o poderia ajudar. Deitou um novo olhar a Joey, que mirava o duelo completamente enfastiado. Tinha de vencer aquela partida para lhe mostrar que ainda havia esperança para continuarem a lutar.
- Activo a carta mágica Sand Storm – proferiu. – Agora, se eu descartar uma carta da minha mão posso mudar o modo de batalha de um dos teus monstros. E eu escolho o Kamon.
» Agora, Sand Scorpion, ataca o Yariza!»
“Mas o que é que ele vai fazer?” indagou Joey. “Podia atacar o Kamon e assim livrava-se de uma criatura mais poderosa.”
- Activo a habilidade especial dos meus samurais – gritou Kenshin. – Como controlo mais do que um, posso redireccionar o ataque para o meu Kamon.
Mais uma vez, o escorpião voltou-se para o outro samurai e espetou-lhe fortemente o ferrão.
- Não te esqueças do prejuízo – lembrou Odion, com um sorriso, perante a cara irritada do seu adversário.

Kenshin – 2400
Sand Scorpion – 2400 ATK


- Não vai durar muito mais…
“Foi uma jogada de mestre” admitiu Joey, que começava a sentir-se empolgado. “Ele fez com que o Kenshin redireccionasse o ataque para o monstro mais forte depois de o colocar em modo de defesa. Assim o dano seria reduzido, mas o Kenshin teria de sacrificar o seu monstro mais forte.”
- Muito bem. – Kenshin sacou. – Vamos acabar com isto. Activo a carta mágica Pot of Greed. Isso permite-me sacar mais duas cartas. De seguida activo a carta mágica Book of Moon. Ela permite-me colocar o teu escorpião em modo de defesa. De seguida invoco ao campo o meu The Six Samurai – Nisashi (1400/700) em modo de ataque.
Um novo samurai surgiu, brandindo duas espadas.
- Agora a sua habilidade especial. Se eu tiver mais algum Six Samurai em campo, este monstro pode atacar duas vezes na mesma Fase de Batalha.
- Isto não é bom…
- Nisashi, ataca o monstro dele!
A primeira espadeirada do samurai ceifou o escorpião de Odion ao meio.
- Agora ataca-o novamente!
- Nem penses nisso, porque eu activo a carta armadilha Call of the Haunted. Ela traz de volta o meu Sand Scorpion e o coloca em modo de ataque, infelizmente, com os pontos iniciais de ataque.
O ataque de Nisashi voltou a mandar o escorpião para o cemitério.

Odion – 1500

- Ainda falta o ataque do meu Yariza!
Pela terceira vez, Odion gemeu com o ataque do samurai.

Odion – 500

- Vou terminar o meu turno.
Odion sacou. Era a única carta que tinha na mão e tinha de ser uma coisa boa se quisesse sair daquela situação. Felizmente…
- Ora… isto é que é coincidência. Jogo uma Pot of Greed para sacar mais duas cartas. E agora, activo Pot of Necromancy. Ela permite-me ir ao meu cemitério e escolher duas cartas. Uma delas tem de ser um monstro e a outra tanto pode ser uma magia como uma armadilha. E eu trago de volta para a minha mão o Sand Scorpion e o Sand Storm. De seguida activo outra carta mágica: Swords of Revealing Light. Agora os teus monstros não poderão atacar por três turnos.
Do céu surgiram espadas brilhantes que se fixaram no lado do campo de Kenshin, barrando o caminho dos seus monstros.
- Vou invocar o meu Sand Scorpion (900/900) e terminar a minha jogada.
“O Odion está a tentar ganhar tempo. Mas aquele samurai ainda mantém a vantagem, e as Swords of Revealing Light são apenas uma protecção temporária. Que vai ele fazer?”
- Vou invocar o meu The Six Samurai – Irou (1700/1200). E assim termino a minha jogada.
Odion sacou, lembrando-se que ainda tinha dois turnos para pensar numa estratégia.
- Coloco uma carta virada para baixo e encerro a minha vez.
- Eu saco…
- E eu activo a minha armadilha: Embodiment of Apophis. Graças a esta carta posso invocar uma criatura do tipo réptil com 1600 pontos de ataque e 1800 de defesa para o campo.
- Tudo bem… não vai fazer diferença. Eu vou invocar o meu The Six Samurai – Zanji (1800/1300) em modo de ataque. E é só.
“Depois do próximo turno de Kenshin, a protecção temporária do Odion vai desaparecer” pensou Joey. “Com uma mão tão reduzida não há hipóteses para muitos combos.”
Odion sacou e mirou a sua nova carta com um sorriso.
- Jogo a carta mágica Sand Storm. Como deves estar lembrado, tudo o que tenho a fazer é descartar uma carta da minha mão e posso passar um dos teus monstros para modo de defesa. E eu passo o teu Irou para modo de defesa.
“Isso não vai fazer diferença. A habilidade especial dos samurais faz com que o Kenshin possa redireccionar o ataque do Sand Scorpion ou do Apophis para outro mais forte.”
- Contudo, ainda não vou atacar. – Por alguma razão aparente, Odion continuava a sorrir. – A carta que descartei vai ajudar-me bastante. Era uma carta mágica conhecida por Oath of the Skull. E quando ela é mandada para o cemitério ela permite-me destruir uma das tuas criaturas, desde que eu pague metade dos meus pontos de vida para isso. E eu vou destruir o teu Zanji.

Odion – 250

- A minha carta tem outro efeito – informou Odion. – Depois de destruir uma criatura, eu posso sacar uma carta do meu baralho. E termino a minha jogada, colocando-a virada para baixo.
- Nada mal. Mas não te irá servir de muito. Começo por activar a minha carta virada para baixo: Dark Sacrifice. Tudo o que eu tenho a fazer é livrar-me de uma das minhas criaturas e substituí-la por outra do meu cemitério, desde que possua o mesmo tipo e número de estrelas. Por isso vou dizer adeus ao meu Yariza e trazer de volta o meu Kamon. E aproveito para activar a sua habilidade especial. Deves lembrar-te que quando eu tenho mais Six Samurai em campo, o Kamon pode destruir uma carta mágica ou armadilha virada para cima. Por isso, diz adeus às tuas Swords of Revealing Light.
- Oh não!
“O Odion vai perder!”
- Meu Irou, ataca o Sand Scorpion e acaba com este duelo! – bradou Kenshin, com uma diabólica voz triunfante.
O samurai correu a grande velocidade em direcção ao escorpião de Odion. Joey levantou-se repentinamente, olhando o seu companheiro com um ar alarmado. Todavia, estranhou quando o viu a sorrir.
- Activar carta armadilha: Mirror Force. O teu ataque será reflectido para todos os teus monstros.
- Não pode ser!
Os quatro samurais foram destruídos numa gigantesca explosão.
Kenshin estava em estado de choque, enquanto recuperava daquela inesperada jogada. Olhava o seu oponente com um semblante horrorizado.
- Como?... Como conseguiu ele derrotar todos os meus samurais? Nunca ninguém o havia feito antes…
- Parece que este duelo não está bom para o teu lado – comentou Odion, sorridente.
Sem dizer nada, Kenshin colocou uma carta virada para baixo e olhou para lado, não tendo coragem para encarar o seu oponente nos olhos.
- Minha vez! Sand Scorpion, ataca-o directamente!
O Mestre Samurai sentiu o forte ferrão na perna e gemeu, de dentes cerrados.

Kenshin – 1500

- Agora, Embodiment of Apophis, acaba com este duelo!
- Se pensas que vou entregar o jogo assim sem mais nem menos estás muito enganado – interveio Kenshin. – Eu activo a carta Return of the Six Samurai. Agora posso trazer de volta um dos meus Six Samurai. Como o Zanji, que é o mais forte.
A criatura de Odion foi destruída pelo samurai de Kenshin, que era 200 pontos de ataque mais forte.

Odion – 50

“O Odion está novamente numa situação critica. Com apenas 50 pontos de vida… como poderá ele virar esta partida?”
- Raios! – praguejou Odion. – Desleixei-me. Não posso deixar que isso volte a acontecer.
- Mesmo sem monstros no meu lado do campo eu pude virar este duelo – disse Kanshin.
- Antes de terminar vou activar a carta mágica Card of Dark Sanctity. O seu efeito é o seguinte: ambos sacamos até ficarmos com seis cartas na mão, contando que todas as que sacarmos têm de estar no cemitério nos próximos três turnos. Caso alguma delas ainda esteja na mão ou no campo no fim do nosso terceiro turno, elas são enviadas para o cemitério e nós perdemos 100 pontos de vida por cada uma delas.
» Agora coloco três cartas viradas para baixo e encerro a minha jogada.»
- Minha vez. E eu activo a carta mágica The Warrior Returning Alive para trazer de volta um monstro do tipo Guerreiro e adicioná-lo à minha mão. E eu trago de volta o meu The Six Samurai – Zanji (1800/1300) que invoco em modo de ataque. Depois activo a carta mágica Legendary Ebon Steed, que vou equipar ao meu Zanji, dando-lhe mais 200 pontos de ataque (2000).
Em campo surgiu um corcel de cor negra, que foi logo montado pelo samurai de Kenshin.
- De seguida, invoco especialmente em campo Grandmaster of the Six Samurai (2100/800), uma vez que controlo um Six Samurai no campo.
Um poderoso samurai de cabelos brancos e armadura negra, segurando uma comprida espada.
- Agora, Zanji, ataca o Sand Scorpion!
- Nem penses nisso – interveio Odion. – Eu activo a carta armadilha Attack Guidance Armor. Agora posso redireccionar o ataque do teu samurai para outro monstro em campo. E eu escolho o teu Grandmaster.
Zanji cavalgou em direcção à outra criatura de Kenshin, mas o Grandmaster espadeirou-o sem piedade, fazendo com que o corcel fosse destruído.
- Caso não saibas, quando um Six Samurai equipado com o Legendary Ebon Steed está prestes a ser destruído, é a carta mágica que é destruída.

The Six Samurai – Zanji – 1800 ATK
Kenshin – 1400


- Mas a minha Fase de Batalha não fica por aqui. Eu ainda posso atacar com o Grandmaster!
- Ah não podes não, porque eu activo a carta Soul Shield. Agora, pelo custo de metade dos meus pontos de vida o teu ataque será negado.
A espada do samurai embateu numa barreira invisível, que envolveu o Sand Scorpion.

Odion – 25

- Antes de encerrar o meu turno activo a carta mágica de campo Shien’s Castle of Mist. Agora, sempre que um Six Samurai é atacado, o monstro atacante perde 500 pontos de ataque durante o cálculo de dano.
Em redor deles irrompeu o cenário tenebroso de uma floresta escura, com um castelo uns metros atrás de Kenshin, quase escondido pelas brumas.
- Encerro o meu turno.
“O Odion já só tem 25 pontos de vida. Como pode ter-se desleixado tanto? O que o salva são as cartas mágicas e armadilhas que ele tem em demasia. Mas por quanto tempo ele vai aguentar?”
- Minha vez. – Odion sacou e mirou a sua mão com um semblante indiferente. – Eu vou sacrificar o meu Sand Scorpion e a minha carta virada para baixo para activar a carta mágica Tribute to the Scorpion King. Quando eu envio uma criatura do meu lado do campo e uma carta virada para baixo para o cemitério eu posso invocar especialmente do meu baralho o meu Scorpion King (2100/700) em modo de ataque.
Em campo surgiu uma gigantesca criatura meio homem, meio escorpião, um olhar assassino de pupilas avermelhadas e uma comprida cauda, terminando num tenebroso ferrão.
- Agora activo a sua habilidade especial. Descartando uma carta da minha mão eu posso infligir-te dano equivalente a metade dos pontos de ataque da minha criatura.

Kenshin – 350

- Não é possível! – praguejou Kenshin. – Mesmo com tão poucos pontos de vida, este tipo ainda consegue brilhar.
- Contudo – continuou Odion, fingindo não ter ouvido, – como usei esta habilidade, o meu Scorpion King não poderá atacar nos próximos dois turnos. É tudo.
Kenshin sacou. Como Mestre da Escuridão, devia ser capaz de eliminar aquele duelista de segunda. Todavia, mesmo aparentando ter poucos monstros, Odion conseguia controlar perfeitamente o duelo. Mas o confronto ainda não estava terminado. E a carta que acabara de sacar dar-lhe ia a vitória.
- Sacrifico agora o meu Six Samurai – Zanji e o meu Grandmaster of the Six Samurai para invocar o meu poderoso Great Shogun Shien (2500/2400) em modo de ataque.
Um poderoso guerreiro samurai surgiu em campo, protegido por uma espantosa armadura e armado com uma comprida espada.
- Graças à sua habilidade especial tu só podes activar uma carta mágica ou armadilha por turno.
“Oh não… E agora? O Odion não tem cartas viradas para baixo e com apenas 25 pontos de vida, basta um ataque para o tirar do jogo… Está tudo perdido.”
Joey mal podia acreditar. Mesmo jogando melhor do que nunca, Odion iria sofrer uma dura derrota no seu primeiro duelo do campeonato. Mas isso não era nada, comparado com a penitência que estaria prestes a sofrer.
- Sempre que invocas um monstro – ouviu Odion dizer. Virou o rosto para ele e viu-o a sorrir. Não compreendia nada… –, posso enviar esta carta mágica para o cemitério.
- Desde quando é que podes fazer isso? – indagou Kenshin.
- Desde que a tenho na mão – respondeu Odion. – É uma carta chamada Intervention of Fate e quando é mandada para o cemitério posso activar uma carta mágica directamente da minha mão. E eu jogo esta: Attack Power Magnet. Quando esta carta é activada os pontos de ataque do meu monstro aumentam para 1000 pontos por cada criatura do mesmo atributo que eu remova do meu cemitério. Já para não falar que força o teu monstro mais poderoso a entrar em batalha com o meu.
» Vou remover o meu Sand Scorpion. Isso aumenta os pontos de ataque do meu Scorpion King para 3100.»
- Não pode ser! – bradou Kenshin, apavorado, completamente impotente para impedir que a sua criatura atacasse com todo o vigor o escorpião de Odion. Contudo, usando as suas poderosas pinças o Scorpion King agarrou no samurai e rasgou-o ao meio, fazendo-o desaparecer numa explosão gigantesca.

Kenshin – 0

“Incrível! Como é que ele conseguiu?” Joey estava visivelmente empolgado. Tivera de admitir que, mesmo dizendo que não havia modificado o seu baralho em nada, Odion melhorara muito. E graças a ele, mais um Mestre da Escuridão fora derrotado.
Kenshin tinha os olhos bem abertos, numa expressão pavorosa, enquanto se deixava cair de joelhos para o chão e perdia a força nas mãos, largando as cartas. Odion desactivou o seu Duel Disk e olhou o seu oponente com ódio e aversão. O samurai começava a respirar cada vez mais depressa, mirando um ponto imaginário com horror, como se algo gigantesco estivesse à sua frente a repreendê-lo.
- Não… por favor… Venerável…
- Só tens o que mereces – murmurou Odion, enquanto via Kenshin esbracejar e rebolar no chão como um louco, tentando livrar-se de algo invisível que lhe afligia a cabeça. Até que tudo cessou, e o seu corpo imobilizou-se, o olhar vazio reflectindo as folhas das árvores, que balançavam ao sabor do vento.
Joey deixou-se cair novamente contra o tronco da árvore. Aquele duelo fora espantoso, tivera de o admitir, mas em nada contribuiu para que lhe desse a motivação necessária para voltar a duelar. Odion acabava de reivindicar a Pinta do seu oponente e adicionava-a à Manopla. Joey mantinha-se de cabeça virada para o chão, deixando-se vencer pelo medo que se abatia sobre si. Não conseguia ter coragem para voltar a pegar numa carta. O medo de falhar era muito grande.
“Não posso… não posso mais duelar… Se eu falhar… Desculpa Yugi… Desculpa” pensou, deixando duas grossas lágrimas escorrerem-lhe pela face.
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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime10/12/2011, 6:35 pm

coitado do Joey
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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime11/12/2011, 12:27 pm

Só uma dúvida: Porque o Kenshin Tribute Summon o Great Shogun Shien quando ele podia Special Summon ele da mão?
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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime11/12/2011, 4:44 pm

The MNZ escreveu:
Só uma dúvida: Porque o Kenshin Tribute Summon o Great Shogun Shien quando ele podia Special Summon ele da mão?

Isso é porque na altura eu estupidamente não considerei o Grandmaster of the Six Samurai como um monstro "Six Samurai". Pensava que para se invocar especialmente o Great Shogun Shien era necessário somente ter dois ou mais dos "Six Samurai" originais. E ninguém no outro fórum me apontou esse erro, ou teria feito uma alteração. Enfim, peço desculpa pelo erro.

O capítulo 17 está aí, voltando a Village of Rocks e a mais um duelo de Bakura.


Cap. XVII – Batalhando com Zombies

- Deixa ver se eu entendi – disse Mai, bebericando a sua bebida e pousando o copo na mesa. – Andam por aí uns duelistas marados à procura de almas para um deus egípcio qualquer?
- É o que parece – respondeu Bakura, bebendo também um trago de uma bebida alcoólica que Mai lhe recomendara, fazendo uma careta sempre que sentia um ardor na garganta. – São o Culto da Morte. E tu derrotaste um deles.
- Mas que cena… – Mai olhava para cada um dos ocupantes da taverna, como se tentasse ver alguém em particular. Mas desistiu e concentrou a sua atenção em Bakura. – E tu também enfrentaste algum?
- Duelei com um palhaço, chamado Blacklown. Não era muito forte – mentiu ele. Não queria revelar as muitas dificuldades que tivera no duelo contra o Palhaço das Trevas, não fosse a Mai pensar que ele era um fraco. – Mas acredito que andam mais por aí. Marik disse-nos que eram doze ao todo, por isso podem estar em qualquer lado.
Depois do confronto com Allister, Mai e Bakura voltaram à taverna, contra a vontade deste. O barman não ficou satisfeito por vê-lo, servindo-o com rudeza e antipatia. O rapazinho medricas nunca mais voltara a aparecer, e Bakura não se importou com isso. Durante aquela meia hora, ele e Mai falaram da situação em que se encontravam, tentando compreender o que se iria passar no futuro.
- E então, o que fazemos agora? – perguntou ela, arrastando o copo para o lado.
- Se aparecer mais um Mestre da Escuridão, só teremos de o enfrentar – respondeu ele. – Ou melhor, teremos mesmo de o enfrentar. Eles não nos deixam escolha.
Mai olhou para as costas da sua Manopla, mirando as sete Pintas brilhantes. Registara-se nas finais antes de se dirigirem á taverna, e não queria nada perder o seu lugar para um duelista maluco que almejasse a sua alma. Estremeceu. O duelo com Marik em Battle City veio-lhe à mente. O horror de enfrentar o Winged Dragon of Ra, assim como a estadia no Shadow Realm ainda estavam bem vivas na sua memória. Não queria voltar a assistir àquele pesadelo.
- Se precisares de ajuda… podes contar comigo – decidiu-se, sabendo que se estava a arriscar. – Eu vim para este torneio por uma nova oportunidade de enfrentar o Yugi e o Joey, mas se tiver arriscar a minha alma para vos ajudar… seja.
- Não precisas de te arriscar assim, Mai – disse Bakura, com voz meiga e reconfortante. A sua mão direita estendeu-se ligeiramente, agarrando a mão dela. – Ainda és jovem, bonita, e tens uma vida pela frente. Não quero que te exponhas assim.
Mai sorriu, enternecida pelas palavras de Bakura. Ele preocupava-se com ela, e isso dava-lhe uma sensação de conforto.
- Obrigado – disse, sem parar de sorrir. – Mas eu também não te quero ver metido em problemas. Os amigos ajudam-se uns aos outros. Eu vou estar contigo até isto tudo terminar. Prometo.
Foi a vez de Bakura sorrir, e ambos ficaram a olhar um para o outro com olhares ternos e meigos, deixando-se estar num profundo silêncio que em nada era desconfortável.
Contudo, na mente de Bakura passava um turbilhão de pensamentos.
“Foi muito fácil. Ela vai lutar as minhas batalhas, enquanto eu vou continuar a desafiar duelistas medíocres para poder chegar mais depressa às finais… Mulher idiota. Mal sabe que será o meu isco no meio desta história toda. Graças a ela, chegarei mais depressa ao Yugi.”
O que nem ele nem Mai sabiam era que num canto sombrio da taverna, alguém os mirava discretamente…

***

Maximillion Pegasus caminhava pelos corredores da Technological Industries, os braços atrás das costas, olhando despreocupadamente em frente. Estaria absolutamente distraído e imerso em inúmeros pensamentos, não estivesse a caminhar lado a lado com Eric Woodman, discutindo assuntos que não lhe interessavam minimamente.
- O produto estará pronto a ser comercializado, Sr. Pegasus – disse Eric, alegremente, como se tal notícia fosse algo de revolucionário. – Acha que o nosso equipamento vai vender bem?
- Sinceramente, Eric, não creio que o “Duel Suit” ultrapasse as vendas do Duel Disk. Tente imaginar alguém transportar um fato daqueles pela rua. São bastante desconfortáveis e fazem comichão na virilha…
- Lamento muito se a nossa tecnologia não é tão avançada como a da Kaiba Corp. – reiterou Eric, secamente. – O nosso equipamento de duelo possui os dados de todas as cartas já criadas, permitindo a digitalização de qualquer baralho. Deste modo, o duelista não precisará de se preocupar em perder nenhuma das suas cartas.
- Mas não resolve o problema da comichão – disse Pegasus, divertido.
Eric bufou.
- O nosso equipamento de duelo foi fabricado a partir da mais avançada tecnologia ao dispor na nossa empresa – continuou, como se nunca tivesse ouvido o comentário de Pegasus. – Já andávamos a aperfeiçoá-la mesmo antes do Seto Kaiba ter criado os Duel Disks, quando ainda havia as primeiras arenas virtuais. O Sr. Pegasus podia ter-nos financiado o projecto e ceder-lhe-íamos uma boa quantidade dos nossos fatos para o campeonato de Duelist Kingdom.
- Infelizmente para vocês, Seto Kaiba antecipou-se. E, devo dizer, nunca me arrependi de ter assinado contrato com ele. Pense, Eric, acha mesmo que os duelistas que competiram na minha ilha estariam melhor a carregar um fato cheio de fios e com capacete e luvas para tudo o quanto é lado? Ainda para mais numa altura com tanto calor…
- Até agora o Sr. Pegasus apenas levantou questões sobre a textura do material – reclamou Eric, extasiado. – Estamos a falar de tecnologia, do modo em que o Duel Suit poderia beneficiar o Duel Monsters…
- Quando olhamos para um produto – interrompeu Pegasus, – temos de o olhar como um todo, e não por partes. O vosso produto até podia projectar hologramas mais realistas que os Duel Disks, mas se for desconfortável nunca será comprado. O tecido usado nos vossos Duel Suits é muito apertado e quente, assim como as luvas, que são feitas de uma pele grossa, de modo a proteger cada circuito dos dedos. Isso também faz com que a mão perca toda a mobilidade, assim como os dedos, que não terão grande margem de articulação. O capacete é demasiado grande e pesado, uma vez que é lá que se encontra a base de dados das cartas. Admito que o vosso sistema de ajuda virtual é genial, mas o hardware que possibilita essa ajuda é o que faz o capacete ser tão pesado. E, tenho de o dizer, um bom duelista sentir-se-ia ofendido por ter uma máquina a gritar-lhe estratégias ao ouvido o duelo inteiro.
Eric pareceu absorver cada palavra de Pegasus, pensativamente. De facto, tinha de concordar que alguns aspectos que o seu sócio apontara estavam correctos.
- Mas diga-me, Sr. Pegasus, acha que, com os devidos melhoramentos, o Duel Suit poderá ultrapassar o Duel Dusk?
Pegasus mirou Eric com o seu único olho e sorriu.
- Quer que lhe seja sincero, Eric? – O Presidente da Technological Industries acenou. – Não, não acho. Como disse, Seto Kaiba antecipou-se à vossa tecnologia. O Duel Disk é mais prático, adapta-se ao nosso braço, é portátil, podemos guardar o nosso baralho nele… Um fato de duelo não me parece indicado para um duelista. Lamento, Eric.
Eric abrandou o passo, deixando Pegasus na dianteira. Um silêncio caiu sobre eles, no qual Eric pensou nas mais variadas coisas. A seu ver, tanto Pegasus como Kaiba não queriam saber da sua tecnologia para nada. Só se aliaram à sua empresa por causa do torneio. Pelo menos Kaiba dera bem a entender isso. Agora Pegasus… não parecia interessado nem numa coisa nem noutra. Quais seriam as suas intenções?
“Ainda hei-de saber o que andas a tramar…”

***

Bakura quase não se apercebeu do que se estava a passar. Num momento estava a sair da taverna com Mai quando, inexplicavelmente, se sentiu rodeado de brumas. Foi como se um nevoeiro escuro se tivesse levantado do solo e o envolvido. Começou a olhar para todos os lados, reconhecendo a paisagem inóspita do Shadow Realm. Algo se passava ali. Apesar de ter o poder de se transportar para aquela dimensão morta, isso apenas acontecia quando a sua vontade assim o dizia. Nunca o fizera inconscientemente. Perante este facto, apenas uma explicação era possível: mais alguém estava envolvido naquilo.
- Quem está aí? – perguntou, com toda a naturalidade. O Shadow Realm não o assustava, nem um bocadinho. Era o seu domínio; como podia se sentir amedrontado com o seu ambiente?
E então ouviu. Uma gargalhada fantasmagórica que ecoava por todo o lado, chegando a ensurdecer-lhe os ouvidos. Olhou em frente, distinguindo uma silhueta pequena que caminhava por entre a neblina escura. Algo de muito peculiar naquele vulto era o facto de o cabelo ser incrivelmente espetado. Não o reconheceria apenas por esse facto, mas quando a figura se mostrou, completamente a descoberto e fora do alcance do nevoeiro, Bakura pôde reconhecê-la.
A cara pálida e ossuda de uns olhos escuros com olheiras negras mirava-o ameaçadoramente. O cabelo era acinzentado e muito espetado e na fronte havia a marca de uma Ankh tatuada. Esta nova personagem era mais baixa que Bakura e usava uma indumentária de um cinzento sujo e esfarrapado. Bakura arregalou os olhos quando o viu.
Bonz.
- Finalmente nos reencontramos – proferiu ele, sorrindo diabolicamente. – Tiveste saudades minhas?
Bakura não respondeu, a sua mente recordando a última vez que se encontrara com Bonz. Fora no campeonato de Battle City, quando se haviam encontrado no cemitério e competiram num duelo nas trevas para ver quem ficaria com todas as Locator Card. O confronto entre os dois não fora muito acirrado, e depois de uma vitória de Bakura, Bonz e os seus amigos ficaram presos no Shadow Realm para toda a eternidade. Por alguma razão, Bonz retornara. Mas como?...
- Estás surpreso por me ver? – continuou ele. – Não estavas à espera que eu saísse daquele antro negro onde me meteste, pois não? Pensavas que eu iria ficar ali a apodrecer para sempre. Mas adivinha: fui liberto.
Bakura continuava calado, examinando o seu interlocutor atentamente. Não podia ter sido ele a provocar aquele nevoeiro. Era um duelista medíocre quando o encontrara. No entanto, não sentia mais nenhuma presença estranha em volta.
- Por que estás com essa cara? – indagou Bonz, sem parar de rir. – Estava à espera de te ver mais espantado. O meu regresso era assim tão previsível?
- Como conseguiste escapar? – perguntou Bakura, sério.
Bonz sorria de contentamento.
- Foi tudo através de um simples acordo – explicou. – Estava eu ali, preso na imensidão do Shadow Realm, sofrendo a cada minuto que passava, quando, sem aviso, alguém me estendeu uma mão. Uma pessoa bem possante, que me prometeu poder para dominar esta realidade… assim como tu. Mas a minha libertação vinha com um preço. Teria de me tornar num Mestre da Escuridão.
- Então Amontut libertou-te da realidade onde te prendi – disse Bakura. – Esse sujeito tem mais poder do que aparenta. E deixa-me adivinhar: queres duelar comigo, certo? Foi apenas para isso que foste libertado?
- Quase – respondeu Bonz. – Na verdade, eu fui um dos Mestres da Escuridão que mais tem trabalhado, desde o início do campeonato. Tenho andado a seguir-te desde o teu duelo com Blacklown, assisti ao confronto daquela tua amiga com o Allister, esperando que tu duelasses ao invés dela. Para além disso, também tive de fazer de fazer de ladrão. Pouco depois do início do torneio eu assaltei o quarto de hotel do Yugi Mutou e tirei de lá algo que poderá vir a ser útil para ti. – Levou a mão ao interior das vestes e tirou de lá um objecto em forma de um grande anel dourado com um triângulo no centro e uma série ponteiros pendendo do anel. O Millenium Ring.
- Cálculo que precises disto – disse, voltando a pôr a relíquia nas vestes. – Os outros itens que Yugi possuía já foram enviados para o Venerável Amontut, que em breve possuirá as sete. Mas por enquanto, precisa que tu mantenhas a tua. Para quê, não te sei dizer.
» Só sei que a hora da vingança chegou. – Estendeu o braço e deixou que as brumas lho cobrissem totalmente. Quando se dissiparam, trazia um Duel Disk consigo. – Vais pagar por me teres prendido naquele horror. Quando o Venerável me tirou de lá, deu-me poderes para controlar este sítio, tal como tu. Por isso, não vale a pena usares os mesmos truques que usaste da última vez, porque não vão resultar.
» Só tenho pena que não tenha podido salvar os meus dois amigos que também ficaram lá presos por tua causa, mas eu vingá-los-ei. Prepara-te para o último duelo da tua vida!»
Bakura activou o seu Duel Disk e inseriu o baralho na abertura. Algo lhe dizia que Bonz estava mais forte agora que quando o enfrentara antes. Mas não podia deixar-se levar pelas suas ameaças. Era a sua única oportunidade de recuperar o seu Item do Milénio.
- Vamos aumentar as apostas – propôs Bonz. – O vencedor do duelo fica com o Millenium Ring. O perdedor terá a sua alma entregue ao Deus Seth. Que achas?
- Nada de novo, pelo que estou a ver – resmungou Bakura, sacando logo as cinco cartas iniciais. – Estou mais que pronto para te enfrentar novamente. E para te eliminar novamente.
- Isso é o que vamos ver… – Havia algo no sorriso de Bonz que não inspirava muita confiança. O que estaria ele a tramar?
- Duelo!

Bakura – 4000
Bonz – 4000


- Eu começo a partida – bradou Bonz, sacando. – E vou começar por activar Polymerization para fundir The Snake Hair com o meu Dragon Zombie e assim poder criar Great Mammoth of Goldfine (2200/1800) em modo de ataque.
Em campo surgiu o esqueleto dourado de um grande mamute.
- De seguida coloco uma carta virada para baixo e termino.
- Parece que só tenho dejá vus – resmungou Bakura, sacando. – A mesma estratégia de sempre, já estou a ver.
- Mas antes que digas mais alguma coisa, permita-me activar a minha carta virada para baixo: Skull Invitation. Presumo que te lembres do que esta carta faz. Sempre que uma carta é enviada para o cemitério, o dono dessa carta perde 300 pontos de vida.
- Já posso jogar? – perguntou Bakura. – Preferia acabar este duelo ainda hoje. Eu vou invocar o meu Malice Doll of Demise (1600/1700) em modo de ataque.
Um boneco tenebroso, segurando um machado ainda maior que ele.
- De seguida, equipo-o com a Black Demon Sword, que lhe dá mais 600 pontos de ataque (2200). É só.
Bonz sacou. Bakura estranhou o sorriso dele. Havia algo de errado ali…
- Eu vou invocar Decayed Commander (1000/1500) em modo de ataque. – Surgiu em campo um guerreiro de espada e armadura, contudo, com o corpo em estado de decomposição. – E a sua habilidade especial dele permite-me invocar especialmente Zombie Tiger (1400/1600) da minha mão. – Uma espécie de tigre, também ele em decomposição, mas envolto em ligaduras.
Apesar do seu oponente ter mais monstros no campo, Bakura não perdeu a calma. A sua criatura ainda estava empatada com a criatura mais forte de Bonz. Mas mesmo assim, não deixou de sentir um certo desconforto.
- Mas não é tudo – continuou Bonz. – De seguida, activo a carta mágica Violet Crystal e equipo-a no meu Great Mammoth, dando-lhe mais 300 pontos de ataque e defesa (2500/2100).
» Agora, Great Mammoth, destrói o Malice Doll!»
O grande mamute planou no ar e embateu fortemente contra a espada, destruindo-a.

Bakura – 3700

- O meu monstro estava equipado pela Black Demon Sword, que impede que ele seja destruído em batalha. A espada é destruída e a criatura que a destruiu perde 200 pontos de ataque.
- Mas não te esqueças que ainda perdes mais 300 pontos de vida por ter mandado a tua carta mágica para o cemitério.

Great Mammoth – 2300 ATK
Malice Doll of Demise – 1600 ATK
Bakura – 3400


- Felizmente para ti que o teu monstro é mais forte que o meu Decayed Commander e o meu Zombie Tiger, mas isso não faz mal.
- Minha vez, presumo – adiantou Bakura, sacando. – Invoco em campo o meu Headless Knight (1450/1700) em modo de defesa. De seguida ataco o teu Decayed Commander com o Malice Doll!
O boneco avançou ousadamente e desferiu uma poderosa machadada na criatura de Bonz, cortando-a ao meio.

Bonz – 3400

- E graças à tua carta armadilha, agora perdes mais 300 pontos de vida…

Bonz – 3100

- Parece que já te torturei demasiado. Por isso deixo duas cartas viradas para baixo e encerro o meu turno.
- Não foi uma perda assim tão grande – disse Bonz, sem parar de sorrir. – Muito em breve eu tomarei a dianteira deste duelo. Mas por agora eu activo a carta mágica Dark Tribute. Agora, por cada 500 pontos de vida que eu sacrificar neste turno posso invocar especialmente criaturas do meu deck ou cemitério, desde que todas sejam do mesmo tipo, atributo e possuam quatro estrelas ou menos. Por isso vou sacrificar 1500 dos meus pontos de vida para invocar Armored Zombie (1500/0), Clown Zombie (1350/0) e Dragon Zombie (1600/0) para o campo.

Bonz – 1600 – 300 = 1300

Em campo surgiram três novas criaturas: um decomposto samurai com armadura danificada, um horrendo palhaço com roupas esfarrapadas e chagas por todo o corpo e um dragão decadente e rastejante.
- Tenta passar pelo meu exército de zombies – bradou Bonz, rindo á gargalhada. – Tens apenas dois monstros em campo. Que hipóteses tens de me derrotar?
» Great Mammoth, destrói o Malice Doll!»
Desta vez, o boneco nada tinha para se proteger, quando as presas do esqueleto embateram contra ele.

Bakura – 2700 – 300 = 2400

- Os pontos de defesa do teu cavaleiro sem cabeça superam o ataque das minhas restantes criaturas, mas não faz mal. É a tua vez.
Bakura tinha de tirar algo bom. No próximo turno, os monstros do seu oponente cair-lhe-iam em cima e ele perderia o duelo. Ainda tinha as duas cartas viradas para baixo, mas para que o seu plano funcionasse teria de as mandar para o cemitério e isso não era tão fácil.
- Vou invocar The Gross Ghost of Fled Dreams (1300/1800) em modo de defesa. De seguida coloco mais uma carta virada para baixo e encerro o meu turno.
- Nem ao menos tentas. – Bonz sacou, mas nem se deu ao luxo de mirar a carta. – Great Mammoth, ataca o Headless Knight!
- Activar carta armadilha: Negate Attack. Agora a tua Fase de Batalha chegou ao fim.

Bakura – 2100

- Nada mal – felicitou Bonz, colocando uma carta virada para baixo. – Mas estás apenas a adiar o teu sofrimento.
Bakura não ligou.
- Activo a carta mágica Heavy Storm – bradou. – Agora, todas as cartas mágicas e armadilhas em campo são destruídas. E isso inclui a tua virada para baixo e a tua Skull Invitation.
- Mas perdeste as tuas viradas para baixo – retorquiu Bonz. – Uma jogada idiota.
- Será? – Era a vez de Bakura sorrir. – Quem te disse que não era isso que eu queria? O verdadeiro poder daquelas duas cartas só é revelado quando são mandadas para o cemitério. Ambas chamam-se Death Board – D e Death Board – E.
Naquele mesmo instante surgiu do solo duas caveiras. Uma tinha a letra D desenhada ao longo do crânio. A outra possuía a letra E.
- Já ouviste falar no Destiny Board? – indagou Bakura. – A Death Board é ligeiramente diferente, apesar de ser menos vantajoso. O que acontece é que, quando activamos a Destiny Board, vamos adicionando uma letra a cada uma das nossas Fases de Espera. A Death Board apenas actua quando todas as suas cartas forem mandadas para o cemitério, não importa a ordem.
- Isso quer dizer que… – disse Bonz, inquieto.
- Exactamente – respondeu Bakura. – Agora é só uma questão de tempo até conseguir as três letras que faltam e completar a palavra que está no meu cemitério. Claro que há uma forma de te safares. Aliás, há várias. Podes vencer o duelo ou simplesmente tirar as cartas do cemitério. Será que consegues?
Bonz fechou a mão com força e Bakura sorriu. Estava a tomar a dianteira daquele duelo mais uma vez. Agora só precisava de sacar as cartas que faltavam para completar a mensagem e enviá-las para o cemitério antes que o seu oponente lhe drenasse todos os pontos de vida.
- Coloco uma criatura virada para baixo e termino – concluiu Bakura.
Bonz sacou.
- Great Mammoth, ataca o Gross Ghost!
Mais uma vez, o mamute dourado atropelou outra criatura de Bakura.
- Zombie Tiger, ataca aquela criatura virada para baixo.
- Acabaste de activar a habilidade especial do meu Newdoria – disse Bakura, quando o tigre destruiu o monstro dele. – Quando ele é destruído eu posso escolher uma criatura oponente e destruí-la. E eu escolho o teu Great Mammoth.
O grande mamute desapareceu.
- Termino a minha jogada – disse Bonz.
- Vou activar a carta mágica Gracefull Charity – disse Bakura, após sacar. – Saco três cartas novas e descarto duas da minha mão. Uma é o meu Earl of Demise e a outra é o meu Death Board – H.
- Oh não… – murmurou Bonz, notando mais uma caveira, esta com a letra H no crânio.
- Mais duas e a minha vitória será mais que certa. Mas por agora vou invocar The Portrait’s Secret (1200/1500) em modo de defesa e terminar a minha vez.
- Muito bem. – Bonz sacou, mas sem muita convicção. A estratégia não lhe estava a correr como lhe planeara. – Eu activo Pot of Greed para sacar duas cartas novas. De seguida, ataco o Portrait’s Secret com o meu Dragon Zombie.
O dragão lançou uma baforada de ácido que desintegrou a criatura de Bakura.
- Minha vez. Vou activar a carta mágica Card of Demise. Agora saco cinco cartas novas, contando que as descarte se não as usar em cinco turnos. De seguida activo Card Destruction. Agora mandamos as nossas mãos para o cemitério e sacamos uma mão nova, com o mesmo número de cartas que tínhamos quando esta carta foi activada.
Ambos descartaram e sacaram.
- Ah, é verdade. Não sei se te disse, mas uma das cartas que descartei era Death Board – A. Só falta uma…
Bonz cerrou os punhos, amarrotando as cartas que tinha na mão esquerda.
- Agora invoco Dark Lucius LV4 (1000/300) em modo de defesa e termino a minha jogada.
- Muito bem. – Bonz sacou e olhou a sua nova carta. Naquele instante, Bakura notou um leve sorriso na face do seu oponente. Um sorriso que lhe dava um certo desconforto.
- Bem, isto vai mudar novamente – declarou. – Chegou a altura de eu voltar a ficar por cima. A carta que saquei vai garantir-me a vitória neste duelo…
- O Blacklown disse o mesmo quando invocou o Necro Clown e mesmo assim perdeu contra mim – redarguiu Bakura. – Por isso, desculpa lá se não acreditar em ti…
- Oh, mas vais acreditar. Porque a criatura que acabei de sacar requer três sacrifícios, e eu tenho quatro monstros no meu lado do campo. E agora, sacrifico o meu Armored Zombie, o Clown Zombie e o Dragon Zombie para invocar o meu Aglaax, the Zombie Lord (3400/3000) em modo de ataque.
Em campo surgiu uma gigantesca criatura cadavérica, cuja carne em putrefacção caía por todos os lados, deixando à vista partes do seu negro esqueleto. Vestia uma túnica negra e vermelha e na cabeça calva havia uma velha coroa. A criatura segurava uma espada de lâmina dentada.
- Mas que… – Bakura não podia acreditar. Estava a olhar para uma criatura que nunca vira antes. Aquele devia ser o zombie mais poderoso de Duel Monsters. Detestava ter de admitir, mas Bonz estava muito melhor que da última vez que se haviam enfrentado.
- Impressionado? – perguntou Bonz, sem parar de rir. – Espera até veres a habilidade especial dele. Ou melhor, AS habilidades especiais.
- Ele tem mais do que uma?
- Três, para ser mais preciso. Em primeiro lugar, o meu Aglaax permite-me sacrificar uma criatura zombie do meu lado do campo para invocar especialmente um zombie do meu cemitério. Por isso, acho que chegou a vez de dizer adeus ao Zombie Tiger e invocar Pumpking the King of Ghosts (1800/2000) em modo de ataque. Se não fosse a tua Card Destruction, não o teria no meu cemitério.
No lugar do tigre apareceu uma enorme abóbora, com tentáculos, um grande olho e uma coroa.
- Agora a segunda habilidade especial do meu Aglaax. Quando um zombie é invocado especialmente do meu cemitério, mesmo que não tenha sido com a habilidade especial dele, o Zombie Lord pode absorver os pontos de ataque e defesa desse monstro, simplesmente se eu o remover do jogo.
A grande abóbora desapareceu do campo.

Aglaax, the Zombie Lord – 5200 ATK/5000 DEF

- Não pode ser! – bradou Bakura.
- Por fim – continuou Bonz, – a terceira e última habilidade especial. Ele pode atacar todos os monstros em campo. Contudo, se não receberes dano de batalha, o que será o caso, o meu Aglaax vai infligir-te 500 pontos de dano por cada criatura em modo de defesa que ele destruir.
Aglaax brandiu a espada e desferiu dois golpes certeiros contra o Dark Lucius e o Headless Kinght, destruindo-os instantaneamente.

Bakura – 1100

Bonz ria às gargalhadas. O seu monstro era o mais poderoso em campo e nem o poderoso Bakura o conseguiria derrotar. O sentimento de vingança corria-lhe pelas veias, ao sabor de uma adrenalina que não sentia há muito tempo. Não iria desapontar o seu senhor, que tanto trabalho tivera para o tirar daquele tormento.
- E agora, que vais fazer? – perguntou. – Não tens nada no teu baralho que me possa derrotar e nunca conseguirás enviar a última carta da Death Board para o cemitério a tempo. Admite a tua derrota.
Apesar do pânico, Bakura não admitiu o que quer que fosse. Tinha que dar a volta àquele duelo, custasse o que custasse.
- Minha vez. – Sacou. – Activo a minha carta virada para baixo: Spiritual Coffin. Agora, por cada demónio que remover do meu cemitério, recebo um Spirit Token (0/0) em modo de defesa. E eu removo dois.
Em jogo surgiram dois seres brancos como a neve e de forma indistinta e nebulosa.
- Isso não vai servir de nada – disse Bonz. – A habilidade especial da minha criatura permite-me atacar todos os monstros em campo.
- Mas os meus tokens também possuem uma habilidade – replicou Bakura. – Enquanto tiver um em campo, não poderás atacar outro demónio. E como tenho dois Spirit Tokens do meu lado do campo, ambos do tipo demónio, não poderás atacar nenhum dos dois.
» De seguida, invoco em campo o meu Nightmare Ghost (750/1500) em modo de defesa e termino a minha jogada.»
Uma criatura negra, parecida com um manto escuro com duas fendas avermelhadas, surgiu em campo. E enquanto tivesse aqueles dois tokens, a criatura de Bonz não o atacaria.
Bonz sacou.
- Mesmo sem te poder atacar, posso sempre arranjar uma forma de te atingir – bradou. – Vou colocar uma carta virada para baixo e terminar.
Bakura sacou e, automaticamente, Bonz largou um berro que quase o assustou:
- Activar armadilha: Underworld Circle. Agora ambos temos de descartar ambas as nossas mãos e trocar pelo mesmo número de cartas no nosso cemitério. E é o oponente quem escolhe quais cartas vão parar à mão do adversário.
Bonz cerrou os dentes, enquanto enviava as quatro cartas que tinha na mão para o cemitério. Sabia qual seria a estratégia de Bonz, estava espelhada naquele rosto esquelético e pálido.
- Bem… que cartas vou eu escolher do teu cemitério? – indagou Bonz, como se estivesse imerso em pensamentos. – Que tal as quatro cartas da Death Board?
Relutante, Bakura retirou-as do cemitério e segurou-as firmemente na mão. Naquele momento, as quatro caveiras desapareceram.
- Vamos – incitou o seu adversário. – Escolhe que cartas vou adicionar à minha mão. Só descartei três.
- A Violet Crystal, a Dark Tribute e a Polymerization – disse Bakura, não querendo dar monstros ao seu oponente. A Violet Crystal apenas aumentaria o poder de ataque e defesa de Aglaax em 300 pontos. A Dark Tribute obrigá-lo-ia a pagar pontos de vida. A Polymerization não lhe serviria de nada.
Bonz pegou as cartas, não denotando contentamento nem desilusão.
- E termino a minha jogada. – Não podia fazer mais nada, com aquelas cartas de volta na mão.
- Minha vez. Vou equipar o meu Aglaax com a Violet Crystal.

Aglaax, the Zombie Lord – 5500 ATK/5300 DEF

- De seguida, activo a carta mágica Tribute to the Doomed. Descartando uma carta da minha mão posso destruir uma criatura em campo. E eu escolho um dos teus Spirit Tokens.
» Agora o meu Aglaax poderá atacar todos os monstros em campo, começando pelo teu outro Spirit Token e fazendo-te perder 500 pontos de vida por cada monstro em modo de defesa destruído.»
Tanto o Token como o Nightmare Ghost foram destruídos pela espada dentada de Aglaax.

Bakura – 100

- Estás num aperto, não? – gracejou Bonz, rindo á gargalhada. – A vingança é terrível, não é? Devias ter pensado duas vezes antes de me teres prendido no Shadow Realm. Agora prepara-te para sofreres as consequências.
Mas Bakura ainda não estava vencido. O seu oponente estava mesmo mais forte que da última vez. Não sabia se conseguiria dar a volta àquele duelo, mas não podia perder. Não podia perder contra um Mestre da Escuridão quando tinha uma missão a cumprir.
Sacou.
- Jogo a Pot of Greed. Isso deixa-me sacar mais duas cartas. De seguida jogo a carta mágica Monster Reencarnation. Descartando uma carta da minha mão, posso recuperar um monstro do meu cemitério e adicioná-lo à minha mão. Por isso, descarto a Death Board – A para trazer de volta Newdoria. E invoco-o em modo de defesa. De seguida deixo quatro cartas viradas para baixo e termino.
- Que andas tu a tramar? – perguntou Bonz, divertido, enquanto via surgir uma caveira com a letra A no lado de Bakura. – Três dessas cartas são Death Board. Mas qual será a quarta? Terei de apostar com a carta mágica Mystical Space Typhoon.
Uma das cartas viradas para baixo de Bakura foi destruída. Bonz esperava que não fosse uma Death Board, mas ficou tremendamente desiludido quando viu uma nova caveira surgir em campo, com a letra H.
- Não interessa – comentou. – Com apenas 100 pontos de vida, não tarda vou acabar contigo. Aglaax, destrói o Newdoria e o resto dos seus pontos de vida!
- Espera só um momento – gritou Bakura. – Eu activo Emergency Provisions. E enviando as duas cartas viradas para baixo para o cemitério eu recupero 2000 pontos de vida.

Bakura – 2100

Naquele momento, mais duas caveiras surgiram em campo e a espada de Aglaax ceifou o Newdoria.

Bakura – 1600

- E agora a habilidade especial do Newdoria. Sempre que ele é destruído em batalha, eu posso escolher uma criatura do meu adversário e destruí-la.
- Oh não! – gemeu Bonz, vendo o seu zombie desaparecer. – Termino a minha jogada.
Bakura sorriu enquanto sacava.
- Vou jogar a carta mágica Card Spectrum – anunciou. – Com isto posso ir ao meu cemitério e recuperar uma carta mágica ou armadilha, contando que terei de a usar neste turno, porque se não o fizer perco 1000 pontos de vida e a carta é removida do jogo. E a carta que recupero é a Graceful Charity.
» Saco três cartas novas e descarto duas. Agora Bonz… – Sorriu diabolicamente, perante a expressão inquieta do seu adversário, – prepara-te para veres o que vai acontecer.»
De repente, surgiu do solo uma quinta caveira, com a letra T. Aterrorizado, Bonz viu as cinco caveiras levantar voo e planar-lhe por cima da cabeça, com os orbes a brilhar com uma luz branca, dando-lhes um ar fantasmagórico.
- Quando activamos as cinco cartas do Destiny Board – explicou Bakura, – ganhamos automaticamente o duelo. Quando as cinco cartas da Death Board estão no cemitério, o que acontece é… o mesmo.
Naquele momento, os cinco pares de orbes soltaram poderosos raios brancos que envolveram Bonz e o fizeram gritar de dor. Bonz caiu de joelhos no chão e olhou horrorizado para a mensagem que as caveiras lhe enviavam antes de todos os hologramas terem desaparecido: DEATH.
- A vitória é minha – declarou Bakura, avançando para Bonz, que se mantinha de joelhos. Agarrou-o pelos colarinhos e arrancou-lhe o Millenium Ring de dentro das vestes.
- Finalmente! – bradou, triunfante. – O Millenium Ring é novamente meu! – Gargalhava como um enlouquecido, quase não ouvindo os berros de sofrimento de Bonz, enquanto era envolvido pelas trevas e desaparecia lentamente para um fundo negro, de onde a sua voz não era mais ouvida.
Naquele instante, todas as trevas pertencentes ao Shadow Realm se dissiparam tão rapidamente como surgiram e Bakura viu-se novamente à entrada da taverna, sendo banhado pelo sol do início de tarde.
- Onde estiveste? – indagou a voz de Mai à sua direita. Bakura apressou-se a guardar a relíquia dentro da camisa, antes de se virar e se deparar com o rosto preocupado da rapariga.
- Encontrei-me com outro Mestre da Escuridão – respondeu ele, sucintamente. – Ele forçou-me a duelar no Shadow Realm.
Mai ficou ainda mais alarmada.
- Deves ter tido muito medo – disse, lembrando-se de todo aquele horror onde esteve presa depois do confronto que tivera contra Marik em Battle City. – Felizmente venceste-o.
- Sim, felizmente – repetiu Bakura, imergindo nos seus pensamentos…
“Amontut envia servos cada vez mais poderosos. Tenho de ter cuidado. Quem sabe quantos mais estão por vir. Se não conseguir chegar às finais o mais rápido possível pode ser que não passe do próximo confronto…”
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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime11/12/2011, 7:18 pm

quem é o próximo? Expa Roba?
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Guardian Angel

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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime12/12/2011, 11:31 am

darkblade2814 escreveu:
quem é o próximo? Expa Roba?

Não. O Duke diz no capítulo 5 que o Espa Roba não participa no campeonato.

Capítulo 18, voltando à floresta de Roninwood, onde se encontram o Joey e o Odion. O baralho do oponente de hoje é de Gladiator Beasts, só que na altura em que escrevi o capítulo eles ainda não tinham saído do Japão, por isso é que mantenho o nome original deles no duelo: Gladial Beasts.


Capítulo XVIII – Jullian, o Gladiador

Odion caminhava pela floresta, atento ao mais pequeno sinal de movimento. Desde o seu último encontro com um Mestre da Escuridão que receava que lhe caísse outro em cima para duelar. Ganhara de Kenshin mesmo à justa, mesmo quando estava prestes a perder tudo. Se não fossem aquelas cartadas finais…
Joey seguia-o de perto, com o seu olhar ainda fixo no solo. Ao que aparentava, o duelo contra o Mestre Samurai não lhe ensinara nada. Ainda mantinha a sua Pinta inicial e o seu baralho na bolsa. Era de admirar que ainda não tivesse desequipado o Duel Disk. Odion não voltara a falar com ele desde que lhe dera aquele soco, e ainda bem. Não sabia o que poderia sair-lhe ao ver tamanha demonstração de desinteresse e receio. Até se espantou consigo mesmo quando reflectiu sobre o que fizera ao pobre rapaz. Odion era calmo, demasiado calmo, e reprimia muito os seus sentimentos. Por isso o facto de ter explodido como um balão quando ouviu Joey dizer aquelas barbaridades.
Nenhum dos dois tinha fome, apesar de não comerem há horas. Toda aquela agitação fizera-lhes perder o apetite. As coisas estavam a aquecer e Odion sentia que estava a ser observado por todos os lados. Apesar de andar a passo largo, não sabia para onde ia, e temia perder-se no meio da floresta, que parecia tornar-se cada vez mais densa.
A maioria dos duelistas destacados para aquela Zona encontrava-se mais perto da orla da floresta, que parecia ter quilómetros de extensão. Odion seguia por um carreiro serpenteante, onde a vegetação era mais abundante e as árvores mais chegadas umas às outras. Sentia que estava a chegar cada vez mais perto ao centro da floresta, uma vez que o número de clareiras diminuía. Joey apenas seguia-o a uma distância que o permitisse ver o companheiro.
- Temos de os despistar – murmurava Odion constantemente. – Antes que nos caiam em cima.
- Para que estamos com este trabalho todo? – perguntou Joey, após meia hora de marcha acelerada. – Eles vão-nos encontrar, quer queiramos quer não.
O tom de voz era do mesmo miúdo amuado e desinteressado que começava a irritar Odion.
- Parados é que não podemos ficar – respondeu rude e sucintamente.
Por sorte não viu o ligeiro sorriso sarcástico de Joey, ou não sabia o que aconteceria.
- De que é que adianta cansarmo-nos? – questionou, metendo as mãos nos bolsos, expirando extenuadamente e abrandando o passo. – Há sempre um Mestre da Escuridão à espreita nas sombras, pronto para nos enfrentar.
Odion não se designou a responder.
- Eu venci o Striker à justa – continuou Joey. – Tu derrotaste o Kenshin também à justa… Quem garante que o próximo duelo nos vai correr melhor? Ou que conseguiremos fazer um brilharete como o que fizemos nos nossos duelos? Ou pode ser que nunca consigamos atingir os pontos de vida dos nossos oponentes, como quando enfrentei o Chrono. É melhor jogarmos a toalha, Odion. Estamos condenados…
- CALE-SE!!!! – berrou Odion a plenos pulmões, fazendo Joey estacar de susto. – Como pode dizer essas coisas? Onde está o duelista que me derrotou em Battle City e se tornou num dos quatro campeões? Onde está o jovem fanfarrão que conheci? Será que ele morreu depois do confronto com Chrono, e levou o espírito de duelista com ele? Como pode ser tão derrotista?
- Não sou eu que estou a tentar despistá-los – retorquiu Joey, que recuperou rapidamente do susto. – Mais cedo ou mais tarde estaremos acabados. Se o Yugi estivesse aqui poderia dar a volta à situação…
- Mas ele não está aqui, o que significa que teremos de ser nós a fazê-lo – disse Odion, olhando o rapaz odiosamente. – E eu nunca o conseguirei sozinho. Preciso da sua ajuda, Sr. Weeler. Saia desse tormento!
Mas Joey continuava a olhar o solo, como se a conversa não fosse consigo.
- Lamento muito, Odion – disse, levantando a cabeça e olhando o seu parceiro com uma expressão neutra. – Mas eu já joguei a toalha há muito tempo.
- Sr. Weeler… – Odion não podia acreditar no que estava a ouvir.
- Não vou mais duelar – declarou o rapaz, convictamente. – Desisto deste torneio. Estás por tua conta.
- Não…
Joey virou costas e começou a caminhar no sentido contrário, mantendo as mãos nos bolsos e a cabeça baixa, enquanto seguia a passo lento pelo carreiro, de volta à orla da floresta. Odion queria ir atrás dele, dizer qualquer coisa para o fazer mudar de ideias, mas parecia que Joey estava compenetrado na sua decisão. Então, Joey estacou, voltou-se e ficou a olhar para Odion, enquanto levava a mão ao baralho e sacava uma carta.
- Como já não estou mais no torneio – começou, – isso quer dizer que perdi a aposta que fizemos. Fica com a minha carta mais rara; já não preciso dela.
Lançou a carta aos pés de Odion, que reconheceu como sendo o Red Eyes Black Dragon.
- Sr. Weeler…
- Não vale a pena, Odion – disse Joey, virando novamente as costas. – Nada do que digas me vai fazer mudar de ideias. Oferecia-te o meu baralho todo, mas estas cartas são a única recordação boa que tenho dos meus tempos de campeão, mesmo que tenham sido tempos ilusórios…
» Boa sorte, Odion. Adeus.»

***

Eric Woodman observava um dos seus empregados na área de testes vestido com um Duel Suit. O homem encontrava-se no centro de uma espécie de arena circular, executando gesticulações fluidas, tentando fazer algo que nenhum dos pesquisadores conseguia ver a olho nu. O Duel Suit tinha uma cor escura e parecia ser muito apertado no corpo. O usuário parecia não ter quase nenhuma mobilidade, enquanto mexia os braços com uma visível dificuldade. O capacete parecia pesado, porque fazia várias vezes oscilar a cabeça do homem para os lados.
Um pouco acima, observando através de uma janela de vidros inquebráveis, uma equipa de pesquisadores olhava para monitores, que mostravam imagens holográficas provocadas pelo Duel Suit. Via que o usuário do fato estava com dificuldades em activar uma carta mágica, enquanto duelava contra um simulador de duelo virtual. Na verdade, aquele duelo apenas podia ser visualizado através daqueles monitores. Quem olhasse directamente para a arena apenas via uma pessoa, vestida com um estranho uniforme, a mimicar com dificuldade.
- Sr. Woodman, parece que o Jake tem problemas em activar aquela carta mágica – informou um dos pesquisadores, sem tirar os olhos do monitor. – Ele tem de mexer o dedo anelar da mão esquerda para o fazer, mas não tem mobilidade suficiente.
- O simulador encerrou a primeira Fase Principal – disse um outro. – Vai atacar e o Jake não tem nenhuma criatura em campo.
Eric nada dizia, mantendo o seu olhar no ecrã. Jake tinha apenas aquela carta mágica em campo, e o monstro do simulador, um Hyozanryu em modo de ataque. Uma coisa que ainda não tinham testado fora os efeitos que o ataque directo poderia causar a um usuário do Duel Suit. Os cientistas haviam adaptado sensores ao longo de todo o fato, de modo a que o utilizador pudesse sentir a força dos impactos, variando o grau de choque através dos pontos de ataque do ofensor. Hyozanryu tinha 2100 pontos de ataque, o que os pesquisadores afirmaram como sendo um embate de nível médio.
- O simulador vai ordenar o ataque – alertou o primeiro pesquisador. – O Jake não tem nada com que se defender…
- Então e aquela carta mágica? – indagou o segundo. – Já vimos que o vai ajudar contra o ataque do dragão.
- Então por que ele não a activa?
- Ele não consegue! – gritou um terceiro, quando o dragão começava a formar uma bola de energia entre as mandíbulas.
Eric via o pânico que começava a se gerar pela sala. Mantinha os olhos no monitor, quase sentindo o medo de Jake, que parecia petrificado.
- Jake, sai daí! – ordenou o primeiro pesquisador, activando o microfone e falando para a arena. – Desliga o Duel Suit!
Mas Jake tinha cada vez mais dificuldades em se movimentar. Foi então que o ataque do dragão se abateu sobre si. O seu corpo começou a estremecer violentamente, dando cerca de meia dúzia de passos para trás. Eric olhou horrorizado para a arena, chegando a tempo de ver Jake cair inanimado no chão frio e não mais se mexer.
- Rápido, desliguem o simulador! – ordenou veemente. – E chamem a equipa médica!
Não tardou para que Jake fosse deitado numa maca e levado à pressa pela equipa médica da Technological Industries. Os pesquisadores levavam as mãos às cabeças, martirizando-se por aquele aparentemente inofensivo teste ter corrido da pior maneira. Ao que parecia, o ataque de um monstro com 2100 pontos podia fazer um duelista perder os sentidos. Como seria se Hyozanryu tivesse o dobro do poder de ataque?
Ainda havia muito a fazer, e Eric estava cada vez mais desesperado…

***

Odion teria ido atrás de Joey, não fosse aquela figura caricata surgir-lhe diante do caminho. Parecia um gladiador romano, vestido com roupas antigas e típicas de um antigo guerreiro. Mesmo o pormenor da espada à cintura e o escudo redondo de metal às costas davam-lhe um ar convincente. O desconhecido havia tirado o capacete e o colocara debaixo do braço esquerdo. Odion pôde olhar então para a sua fronte e ver uma Ankh tatuada, parcialmente oculta por uma franja de cabelo loiro. Um Mestre da Escuridão.
- Em primeiro lugar – começou ele, com uma voz jovial, – queria dar-te os parabéns. O Kenshin era um adversário duro de roer, mas tu conseguiste tratar-lhe da saúde. Estou impressionado.
Odion nada disse. Mantinha-se na defensiva, segurando ainda a carta que Joey lhe entregara. Por um lado queria ir atrás dele. Mas agora que estava frente a frente com um dos lacaios de Amontut, fugir não lhe parecia opção.
- O meu nome é Jullian Czar, o Gladiador – apresentou-se o homem. – Sempre fui um apaixonado pela Roma Antiga e pelas batalhas que os gladiadores travavam nos coliseus. Não me teria tornado um duelista não fosse o Pegasus ter criado uma série de cartas especiais que retratam essas batalhas. São as Gladial Beasts. Já ouviste falar?
Odion nunca ouvira falar, mas também não teria de esperar muito para as ver em acção. Sem dizer uma única palavra, activou o seu Duel Disk e olhou para a carta do Red Eyes. Fora Joey quem lha entregara. Talvez usá-la não desequilibraria assim tanto o seu baralho. De certeza que teria algo que o pudesse ajudar a invocar aquele dragão.
- Estás com pressa de perder este duelo? – disse Jullian, activando também o seu Duel Disk e equipando-o com o seu baralho. – Vamos ver quem vai vencer quem nesta feroz batalha de gladiadores.
- Vamos parar com este falatório e duelar! – rosnou Odion, enraivecido.
- Duelo!!!

Jullian Czar – 4000
Odion Ishtar – 4000


- Eu começo – disse Jullian, sacando. – E vou activar uma carta mágica de campo, conhecida por Dungeon of the Gladial Beasts – Collosseum.
Naquele momento, todo o cenário da floresta foi substituído por uma enorme arena circular, toda em ruínas.
- Por enquanto não preciso de te explicar o seu efeito; sabê-lo-ás mais tarde, garanto-te. Agora invoco Slave Ape (700/300) em modo de defesa e termino a minha jogada.
Odion não se deixou levar pelo macaquinho com alguns componentes mecânicos afixados ao corpo.
- Minha vez. – Sacou. – Invoco o meu Sand Scorpion (900/900) em modo de ataque.
O escorpião das areias surgiu em campo, brandindo o seu ferrão ameaçadoramente.
- Ataca o Slave Ape!
O macaco não resistiu à ferroada do escorpião.
- Se viste o meu duelo com Kenshin, então sabes qual é a habilidade especial da minha criatura – disse Odion. – Agora perdes 500 pontos de vida e o meu escorpião ganha 500 pontos de ataque.
- Bom começo…

Jullian – 3500
Sand Scorpion – 1400 ATK


- Mas o meu Slave Ape tem uma habilidade especial. Quando ele é destruído em batalha, eu posso invocar especialmente um Gladial Beast do meu baralho, desde que tenha quatro estrelas ou menos. E eu chamo Gladial Beast Laquer (1800/400) em modo de ataque.
A criatura parecia um tigre com forma humana, embora tivesse um comprido chifre no meio dos olhos e surgisse rodeada por um anel de fogo.
- Deixo duas cartas viradas para baixo e termino – disse Odion, tentando não se impressionar com tamanha criatura, nem com o pequeno obelisco que surgiu do chão, do lado de Jullian.
- Eu saco! Deves estar a perguntar-te o que faz um obelisco no meu lado do campo. Sempre que uma criatura é invocada especialmente do meu deck, a minha Collosseum recebe um counter. Para cada counter que esta carta possuir os meus Gladial Beasts recebem mais 100 pontos de ataque e defesa.

Gladial Beast Laquer – 1900 ATK/500 DEF

- Agora, Laquer, destrói o Sand Scorpion!
A criatura formou uma bola de fogo entre as mãos e lançou-a contra o escorpião, que ardeu até nada restar.

Odion – 3500

- Activar armadilha! – bradou Odion. – Pot of Charity. Quando um dos meus monstros é destruído, esta carta permite-te sacar duas cartas do meu baralho.
- Nada mal – disse Jullian. – Mas prepara-te para o que vais presenciar agora. No fim da Fase de Batalha em que a minha criatura batalha, eu posso enviá-la de volta para o deck e invocar especialmente um Gladial Beast. E eu invoco Gladial Beast Dichaeri (1600/1200) em modo de ataque.
Em campo surgiu uma besta muito parecida com um minotauro, com protecções nos braços e um enorme corpanzil.
- E aí vem a melhor parte – disse Jullian, antes de surgir outro pequeno obelisco. – Graças a mais um counter, o meu monstro recebe 200 pontos de ataque e defesa.

Gladial Beast Dichaeri – 1800 ATK/1400 DEF

- Deixo agora duas cartas viradas para baixo e termino.
Odion sacou, perguntando-se ao mesmo tempo se conseguiria travar aquelas bestas. De cada vez que uma delas era invocada especialmente do baralho, aquele coliseu recebia um daqueles counters que aumentava o ataque e a defesa de cada Gladial Beast. Se isso continuasse assim, as criaturas de Jullian acabariam por ser imparáveis.
- Vou jogar mais duas cartas viradas para baixo.
- Eu sabia que não conseguirias grande coisa – ironizou Jullian. – Sabes de uma coisa muito engraçada? Quando o meu Dichaeri é invocado especialmente pelo efeito de uma Gladial Beast, ele tem a habilidade de atacar duas vezes no mesmo turno.
- Isso não é bom…
- Dichaeri, ataca-o directamente!
Urrando ameaçadoramente, a criatura de Jullian correu para cima de Odion.
- Activar armadilha: Judgement of Horus. Agora, descartando uma criatura da minha mão, eu posso negar o ataque de uma criatura oponente, desde que o monstro descartado tenha o mesmo atributo do atacante. Sabendo que o teu Dichaeri é do atributo Terra, eu descarto o meu The Rock Spirit para negar o teu ataque.
- Isso seria bom, mas eu também tenho uma armadilha – contradisse Jullian. – Parry. Quando esta armadilha é activada, eu posso enviar um Gladial Beast da minha mão para o meu baralho e negar a activação de uma carta armadilha e destruí-la. Quem é o melhor agora?
- Sou eu – respondeu Odion, sorrindo, – porque eu activo Trap Jammer. Quando o meu adversário activa uma carta armadilha na Fase de Batalha, esta carta pode negar a sua activação e destruí-la.
- Um bom movimento – amaldiçoou Jullian, vendo o seu monstro recuar. – Termino a minha jogada aqui.
- Minha vez. – Odion sacou. – O teu coliseu vai abaixo, pois eu activo Mystical Space Typhoon para o destruir…
- Activar armadilha – interveio Jullian. – Disarm. Retornando um Gladial Beast da minha mão para o meu baralho, posso negar uma carta mágica e destruí-la.
Mas Odion limitou-se a sorrir.
- Tal como eu pensava… caíste exactamente na minha armadilha…
- O que queres dizer?
- A minha carta mágica era o isco perfeito para que activasses a tua carta virada para baixo. A verdadeira carta que vai destruir o teu coliseu é esta: a minha virada para baixo, Dust Tornado. Ela pode destruir uma carta mágica ou armadilha do meu oponente.
Toda a estrutura do coliseu foi abaixo, incluindo os dois obeliscos.

Gladial Beast Dichaeri – 1600 ATK/1200 DEF

- Podes ter enfraquecido o meu monstro, mas não estás em melhor situação que antes – disse Jullian.
- É por isso que vou invocar o meu Black Scorpion (200/300) em modo de defesa e terminar com uma carta virada para baixo.
Jullian sacou, olhando para o escorpião negro que surgiu em campo.
- Vou atacar com o meu Dichaeri!
A criatura avançou ousadamente para o escorpião, destruindo-o com grande facilidade.
- Quando o meu Black Scorpion é destruído em modo de defesa, o meu oponente perde 500 pontos de vida.

Jullian – 3000

- Mas espero que não te tenhas esquecido que o meu Dichaeri pode atacar duas vezes na mesma Fase de Batalha.
Odion mal teve tempo de assimilar o que Jullian havia dito. O minotauro atingiu-o fortemente na barriga.

Odion – 1900

- E agora vem a parte melhor. Enviando o meu Dichaeri para o deck no final da Fase de Batalha, posso invocar especialmente um Gladial Beast do meu baralho. E apresento-te o meu Gladial Beast Alexander (2400/600) em modo de ataque.
Em campo surgiu uma espécie de leão com forma humana e duas asas douradas.
- E enquanto ele estiver virado para cima, não é afectado por cartas mágicas. É tudo.
- Minha vez. Vou colocar uma carta virada para baixo e terminar.
- Não tens muitas opções, pois não? – indagou Jullian, sacando. – Gladial Beast Alexander, ataca-o directamente!
- Activar Mirror Force! – bradou Odion. – Agora o teu monstro será aniquilado.
Alexander embateu numa barreira invisível e foi destruído. Jullian cerrou os dentes, enraivecido, mas a sua fúria não durou por muito tempo.
- Activo a mágica rápida Quick Summon. Agora posso invocar normalmente um monstro da minha mão. Como o meu Gladial Beast Secutor (400/300) em modo de ataque.
Um estranho réptil de forma humana surgiu em campo.
- Ataca-o directamente!
Desta vez, Odion nada pôde fazer, senão levar com o ataque da criatura.

Odion – 1500

- Agora, activo a habilidade típica dos Gladial Beasts. Enviando o meu Secutor para o deck no final da Fase de Batalha, posso invocar especialmente não um, mas dois Gladial Beasts.
- Dois? – repetiu Odion, incrédulo.
- Exacto. O meu Gladial Beast Bestorourii (1500/800) em modo de ataque e o meu Gladial Beast Hoplomos (700/2100) em modo de defesa.
Duas novas bestas: um pássaro com forma humana e uma magnífica armadura e um rinoceronte com forma humana e uma couraça protectora bem resistente.
- E agora, a cereja em cima do bolo: as suas habilidades especiais. Quando Bestorourii é invocado especialmente pelo efeito de um Gladial Beast, uma carta mágica ou armadilha é destruída. Por isso, diz adeus à tua carta virada para baixo.
- Raios…
- E a habilidade especial do meu Hoplomos: quando ele é invocado pelo mesmo efeito, a sua defesa aumenta para 2400 pontos.
» Agora termino a minha jogada.»
Odion sacou e avaliou a sua situação actual. O seu oponente tinha dois monstros em campo, sendo um deles ligeiramente fraco e outro com uma forte defesa. A sua mão não tinha monstros e não tinha muitas opções de escolha. A sua carta virada para baixo não o iria ajudar, a menos que tivesse uma criatura com mais de 1000 pontos de ataque do seu lado do campo. O que iria fazer?
- Vou colocar uma carta virada para baixo e terminar a minha vez – declarou.
- Estás feito – bradou Jullian, triunfante. – O meu Bestorourii tem 1500 pontos de ataque, exactamente o mesmo número de pontos de vida que te restam. Admite, desta vez foste eliminado. E vou também passar o Hoplomos para modo de ataque antes de te atacar com o Bestorourii.
A criatura avançou ousadamente para cima de Odion.
- Activar mágica rápida: Shrink. Ela reduz os pontos de ataque da tua criatura pela metade.

Gladial Beast Bestorourii – 750 ATK

- Mas isso não o impede de te atacar – lembrou o gladiador, quando Odion sentiu a pancada da criatura na barriga.

Odion – 750

- Tal como eu pensava, tu tinhas uma carta pronta para interceptar a minha criatura. Mas não te esqueças que o meu Hoplomos tem 700 pontos de ataque.
Odion voltou a gemer de dor quando sentiu a cornada que Hoplomos lhe desferiu na barriga.

Odion – 50

- Chegou a altura da habilidade especial própria de um Gladial Beast. Vou apenas enviar o Hoplomos para o meu baralho, pois só com ele posso invocar especialmente Gladial Beast Spartychus (2200/600) em modo de ataque.
Outra besta: um poderoso dinossauro com forma humana, segurando um enorme machado.
- Quando ele é invocado especialmente eu posso adicionar um Armaments of the Gladial Beasts à minha mão. Mas não é tudo. Agora vou fazer algo que nunca viste antes.
Odion recuou um passo. O que o seu oponente iria fazer agora?
- Não preciso da Polymerization para fundir os meus Gladial Beasts – explicou Jullian. – Só precisava de ter o Spartychus no meu campo para o poder fundir com outro Gladial Beast. Por isso, vou enviar o Spartychus e o Bestorourii para o meu deck para assim invocar Gladial Beast Geordias (2600/1500) em modo de ataque.
Ambas as criaturas se fundiram, para dar lugar a um enorme dinossauro gladiador, brandindo um gigantesco e tenebroso machado.
- E encerro a minha jogada.
Odion sacou, sentindo-se ao mesmo tempo intimidado com aquela aparição.
- Uma carta virada para baixo. É só.
- Vais ficar nisso o resto do duelo? – Jullian começava a perder a paciência. – Geordias, ataca-o directamente e acaba com este duelo!
- Não tão rápido – interrompeu Odion. – Eu activo Embodiment of Apophis. Com esta carta eu posso invocar uma criatura do tipo réptil com 1600 pontos de ataque e 1800 de defesa e colocá-la em modo de defesa.
- Se pensas que os teus pontos de vida estarão seguros com essa criatura em modo de defesa, desengana-te. Quando Geordias destrói um monstro e o envia para o cemitério, os pontos de defesa desse monstro são deduzidos dos pontos de vida do meu oponente. Estás acabado.
- Então chegou a altura de activar a minha outra virada para baixo: Judgement of Osíris. Ela só funciona quando tenho pelo menos uma criatura no meu lado do campo com 1000 pontos de ataque ou mais. Se a pontuação de ataque da criatura oponente for 1000 pontos de diferença ou mais, o teu ataque é negado.
Jullian amaldiçoou a sua sorte.
- Bem… parece que vou ter que mudar os planos – declarou. – No fim da Fase de Batalha, posso enviar o meu Geordias de volta para o deck de fusão e assim invocar dois Gladial Beasts do meu deck. Assim eu chamo o meu Gladial Beast Laquer (1800/400) e o Gladial Beast Murmillo (800/400), ambos em modo de ataque.
O tigre com forma humana voltou a surgir, juntamente com uma espécie bem esquisita de tritão.
- Quando o meu Laquer é invocado pelo efeito de um Gladial Beast, a sua pontuação de ataque sobe para 2100. E quando o meu Murmillo é invocado pelo mesmo efeito, uma criatura em campo é destruída. Por isso, diz adeus ao teu Apophis.
- Raios…
- Termino a minha jogada.
Odion não estava numa boa posição. Sem monstros no campo, apenas duas cartas na mão e com apenas 50 pontos de vida, não sabia como se conseguira aguentar tanto tempo. Aqueles Gladial Beasts eram esquivos. Sempre que Jullian atacava podia trocá-los por outros mais fortes. Ainda bem que já não tinha que se preocupar com aquele coliseu, ou podia muito bem ter perdido o duelo.
- Minha vez. – Sacou. Fosse qual fosse a estratégia do seu oponente, não lhe iria dar uma vitória fácil. – Activo a carta mágica Pot of Greed. Isso deixa-me sacar duas cartas novas. De seguida, activo Graceful Charity. Agora saco três cartas novas e descarto duas para o cemitério. De seguida, activo Trap Booster. Descartando uma carta, posso activar directamente uma carta armadilha da minha mão. Como Disgraceful Charity. Graças a esta carta posso recuperar todas as cartas que descartei neste turno. Assim, recupero as três que acabei de enviar para o cemitério, activando assim o efeito do meu Skeleton Scorpion (0/0). Quando ele retorna do cemitério para a minha mão eu posso invocá-lo especialmente para o campo.
Em campo surgiu o esqueleto de um escorpião.
- Ah, é verdade – lembrou Odion. – De cada vez que Skeleton Scorpion é invocado, seja de que forma for, o meu oponente recebe 500 pontos de dano.

Jullian – 2500

- Já posso sacar? – indagou o gladiador, visivelmente enfastiado.
- Ainda não. Agora posso sacrificar o meu Skeleton Scorpion e invocar Guardian of the Scorpion King (2000/1200) em modo de ataque.
Em campo surgiu um forte guerreiro, brandindo uma lança. O elmo que usava tinha a estranha forma de um escorpião.
- Ataca o Murmillo! – ordenou Odion.
O guerreiro avançou veemente, pronto a trespassar aquele tritão. Contudo, havia algo no sorriso de Jullian que não inspirava muita confiança.
- Cada vez que atacas com uma criatura, posso enviar esta carta mágica para o cemitério, o que só posso fazer quando tenho pelo menos um Gladial Beast no meu lado do campo – anunciou. – É chamada de Gladial Guard e quando é enviada para o cemitério, o seu efeito é activado, permitindo-me invocar um Gladial Guard Token (0/0) em modo de defesa do meu lado do campo. E o teu ataque é redireccionado para ele.
O guerreiro da lança fez um apertado arco na sua trajectória e desferiu uma lançada contra o pequeno guarda que surgira no campo de Jullian.
- Bem… coloco duas cartas viradas para baixo e termino a minha vez.
Jullian sacou.
- Já empatámos isto demasiado! – bradou, já sem paciência. – Chegou a hora de acabar com isto. Invoco ao campo Gladial Beast Bestorourii (1500/800) em modo de ataque.
- Esse outra vez não…
- Não te preocupes. Como ele não foi invocado pelo efeito de um Gladial Beast, não tens nada a temer. Na verdade, a minha intenção era fundir as três bestas que se encontram agora no meu lado do campo. Pois necessito do Laquer para isto. Por isso, enviando os Gladial Beasts Laquer, Murmillo e Bestorourii de volta para o deck, posso invocar a minha mais poderosa criatura. Cumprimenta o meu Gladial Beast Heraclenos (3000/2800).
Em campo surgiu uma poderosa besta guerreira, equipada com uma armadura, um grande escudo e um enorme machado. A criatura soltou um rugido que fez Odion recuar três passos.
- Estás pronto para a tua derrota? – indagou Jullian, sem parar de sorrir.
- Isso é que era bom – redarguiu Odion. – Pois eu activo Scale of Judgement. Agora eu escolho uma criatura em campo e enquanto esta carta ou essa criatura estiveram em jogo, criaturas com poder de ataque superior não podem entrar nem permanecer em campo. E eu escolho o meu Guardian of the Scorpion King.
Todavia, Jullian passou de um simples sorriso, a uma gargalhada maquiavélica.
- Acho que me esqueci de mencionar a habilidade especial da minha criatura. Enquanto o meu Heraclenos está em campo, basta descartar uma carta da minha mão para negar a activação de uma carta mágica ou armadilha e destruí-la.
- Oh não…
- Heraclenos, faz-me um favor e acaba com este duelo!
A besta guerreira correu a toda a velocidade em direcção à criatura de Odion.
- Lamento desiludir-te, mas a minha criatura também tem uma habilidade especial. Quando Guardian of the Scorpion King é atacado, ele passa automaticamente para modo de defesa.
O guerreiro ajoelhou-se mesmo a tempo de levar com a machadada que a besta gladiadora lhe desferiu.
- Termino a minha jogada – disse Jullian.
Odion sacou e mirou a única carta que tinha na mão. Estava num aperto. Graças à habilidade especial daquela criatura, não podia activar cartas mágicas ou armadilhas. O seu oponente tinha duas cartas na mão, o que chegava certamente para negar tanto a activação da carta que tinha na mão como a que já tinha em campo virada para baixo. Leu o texto da carta. Se calhar não precisava de a activar no campo, uma vez que o seu efeito só seria resolvido no cemitério. Uma ideia começava a formar-se.
- Graças ao efeito da minha carta mágica Silent Dispair, eu posso enviá-la da minha mão para o cemitério antes de terminar a minha vez.
- Não percebi o que acabaste de fazer, mas também não importa. – Jullian sacou. – Sem monstros no campo a tua derrota é inevitável… o quê?
Naquele momento, a zona do cemitério do Duel Disk de Odion começou a brilhar.
- O efeito do Silent Dispair é activado apenas na Fase de Espera do meu oponente – explicou Odion. – Só tenho de remover todos os monstros do meu cemitério e recebo um Grave Token (0/0) por cada um. Removo o Sand Scorpion, o The Rock Spirit, o Black Scorpion, o Skeleton Scorpion e o Guardian of the Scorpion King. Isso dá-me cinco tokens.
Em campo surgiram cinco lápides cinzentas.
- Por agora estou protegido – disse Odion, sorrindo.
- Não importa. Heraclenos, ataca um Grave Token!
O enorme machado destruiu uma das lápides.
- Termino a minha jogada.
Odion sacou.
- Termino aqui.
Foi a vez de Jullian sacar.
- Daqui a nada estarás a implorar para que acabe com o teu sofrimento. Heraclenos, destrói outro Grave Token.
Outra lápide foi destruída.
- É tudo.
Odion sacou e mirou a nova carta. Os seus olhos abriram-se ainda mais. Tinha em suas mãos a carta que Joey lhe havia entregue. O Red Eyes Black Dragon. Talvez fosse o destino. Poderia aquela carta ajudá-lo na batalha? Tinha mais uma carta na mão e avaliou a sua situação. Com um golpe de sorte talvez conseguisse virar aquele duelo.
- Chegou a altura do contra-ataque! – declarou. – Vou sacrificar dois Grave Tokens. Isso permite-me invocar a minha mais nova criatura: o Red Eyes Black Dragon (2400/2000) em modo de ataque.
Nesse momento surgiu em campo um feroz dragão negro de olhos avermelhados, soltando um rugido que ecoou pela floresta inteira. Jullian não parecia intimidado.
- Caso não tenhas reparado, a minha criatura é 600 pontos de ataque mais poderosa que a tua – disse. – Com apenas 50 pontos de vida não vais aguentar. E lembra-te que o meu Heraclenos nega os efeitos de cartas mágicas e armadilhas enquanto tiver cartas para descartar.
- Eu sei disso tudo – interrompeu Odion. – Mas não há crise. Enquanto eu tenho o Silent Dispair no meu cemitério e um Grave Token no meu lado do campo, posso activar o segundo efeito da minha carta mágica. Sacrificando o meu token, posso tornar uma carta mágica ou armadilha imune aos efeitos que anulam a sua activação.
- O quê? – Jullian não estava à espera daquela jogada.
- Activo a minha carta virada para baixo: Copy Trap. Esta carta permite-me remover uma carta armadilha do meu cemitério e, em troca, esta carta recebe os efeitos da armadilha que eu removi. E eu escolho a Scale of Judgement.
- Não… – Jullian começava a suar por todos os lados. Algo lhe dizia que as coisas não iriam correr bem para o seu lado.
- Agora eu escolho uma criatura em campo, e enquanto essa criatura estiver em jogo, nenhuma criatura com pontuação de ataque superior pode permanecer no campo – continuou Odion, ignorando a expressão assustada do seu oponente. – Já deves saber qual vou escolher. O meu Red Eyes Black Dragon.
Sem que nada pudesse fazer contra, Jullian viu o seu Heraclenos desaparecer numa poderosa bola de fogo. Agora o seu lado do campo não tinha nada. Nem monstros, magias ou armadilhas. Estava completamente desprotegido para um ataque directo. Mas foi então que deu uma olhada ao seu Duel Disk e viu os seus pontos de vida. 2500. O poder de ataque do Red Eyes não chegava para lhe dizimar os pontos todos. Mesmo recebendo um ataque directo ainda teria 100 pontos. E no seu próximo turno daria a volta com as cartas que tinha na mão.
Sorriu quase imperceptivelmente. Um sorriso que não passou despercebido aos olhos do seu oponente.
- Se pensas que te vou atacar com a minha criatura, desengana-te – disse, fazendo desvanecer o sorriso de Jullian. – Não te vou atacar. Não antes de activar a carta mágica Negative Energy Generator. Esta carta triplica os pontos de ataque de uma criatura de atributo Trevas.
- Oh não…

Red Eyes Black Dragon – 7200 ATK

- Red Eyes, ataca-o directamente! – bradou Odion.
O dragão negro formou uma enorme bola de fogo na boca, antes de a lançar com todo o vigor contra Jullian. O gladiador berrou de dor quando sentiu todo aquele poder atingi-lo.

Jullian – 0

Odion desactivou o seu Duel Disk e mirou o seu ex-oponente. Jullian deixou-se cair de joelhos, olhando um ponto imaginário acima da cabeça de Odion, como se houvesse uma figura gigantesca atrás dele. Havia pavor no seu olhar, a respiração estava cada vez mais acelerada. De repente caiu para o lado e começou a rebolar pelo chão, agarrado à cabeça, como se algo se tivesse apossado da sua mente. Odion deixou-se estar, sem vontade nenhuma de o ajudar, deixando-o entregue ao seu destino.
Não tardou para que Jullian parasse de rolar e ficasse caído no meio da clareira, com um olhar vidrado. Odion não deixou de sorrir. Mais um Mestre da Escuridão derrotado…
Paralisou o seu sorriso quando ouviu alguém atrás de si a bater palmas, juntamente com um riso maquiavélico. Odion voltou-se e deu de caras com uma figura encapuçada, toda vestida de negro. As suas mãos descarnadas continuavam incessantemente a bater palmas.
- Parabéns, Odion Ishtar – disse o estranho, parando de bater as palmas e enfiando as mãos nos bolsos. A sua voz era cavernosa e arrastada. – Bom duelo. Arrasaste com o idiota do Jullian e o seu deck de Gladial Beasts.
Odion não falou. Limitava-se apenas a baralhar o seu deck, antes de o equipar no Duel Disk. Não havia dúvida que estava frente-a-frente com outro Mestre da Escuridão. Afinal o Weeler tinha razão. Eles estavam mesmo em cima deles.
- Queres enfrentar-me? – O estranho riu à gargalhada. – Receio que não tenhas hipótese. Eu sou o mais poderoso dos doze Mestres da Escuridão. Derrotar-me é uma tarefa impossível. Queres uma demonstração?
De repente, da penumbra do seu capuz, surgiu uma forte luz, um clarão com a forma de uma Ankh.
- Prepara-te para o teu pior pesadelo – disse ele, a sua voz mais grossa e mais ameaçadora. – Quando entras no Mundo das Trevas não há como sair…

***

Joey estava quase a chegar aos limites da floresta. Caminhava pelo carreiro de terra batida, completamente cabisbaixo, ignorando os duelos que se sucediam à sua volta. Assim que saísse da floresta dirigir-se-ia às autoridades do campeonato e declararia a sua desistência.
Sabia que não tinha mais lugar ali no campeonato. Perdera contra Chrono de uma forma rude e impiedosa. Segundo Marik, os Mestres da Escuridão eram habilidosos duelistas, que nunca perdiam. Como conseguira vencer Striker, ainda desconhecia, mas quando foi derrotado por um campeão intercontinental, que não fazia parte do Culto da Morte, teve de admitir que as suas hipóteses de conservar a alma até ao fim do campeonato eram praticamente nulas.
Olhou para a Manopla e viu a Pinta brilhante reluzir para ele. Valeria a pena mantê-la? Não se podia livrar dela assim tão facilmente, teria de perder um duelo. Só assim estaria fora. Sabia que iria desiludir os seus amigos, mas de que servia ajudá-los quando corria o risco de ficar sem alma?
“Desculpa, Yugi, mas não posso continuar…” voltou a pensar, pela centésima vez desde que perdera contra Chrono.
Naquele momento ouviu uma risada. Um riso bem familiar, pertencente a alguém que conhecera no passado. Joey levantou a cabeça, reconhecendo aquela voz.
- Olha se não é o Weeler… – disse a voz. Joey olhou à esquerda e viu surgir um homem alto e forte. Os óculos escuros ocultavam-lhe os olhos, mas não a barba por fazer. Um lenço estava amarrado à cabeça, com as cores e desenhos da bandeira da América. Usava um Duel Disk e na Manopla brilhavam seis Pintas.
- Não sabia que tinha vindo parar à mesma Zona que tu – disse Bandit Keith, sorrindo. – Esperava encontrar-te mas não tão cedo. Não estás contente por me ver?
Joey não respondeu, mas adivinhou que viriam aí sarilhos. E dos grandes…
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darkblade2814

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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime12/12/2011, 12:11 pm

deopis do Bandit vem quem o Panick ou os irmãos Paradoxo
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Guardian Angel

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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime15/12/2011, 7:34 am

darkblade2814 escreveu:
deopis do Bandit vem quem o Panick ou os irmãos Paradoxo

Nenhum desses está a participar no campeonato. Na altura em que comecei a escrever esta fanfic nem me lembrei deles.

Mais um capítulo.


Capítulo XIX – O Deck Supremo das Máquinas

- Deixa-me em paz, Keith! – pediu Joey, olhando-o com um ar neutro. – Não há nada para tratar contigo.
Bandit Keith chicoteou a cabeça para trás e começou a gargalhar em voz alta.
- Não estás em condições de exigir algo assim, Weeler – redarguiu, divertido. – Já que te encontrei, vamos ajustar contas. Da última vez que nos encontrámos, tu e aquele maldito Pegasus me humilharam. Mas desta vez vai ser diferente. Agora não tens os teus amiguinhos para te apoiarem.
Joey continuava neutro. Sabia que Keith iria desafiá-lo para um duelo, e se assim fosse só teria de recusar. Já desistira do campeonato, não tinha mais que duelar.
- Vamos a um duelo – propôs Keith, activando o seu Duel Disk. – E, como podes ver, já tenho seis Pintas na minha Manopla… Oh, mas o que é isto? – Joey não podia ver os olhos do seu interlocutor, mas adivinhava que ele olhava para a sua Manopla. – Apenas uma Pinta? Mas o que te aconteceu?
- Desisti do campeonato – respondeu Joey, sucintamente.
Mais uma gargalhada bem sonora de Keith.
- Desistir? Tu?... Por favor… – dizia, entre risos. – Tu estiveste entre os melhores em Duelist Kingdom. Derrotaste-me… Estive este tempo todo a melhorar o meu deck para quando nos voltássemos a encontrar. Tu nem penses em virar-me as costas agora. ESTÁ NA HORA DA VINGANÇA!!! – bradou, enquanto sacava cinco cartas do baralho.
- Vamos!!! Activa o teu Duel Disk!
Joey não obedeceu. Mas será que aquele americano era surdo? Ele desistira. Não tinha mais motivação para duelar. Fazê-lo seria completamente inútil. Mais valia entregar logo a sua Pinta ao Keith para que ele o deixasse em paz.
- Eu já disse que desisti dos duelos – disse. – Mas se queres a minha Pinta – Desencaixou a moeda dourada da luva e atirou-a aos pés de Keith, – aqui a tens.
Julgava que com isso, Keith o deixasse em paz. Mas mal lhe virou as costas, ouviu um grito odioso que ecoou ainda mais que as gargalhadas.
- VOLTA AQUI, WEELER! Eu disse que íamos duelar! Nem penses que me vais insultar desta maneira. Vou-te humilhar da mesma forma como fizeste comigo. Vais provar o sabor da derrota.
Mas Joey não lhe ligava nenhuma.
- És o maior cobarde que alguma vez vi, Weeler… Tenho vergonha de ter perdido com um tipo tão patético como tu.
Joey estacou o passo. Algo dentro de si começava a fervilhar. O que é que Keith acabara de lhe chamar?
- Nem és digno de ser chamado de duelista – continuou o americano. – És uma vergonha para todos os duelistas. Eu posso ter sido um embusteiro durante o nosso duelo, mas nunca recuei. Agora tu… atirares a tua Pinta fora e renegares o meu desafio… Só mostra o fraco que te tornaste…
A mão direita do jovem fechou-se, apertando-se cada vez mais. Joey sentia uma pontada de raiva a agitar-se dentro de si, como um vulcão em vias de erupção. Por mais que tentasse rejeitar o Duel Monsters, o duelista dentro de si continuava ainda bem vivo, e o Joey de antigamente odiava ser chamado de cobarde. Os dentes rilhavam uns nos outros. A sua vontade era partir a cara de Keith, mas isso já eram pensamentos de um Joey ainda mais antigo. Ele renegara os duelos, mas havia uma vontade inalterável de activar o seu Duel Disk e fazer o Keith engolir o que dissera.
Voltou-se para o americano e activou o Duel Disk, inserindo o baralho na abertura. Foi então que se lembrou de algo que o alarmou: dera o seu Red Eyes Black Dragon a Odion. Teria de lidar com a situação sem ele. Podia ser que conseguisse vencer o duelo…
- Estou a ver que mudaste de ideias. – Keith sorriu. – Afinal não és tão cobarde como eu pensava.
- Isto não tem nada a ver com o campeonato – rosnou Joey. – Vou-te fazer pagar pelo que disseste. Prepara-te para caíres novamente perante o meu deck.
Havia uma raiva em si que não era natural, mas isso só mesmo os seus amigos notariam. Joey sentia-se encolerizado; os seus olhos mostravam um brilho maquiavélico e a sua respiração estava estranhamente acelerada, assim como a adrenalina que ia crescendo dentro de si.
- Vamos a isto? – indagou Keith, divertido. – Prepara-te para o que o meu deck te reserva.
- Duelo!!!

Bandit Keith – 4000
Joey Weeler – 4000


- Eu começo a partida. – Keith sacou. – Vou começar por invocar Ground Attacker Bugroth (1500/1000) em modo de ataque. Mas não é tudo. De seguida, activo a carta mágica Trap Booster. Descartando uma carta, posso activar uma carta armadilha directamente da minha mão. Como Ultimate Offering. Com esta carta, posso fazer uma invocação normal a mais, desde que pague 500 pontos de vida de cada vez que o fizer. Mas ainda não terminei. Agora, sacrifico 500 pontos de vida para invocar Mechanicalchaser (1850/800) em modo de ataque. E equipo-o com a carta mágica Ring of Magnetism. Quando esta carta equipa um monstro, ele torna-se no alvo principal do meu adversário. Termino a minha jogada.

Bandit Keith – 3500

Joey não ligou nenhuma àquelas duas máquinas no campo, apesar de saber que teria de atacar a mais poderosa, que tinha quase 2000 pontos de ataque. Mas o duelo ainda estava no início.
- Jogo Panther Warrior (2000/1600) em modo de ataque. A tua sorte é que ele só pode atacar se eu sacrificar uma criatura do meu lado do campo. Mas não importa, porque agora a minha criatura é a mais forte do jogo. Mas por via das dúvidas, coloco duas cartas viradas para baixo antes de terminar.
Keith sacou, mirou a carta e sorriu de contentamento.
- Importas-te que te corrija? – indagou. – O teu monstro era o mais forte em campo. Vou sacrificar os meus dois monstros para invocar o meu poderoso Barrel Dragon (2600/2200) em modo de ataque.
Em campo surgiu uma nova máquina, parecida com um dragão de metal e três enormes revolveres luminosos no lugar dos braços e da cabeça.
- Agora posso activar a habilidade especial da minha máquina. Eu lanço três vezes uma moeda ao ar, e se me calharem pelo menos duas caras podes dizer adeus à tua criatura.
Joey via Keith tirar uma moeda do bolso. Sabia que seria uma jogada de sorte. Seria pouco provável ele tirar duas caras. Contudo, não era impossível.
Keith atirou a moeda ao ar e apanhou-a, transferindo-a imediatamente para as costas da mão esquerda. Sorriu quando viu a face voltada para cima.
- Cara.
Joey engoliu em seco. Não havia razão para entrar em pânico. Faltavam ainda dois lances e não havia hipótese de o seu oponente usar a habilidade especial da sua criatura naquele turno… esperava.
- Oh… coroa – disse Keith, depois do segundo lançamento.
Havia 50% de probabilidades de Keith tirar uma cara no lançamento seguinte, o que dava um certo desconforto a Joey.
E de facto…
- Cara!!! – bradou Keith, triunfante. – Podes dizer adeus ao teu Panther Warrior.
O dragão apontou as três armas para o guerreiro pantera de Joey e lançou três poderosos lasers que dizimaram com a pobre criatura de Joey.
- Agora, Barrel Dragon, ataca-o directamente!
Desta vez, os três revolveres do dragão apontaram directamente para o jovem. Mas ele estava prevenido…
- Activo a minha carta virada para baixo: Skull Dice. Agora um dado é lançado e os pontos de ataque da tua criatura serão divididos pelo resultado que sair.
Uma criaturazinha demoníaca surgiu, segurando um dado avermelhado, que não tardou a lançar. Quando o dado parou, havia duas pintas viradas para cima.
- O ataque da tua criatura é reduzido a metade – anunciou Joey.

Barrel Dragon – 1300 ATK

- Mas isso não impede que leves na mesma com o prejuízo de batalha – retorquiu Keith, vendo Joey apanhar com três poderosos lasers.

Joey – 2700

- Encerro por agora. No meu próximo turno estará tudo terminado.
Joey colocou a mão no topo do baralho e preparou-se para sacar. Se não tirasse nada bom para manter aquela criatura afastada dos seus pontos de vida, aquele podia muito bem ser o seu último turno.

***

A Central da Base de Dados da Technological Industries era conhecida pelos funcionários como o “cérebro” da empresa. Era uma enorme sala com centenas de computadores online, captando e analisando cada duelo que estava a decorrer no campeonato. Centenas de peritos miravam os monitores, tentando obter informações sobre os duelistas, assim como procurar por alguma infracção que passasse despercebida aos olhos das autoridades. Conseguiam também saber quando um duelista usava uma carta ilegal, ou pirateada, procedendo à sua detenção e desqualificação. Desde que o torneio tivera início, já sete duelistas tentaram fazer batota, e todos foram desclassificados. De resto, tudo estava a correr às mil maravilhas.
Havia apenas um computador que recebia as informações dos duelistas qualificados para final e era o que menos trabalhava. A sua usuária, chamada Mary Connor, bocejou pela décima vez naquele dia, enquanto olhava para um ecrã parado, à espera de outra qualificação. Desviando os olhos do monitor, notou nos seus colegas a trabalhar incessantemente em todos os outros computadores, invejando-os por estarem a trabalhar mais do que ela. Mary era das poucas pessoas que tinha uma ideia contrária no conceito de trabalho. Enquanto a maioria dos peritos ansiava pelo término do campeonato para poderem descansar, Mary almejava trabalhar mais, ficar ocupada o dia inteiro. Detestava aquele cargo que lhe haviam posto.
- Então, mais algum campeão? – perguntou uma voz masculina atrás dela. Mary desviou novamente os olhos do ecrã e sorriu para o seu colega Jonathan Miller. Jonathan segurava uma caneca na mão direita e ia bebericando do conteúdo, enquanto mirava o monitor.
- Eh… nada de novo?
- Como podes ver – disse Mary, espreguiçando-se. – É uma seca. Estes duelistas não sabem mesmo como jogar.
Jonathan deu uma olhada na lista de duelistas que compunham os finalistas.
- Até agora já temos um tal de Jason Yuki, Mai Valentine, Seto Kaiba, Damon Cloud e Chrono Oyamada… É estranho…
- O que é que é estranho? – perguntou Mary, sem compreender.
- Estava a contar que o tão famoso Rei dos Jogos, Yugi Mutou já se tivesse inscrito nas finais.
- Também ainda faltam onze finalistas. Talvez ele ainda apareça por aí. Afinal, por que é que estás aqui? Não devias estar a trabalhar?
- Pedi ao Barry para me substituir por uns minutos – respondeu Jonathan, puxando uma cadeira e sentando-se junto de Mary. – Vim aqui ver se estavas bem.
- Estou a morrer de tédio… – foi a resposta de Mary.
Jonathan sorriu, mas não deixou de sentir um certo nervosismo.
- Bem… estava aqui a pensar… não quer dizer nada… aliás, foi só um pensamento… não serias obrigada a pensar da mesma forma…
- Do que é que estás a falar? – perguntou ela, confusa.
- Hã… queria saber… se esta noite não tiveres nada que fazer… e se não te apetecesse fazer um serão sozinha…
- Jonathan Miller, e eu que pensava que o Duel Monsters era difícil de compreender – disse ela. – Não estarás por acaso a convidar-me para sair?
Jonathan corou e coçou a nuca, envergonhado.
- Bem, eu…
- Adorava.
Jonathan olhou para Mary e viu-a sorrir. Sentindo-se mais aliviado, sorriu também. Então, voltando à realidade, olhou para o relógio e arregalou os olhos.
- Bem, é melhor ir antes que o Barry me esfole vivo – disse, levantando-se. – Passo por tua casa às oito?
Mary acenou e voltou a olhar o monitor. Nesse momento, abriu os olhos perante a nova informação que lhe chegava.
- Jonathan, olha – pediu, chamando a atenção do homem. Jonathan debruçou-se para a frente, tentando ver o que Mary notara.
- É só mais um duelista – declarou.
- Pois, mas olha para o nome dele.
Ambos viram o nome do sexto finalista, estranhando o facto de tão esquisita alcunha figurar entre os dezasseis melhores.
Duelista Mascarado.
- Mas quem será este? – indagou Mary. – E que nome esquisito…
- Não faz parte da base de dados dos duelistas convidados – disse Jonathan. – Eu lembrar-me-ia de um nome assim se o tivesse lido antes.
- Mas se não faz parte da base de dados, como é que o nome dele aparece aqui? Mesmo que tivesse falsificado o convite, já não haveria tempo para a inscrição.
Ambos ficaram a olhar para o monitor, perguntando-se quem seria esse duelista mascarado. Nunca tinham ouvido falar dele, e até tinham alguma curiosidade em saber como ele conseguira se inscrever no campeonato a tempo. Ficaram a pensar durante minutos, nem ligando quando mais dois nomes surgiram na tela, pertencentes a um tal de Marik Ishtar e Duke Devlin. Ficaram tanto tempo ali, que Barry surgiu junto deles, zangado, pedindo que Jonathan voltasse para o seu computador, coisa que este acabou por fazer, deixando Mary entregue aos seu pensamentos.

***

- Saco! – bradou Joey. – Invoco Swordsman of Landstar (500/1200) em modo de ataque.
Uma pequenina criatura, segurando uma pequena espada apareceu.
- De seguida, activo a carta mágica Shield & Sword, que troca as pontuações de ataque e defesa de todos os monstros em campo.

Barrel Dragon – 2200 ATK/2600 DEF
Swordsman of Landstar – 1200 ATK/500 DEF


- Isso não muda nada – comentou Keith, bocejando.
- Mas vai mudar, depois de activar a minha segunda carta virada para baixo: Graceful Dice. Vou lançar um dado e o ataque da minha criatura será multiplicado pelo resultado.
Uma minúscula criaturinha segurando um grande dado azul apareceu e o lançou ao ar. O dado rolou pelo campo, entre ambos os monstros, antes de parar e exibir quatro pintas na face de cima.
- O ataque da minha criatura será quadruplicado – disse Joey, sorrindo, perante o ar desconfortável de Keith.

Swordsman of Landstar – 4800 ATK

- Ataca o Barrel Dragon!
Dando um incrivelmente impetuoso salto, a criatura de Joey avançou para o dragão de Keith e ceifou-o ao meio com grande facilidade.

Keith – 900[/b]

- Coloco uma carta virada para baixo – continuou Joey, – e activo a carta mágica Life Drain. Agora sacrifico o meu Swordsman e recebo pontos de vida iguais aos pontos de ataque dele.

Joey – 7500

- Termino a minha vez.
Keith cerrou os dentes, enraivecido. O seu oponente estava a recuperar melhor do que imaginava. Sem cartas na mão, era apenas uma questão de tempo até Joey o derrotar.
- Activo a carta mágica Pot of Greed – anunciou. – Isso deixa-me sacar duas cartas novas. De seguida, invoco uma das minhas mais novas criaturas: Machine Neutralizer (300/100) em modo de ataque.
Uma espécie de soldado robótico, erguendo uma espécie de metralhadora anexada em ambos os braços.
- Ataca o Weeler directamente!
Joey mirou a carta virada para baixo, mas vendo a insignificância de pontos de ataque daquela criatura, concluiu que não valia a pena revelá-la. Decidiu então aguentar o ataque de múltiplas balas virtuais.

Joey – 7200

- Deixo uma carta virada para baixo – disse Keith. – Termino a minha jogada. Na Fase Final do meu turno, o meu Machine Neutralizer recebe um Circuit Counter. Por cada counter ele ganha 1000 pontos de ataque e defesa (1300/1100).
- Minha vez – bradou Joey.
- E eu activo a minha carta virada para baixo: DNA Surgery – interrompeu Keith. – Agora escolho um tipo de monstro, e enquanto esta carta estiver em campo, todos os monstros que entrem em jogo tornam-se no tipo que eu escolher. E eu escolho o tipo máquina. Podes continuar.
- Muito bem. Activo a carta mágica Premature Burial. Agora pago 800 pontos de vida e recupero uma criatura do cemitério. Como o meu Panther Warrior (2000/1600).
O guerreiro pantera reapareceu.

Joey – 6400

- Agora activo a minha carta virada para baixo: Scapegoat. Isto cria quatro Sheep Tokens em modo de defesa no meu lado do campo.
Quatro pequenos bodes coloridos surgiram em campo.
- O meu guerreiro pantera não pode atacar a menos que sacrifique uma criatura do meu lado do campo. É por isso que vou sacrificar um dos meus tokens e o meu Panther Warrior poderá atacar.
Um dos bodes desapareceu e o guerreiro pantera brandiu a espada antes de avançar a fundo contra a criatura de Keith. Porém, este parecia esperar algo assim, uma vez que surgira um sorriso no seu semblante.
- Lembra-te que a minha carta DNA Surgery está em campo. O teu Panther Warrior agora é do tipo máquina.
- E o que isso quer dizer? – perguntou Joey. – Não muda o facto de a minha criatura ser mais poderosa que a tua.
- Mas o meu Machine Neutralizer possui uma habilidade especial muito peculiar. Quando é atacado por uma criatura do tipo máquina, o meu monstro pode reduzir os pontos de ataque dessa mesma criatura a zero.
- O quê?
A máquina de Keith apontou as metralhadoras ao Panther Warrior e disparou uma saraivada de tiros que o dizimou.

Joey – 5100

Joey abriu os olhos, espantado. Perdera mais uma vez um dos seus monstros mais poderosos. Mas teria de pensar numa solução. Por enquanto, os seus três restantes bodes iriam aguentar os seus pontos de vida por um tempo.
- Termino o meu turno.
- Lembra-te que na Fase Final do turno em que o meu monstro causa dano de batalha nos pontos de vida do meu adversário, ele recebe mais um counter, aumentando-lhe mais 1000 pontos de ataque e defesa (2300/2100).
» Minha vez. – Sacou e sorriu novamente. – Activo a carta mágica Machine Conversion Factory para equipar no meu Machine Neutralizer e aumentar os seus pontos de ataque e defesa em 300 pontos (2600/2400).
» Machine Neutralizer, ataca um dos bodes!»
As múltiplas balas eliminaram um dos restantes bodes. Joey tinha neste momento dois.
Joey sacou.
- Passo a minha vez – disse, mirando a Polymerization na mão. – Não há nada que eu possa fazer agora.
Keith sacou.
- Machine Neutralizer, ataca outro token! – bradou, fazendo com que outro bode fosse destruído.
Vendo que o seu oponente não iria fazer nada com a carta que havia sacado, Joey tomou a iniciativa.
- Invoco Gearfreed the Iron Knight (1800/1600) em modo de defesa e termino.
O guerreiro de ferro surgiu em jogo.
- Não tens muitas opções, pois não? – indagou Keith, sacando. – Activo a carta mágica Machine Germs. Agora todas as máquinas em jogo serão destruídas. E por cada monstro destruído perdemos 500 pontos de vida.
- Mas a tua criatura também será destruída – disse Joey, não compreendendo o porquê daquela jogada.
- É por isso que vou activar a mágica rápida Antivírus. Quando um monstro do tipo máquina do meu lado do campo é alvo dos efeitos de uma carta mágica ou armadilha que o possa destruir, esta carta protege-o desses efeitos.
Contudo, o mesmo não se podia dizer do bode e do Gearfreed de Joey, que desapareceram em duas grandes explosões.

Joey – 4100

- Agora, Machine Neutralizer, ataca-o directamente!
Mais uma vez, Joey gemeu de dor quando sentiu as muitas balas disparadas pelas metralhadoras da máquina.

Joey – 1500

- Termino a minha jogada – disse Bandit, sem parar de sorrir. – E lembra-te: na Fase Final em que o meu oponente recebe dano de batalha da minha criatura, um novo Circuit Counter aparece para dar ao meu Machine Neutralizer um reforço de 1000 pontos de ataque e defesa (3600/3400). Prepara-te para perder, Weeler.
Joey estava mesmo num aperto. Tinha de tirar pelo menos um monstro para se aguentar até à próxima jogada. Apenas tinha uma carta na mão, a Polymerization, que de nada lhe servia. Mas não iria entregar o jogo tão facilmente. Iria lutar até ao fim.
- Saco. – Mirou a carta e respirou de alívio. – Invoco Goblin Attack Force (2300/0) em modo de defesa. E é só.
Um pequeno grupo de goblins surgiu em jogo, brandindo as suas mocas.
- Só sabes jogar criaturas em modo de defesa? – perguntou Keith, sacando. – Isto assim vai se tornar muito chato. Machine Neutralizer, ataca os monstros do Weeler!
Os goblins não resistiram à nova descarga de tiros.
- Coloco esta carta virada para baixo e encerro a minha vez.
- E inicio a minha – bradou Joey. – Jogo a carta Pot of Greed, para sacar duas cartas novas. De seguida, invoco Rocket Warrior (1500/1300) em modo de defesa. E por fim, jogo uma carta virada para baixo e termino.
Keith sacou.
- Activar carta virada para baixo: Machine Replication. Agora, sacrificando metade dos meus pontos de vida, posso criar um Token com as mesmas habilidades e pontos de ataque e defesa que um dos meus monstros em campo.

Keith – 450

Em campo surgiu uma réplica exacta do Machine Neutralizer.
- Agora, depois de destruir esse teu monstrinho patético, poderei atacar-te directamente e acabar com este duelo. Token, ataca o Rocket Warrior!
- Activar Negate Attack. A tua Fase de Batalha termina – bradou Joey.
- Parece que conseguiste adiar a tua derrota – disse Keith, colocando uma carta virada para baixo. – Mas não o vais conseguir por muito tempo.
Joey sacou e sorriu. Talvez ainda houvesse uma esperança. Só deveria jogar aquela carta.
- Activo a carta mágica Snatch Steal – anunciou, sorrindo, perante a expressão alarmada do seu oponente. – Agora eu escolho uma criatura do teu lado do campo e posso controlá-la. E eu escolho o teu Machine Neutralizer.
- Não pode ser! – bradou Keith, enquanto via um laço luminoso dirigir-se à sua criatura. Contudo, a sua expressão inquietada mudou subitamente para um semblante risonho. – Activo Two-Pronged Attack. Agora escolho duas criaturas do meu lado do campo e uso-as para destruir uma criatura oponente. Por isso, vou sacrificar o meu Machine Neutralizer e o meu Token para eliminar o teu Rocket Warrior. E assim a tua carta mágica perde o efeito.
Ambas as criaturas de Keith desapareceram, seguidas pelo guerreiro foguete de Joey.
- Presumo que seja o meu turno – disse Keith, ignorando os praguejos do seu oponente. – Activo a carta mágica Machine Reconstruction. Com isto posso recuperar uma criatura do tipo máquina que perdi no turno anterior. Por isso, vou trazer de volta o meu Machine Neutralizer (300/100) em modo de ataque.
O soldado robô ressurgiu. Joey recuou um passo. Mesmo regressando com os pontos iniciais de ataque, a criatura de Keith podia atacá-lo directamente e adicionar um counter para lhe aumentar os pontos de ataque para 1300. E se Joey não conseguisse nada de bom no seu próximo turno perderia o duelo.
Estava tão compenetrado nos seus pensamentos que nem ouviu a ordem de ataque do seu adversário. Cerrou os dentes de dor ao sentir mais uma vez as balas virtuais caírem como uma forte chuva sobre si.

Joey – 1200

- Termino o meu turno, lembrando que o meu Machine Neutralizer recebe um Circuit Counter para lhe aumentar o ataque e a defesa em 1000 pontos (1300/1100).
Joey tinha receio de sacar a carta. E se não lhe saísse nada de bom? Podia ser que tudo estivesse acabado. Podia ser que o destino daquele confronto estivesse na sorte que teria ao sacar a próxima carta. Teria de acreditar no Coração das Cartas se quisesse vencer? Na verdade, ultimamente a sua crença tinha estado demasiado abalada. Noutros tempos ter-se-ia divertido com aquele duelo. Não se deixaria levar por uma simples derrota, como a que sofreu com Chrono. Mesmo com a ameaça dos Mestres da Escuridão, ele teria lutado até ao fim.
Vieram-lhe à mente todos os confrontos que já travara desde que começara a jogar Duel Monsters. Ganhara muitos, mas também perdera imensos, e nunca se deixara abater por nenhuma dessas vezes. Fora duas vezes derrotado por Seto Kaiba, perdera contra Yugi nas finais de Duelist Kingdom. Sabe-se lá quantas mais vezes ele se deixara derrotar. E ele deixara-se cair em alguma dessas vezes? Não. Por mais complicado que fosse a sua situação, nunca abandonara os seus amigos. Por mais desesperadoras que as coisas estivessem, nunca virara as costas aos desafios. E não iria ser agora que iria desistir. Roçara no abismo, mas ainda não tinha caído, e tinha de mostrar que ainda tinha forças para enfrentar os seus maiores desafios. E assim que derrotasse Keith, voltaria para junto de Odion e enfrentariam os Mestres da Escuridão até ao fim.
- Sabes, Keith – disse, levantando a cabeça e mirando o seu oponente, com a confiança redobrada. – Há uns minutos atrás teria tido medo de sacar a carta certa. Mas isso já passou.
- Hmm? O que queres dizer?
- Quero dizer que quando pensamos que tudo está perdido – Sacou, com toda a confiança que tinha, – pode ser que a próxima carta mude tudo. – Mirou a carta e um novo sorriso surgiu-lhe no rosto, contudo um sorriso diferente, mais vivo. – Activo a carta mágica Copy Spell. Com esta carta posso remover uma carta mágica do meu cemitério, e a Copy Spell recebe os efeitos da carta que eu removi. Como a Pot of Greed. Isso deixa-me sacar duas cartas novas.
- Nada vai mudar – disse Keith, descontraído. – Tens duas cartas novas. E daí?
- Activo a carta mágica Unfair Trade. Agora, por cada carta monstro que eu remover do meu cemitério posso sacar uma carta nova, desde que pague metade dos meus pontos de vida de cada vez que o fizer. Vou remover o meu Panther Warrior, o Swordsman of Landstar, o Gearfreed e o Rocket Warrior. Saco assim quatro cartas novas.

Joey – 75

- Tens seis cartas na mão – comentou Keith. – De que serviu reduzires os teus pontos de vida a 75? Isso coloca-te numa posição difícil.
- Não interessa – respondeu Joey, mirando a sua nova mão. – Tenho tudo o que preciso para vencer este duelo. Activo a carta mágica Cost Down. Descartando uma carta da minha mão, posso baixar o nível de um monstro em duas estrelas. Assim invoco Jinzo (2400/1500) em modo de ataque.
Uma criatura muito estranha, magra, calva e uma indumentária esquisita surgiu em campo.
- Quando Jinzo está em campo, todas as cartas armadilhas são ineficazes… – explicava Joey, até ser interrompido pela gargalhada de Keith.
- Isso não muda nada, Weeler – disse ele, gargalhando. – Mesmo negando o efeito da DNA Surgery, o teu monstro ainda é do tipo máquina, o que activa a habilidade especial do meu Machine Neutralizer.
- Mas quem disse que te vou atacar? – Joey exibiu as três cartas que lhe restavam. – Activo Polymerization. Isso permite-me fundir Flame Manipulator e Masaki the Legendary Swordmaster e assim criar Flame Swordsman (1800/1500) em modo de ataque.
Um poderoso guerreiro espadachim, munido de uma espada flamejante, apareceu. Keith não pode deixar de se sentir inquieto.
- Eu sei que o meu Jinzo nunca poderia derrotar o teu monstro – disse Joey, sorrindo. – Mas o meu Swordsman é do tipo guerreiro e tem mais pontos de ataque que a tua máquina.
» Flame Swordsman, ataca o Machine Neutralizer!»
A espada começou a ser envolvida por chamas ainda mais intensas, que se projectaram na direcção da máquina de Keith. O Machine Neutralizer começou a arder até nada restar.

Keith – 0

Keith perdeu a força nas pernas e deixou-se cair de joelhos, sem palavras. Era óbvio que achara a sua estratégia infalível; nunca pensara que pudesse ser vencido com tamanha facilidade.
- Agora a Pinta – pediu Joeu, estendendo a mão.
Keith levantou a cabeça, não compreendendo o que se estava a passar.
- Mas disseste… disseste que tinhas desistido…
- Ah disse? Pois bem… retiro o que disse…
Relutante, Keith entregou a Pinta a Joey, que logo não hesitou em recuperar a que havia atirado fora. Tinha novamente duas Pintas, mas estava de novo na corrida e pronto para enfrentar qualquer um.
- Tenho que te agradecer, Keith – disse Joey, com voz serena. – Se não fosses tu, a esta hora não tinha acordado para a vida. Obrigado.
Mas Keith não partilhava o mesmo sentimento. De facto, não parava de esmurraçar o chão, enquanto via Joey fazer o caminho de volta pelo carreiro, em direcção ao interior da floresta.
“Aguenta-te, Odion” pensou, acelerando o passo. “Estou quase aí. Vamos enfrentar os Mestres da Escuridão e vencer esta batalha.”
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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime15/12/2011, 9:36 am

o Joey voltou Very Happy Very Happy Very Happy Very Happy Very Happy
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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime16/12/2011, 11:58 am

A primeira parte desta fanfic aproxima-se da recta final. Apenas restam três Mestres da Escuridão, os mais poderosos do grupo, e os três estão prestes a enfrentar o Bakura, o Yugi e o Joey em duelos intensos. Será que eles vão conseguir escapar?


Capítulo XX – O Deck da Besta

Ishizu encontrava-se fora do hotel, juntamente com Téa, Tristan e Salomon. Estavam os quatro numa esplanada perto, completamente em silêncio, esperando pacientemente pelo término das eliminatórias do campeonato. Olhavam para os seus copos quase vazios, evitando mirar nos olhos uns dos outros, sem saber o que dizer. O assalto ao quarto de hotel abalara-os, especialmente agora porque não possuíam nenhuma relíquia milenar. Já para não falar na ameaça dos Mestres da Escuridão, que fariam de tudo para capturar as almas do Faraó e dos outros.
- Esses Mestres da Escuridão… – começou Tristan, erguendo a cabeça e fitando Ishizu. – Eles são assim tão bons como dizes?
Ishizu não respondeu de imediato, mas o seu olhar deu a entender que a resposta não iria ser-lhes favorável.
- Eles fazem parte da guarda pessoal do Sumo-sacerdote Amontut – respondeu. – São duelistas exímios, escolhidos pelas suas habilidades mortíferas em Duel Monsters.
- Meu Deus! – Téa tapou a boca, horrorizada. Ishizu dissera aquilo de uma maneira muito neutra, mas deu para entender que aqueles de quem ela se referia eram mesmo bons.
- Alguns deles juntaram-se há pouco tempo – continuou Ishizu, quase não ligando à interrupção de Téa. – Conheço-os quase todos. Aliás, já tive oportunidade de duelar com alguns deles.
Salomon e Tristan voltaram as suas cabeças à rapariga, indignadamente.
- Um deles usa um deck de samurais – avançou ela, olhando um ponto imaginário. – Outro, um deck cheio de palhaços…
- Palhaços? – repetiu Salomon, quase rindo.
- É um duelista muito perigoso, Sr. Mutou – disse Ishizu. – Mas não é tão perigoso quanto Vradevil.
- Quem é esse? – perguntou Téa, estremecendo, só de ouvir o nome.
- Vradevil foi um dos primeiros Mestres a se juntar a Amontut. O seu deck é único no mundo, e foi criado pelo Pegasus, que entretanto se arrependeu de o ter feito.
- Mas que deck é esse? – indagou Salomon.
Ishizu respirou fundo, bebendo as últimas gotas da sua bebida e pousando o copo, antes de continuar.
- Há uns anos atrás, Pegasus criou uma série de cartas muito perigosas. Nada têm a ver com as criaturas que existiam no Antigo Egipto. O poder dessas cartas vem do próprio Inferno.
Ignorando a reacção dos seus interlocutores, Ishizu não se coibiu de continuar:
- Vradevil é um seguidor de Satanás. As suas cartas têm um poder nunca antes visto. Assim que começam a duelar com ele, é quase certeza ele usar a sua carta mais poderosa. E quando ele a usa… é como se estivéssemos frente a frente com o próprio Diabo.
Téa, Tristan e Salomon fizeram um esgar de amedrontamento. Duelistas tão poderosos a lutarem do lado do mal? E se aquela carta de Vradevil alguma vez fosse usada, será que haveria forma de a derrotar? Téa rezava pelo destino dos seus amigos, pedindo fortemente a quem a ouvisse que eles conseguissem chegar às finais sem ter que enfrentar tamanho adversário.

***

Mai e Bakura percorriam a aldeia, silenciosamente, quase sem observar os muitos duelos que se disputavam na rua principal. Estavam ambos demasiado nervosos para falar, mas os seus olhos e ouvidos estavam alerta para quaisquer movimentos estranhos. Com a ameaça dos Mestres da Escuridão, não se podiam dar ao luxo de baixar as defesas. Mai estava mais nervosa que o seu parceiro. Sem o saber havia duelado contra um dos tais Mestres, tendo saído vitoriosa com grande sorte. Já Bakura não estava assim tão agitado. Lá no fundo sentia-se bem, uma vez que podia usar Mai para não ter que enfrentar os seus oponentes. Para atingir o seu objectivo teria de escapar do maior número de obstáculos que lhe pudessem surgir.
- Será que já enfrentámos todos os Mestres desta Zona? – perguntou Mai, esperançada. – Quer dizer… afinal de contas, há seis Zonas. Não é possível que todos viessem parar nesta.
Bakura continuava a olhar em frente.
- Não creio que os alvos sejamos nós – disse. – Não temos nada que lhes interesse. Apenas nos atacam porque somos amigos do Yugi.
- Mas o que é que ele lhes fez?
- Aparentemente, nada…
Uma explosão interrompeu Bakura, mas era apenas o findar de um dos duelos que se travavam ali perto.
O jovem parecia ter-se esquecido do que ia dizer, pois não falou mais. Mai olhava-o de lado, perguntando-se por que estaria ele tão calmo. Veio-lhe à memória o duelo entre ele e Yugi em Battle City, e pensou se Bakura não estaria novamente possuído pelo espírito maligno do Millenium Ring. Custava-lhe acreditar nisso; ele fora tão simpático com ela. Mas ser simpático não significava que não estivesse a esconder o que quer que fosse. Talvez não devesse dar-lhe tanta confiança; só até perceber se estava tudo bem.
- Bakura Ryou? – perguntou uma voz atrás deles.
Bakura e Mai viraram-se e deram de caras com um homem alto e magro, vestido com um fato preto e gravata ao pescoço. O homem usava um chapéu que não combinava com o resto do vestuário. A pala tapava-lhe a fronte e os olhos. Mas o seu porte era parecido com o das autoridades do campeonato.
- Sou eu – respondeu Bakura, olhando para o homem, sem sequer desconfiar.
- Faço parte das autoridades do torneio – apresentou-se o homem. – Queria falar com o Sr. Bakura Ryou.
- Mas há algum problema? – indagou Mai.
- Segundo consta, tivemos algumas queixas de duelistas que o enfrentaram no campeonato. Dizem que o senhor usou truques para os vencer.
Bakura continuava impassível. Havia ali algo que não batia certo.
- Segundo as regras do campeonato, quem quer que faça jogo sujo num duelo para seu próprio benefício é desqualificado – continuou o homem.
Mai levou a mão à boca e virou a cara para o rapaz, incrédula.
- Bakura… isso é verdade?
- Não sei quem anda a espalhar essas mentiras sobre mim – disse Bakura, erguendo a sua Manopla. – Todos os duelos que disputei foram justos e limpos. Não tenho culpa que os outros tenham mau perder.
- Mesmo assim – interrompeu o homem, avançando dois passos, – vai ter de me acompanhar.
- Para onde?
- Vamos ter de fazer algumas averiguações – respondeu o agente. – Com sorte, pode ser que lhe apliquem um castigo leve.
Bakura achava aquilo muito estranho. Por que é que o homem usava aquele chapéu? Não combinava nada com o resto da roupa. E Pegasus não havia dito que todos os agentes estavam à paisana?
- Leve, como? – quis saber o jovem.
- Talvez lhe confisquem duas ou três Pintas. Na pior das hipóteses, será desqualificado.
Bakura encolheu os ombros, despreocupadamente, e virou-se para Mai, que continuava incrédula.
- Vou ter de ir – disse, sorrindo. – Continua o teu caminho. Não sei quanto tempo vou demorar.
- Tudo bem – respondeu ela. – Tem cuidado.
Bakura começou a caminhar atrás do homem, distanciando-se da rapariga, que o mirava com um olhar triste.
A caminhada levou-os pela rua principal da aldeia, seguindo o trajecto contrário ao que Bakura e Mai estavam a percorrer. O jovem olhava para o “agente”, adivinhando o que se iria passar. Era demasiado óbvio…
As suas suspeitas confirmaram-se quando ambos viraram para um beco sem saída. Bakura já não estranhava mais a situação. Se a sua escolta era mesmo um “agente”, então por que teriam metido por uma rua sem saída? Havia ali algo que não batia certo. O jovem decidiu então optar por uma abordagem mais ofensiva. Mesmo que se estivesse enganado, pelo menos sairia daquela situação.
Usando os seus poderes, envolveu todo o beco na imensidão escura e inóspita do Shadow Realm. Ao ver que o cenário estava a mudar tão radicalmente, o homem estacou o passo e olhou para todos os lados, como que alarmado.
- Mas… o que…
Bakura começou a rir às gargalhadas, de uma forma maquiavélica. Já não usava aquela voz inocente que tanto o irritava. Agora, o verdadeiro Bakura havia emergido.
- Se pensas que me vais impedir de atingir os meus objectivos, estás bem enganado – ameaçou, parando também. – Vamos então parar com estes joguinhos. Quem és tu?
Então, o homem tirou o chapéu, revelando uma cabeça calva e brilhante. Então, voltando-se, mirou Bakura com um olhar tresloucado. O jovem reparou numa Ankh tatuada na fronte, embora houvesse algo mais por cima do símbolo: um 666 a vermelho vivo.
- Como eu pensava – disse Bakura, sorrindo. – Outro Mestre da Escuridão…
- Exactamente – respondeu o homem, despindo o fato e revelando uma indumentária negra por baixo. – Um dos mais poderosos. Aquele que te vai enviar para o Inferno.
Bakura sabia qual era a sua deixa. Activou o seu Duel Disk e inseriu o baralho na abertura, pronto para o duelo. Desta vez não teria a ajuda de Mai, mas talvez conseguisse derrotar o seu novo oponente.
- O meu nome é Vradevil, também conhecido pelo Demónio dos Infernos. Fui enviado por Amontut para te derrotar com o meu poderoso Deck da Besta.
Bakura arregalou os olhos. Ouvira falar uma vez numa série de cartas que nunca haviam sido lançadas, por serem demasiado perigosas. Dizia-se que possuíam o poder do próprio Inferno. Podia ser que o seu oponente estivesse a mentir, mas por outro lado, uma vez que já enfrentara Bonz e Blacklown, que possuíam baralhos poderosos, talvez Vradevil tivesse mesmo aquele deck.
Vradevil activou o seu Duel Disk e inseriu o baralho na abertura.
- Vamos a um duelo no Inferno? – propôs. – Como servo de Satanás, vou usar todas as minhas estratégias para te derrubar. Vais ver o quão quentes são as labaredas do Inferno…
- E se parássemos com o falatório e duelassemos? – interrompeu Bakura.
Vradevil abriu muito os olhos e anuiu:
- Seja.
- Duelo!

Bakura – 4000
Vradevil – 4000


- Eu saco – bradou Bakura, pegando uma sexta carta. – E vou começar por colocar uma carta virada para baixo e invocar Dark Lucius LV4 (1000/300) em modo de ataque. De seguida, activo a carta Black Demon Sword, para lhe aumentar a pontuação de ataque em 600 (1600). É só.
Vradevil sacou a sua carta, com um olhar maligno e tresloucado espelhado no seu semblante.
- Vais ver – começou por dizer, enquanto segurava a carta nova extasiadamente. – O poder do Diabo é muito maior do que julgas. Ele espera pela tua alma. Muito em breve vais arder nos fogos do Inferno…
- Jogas ou não? – interrompeu Bakura, extasiado. – Já estou farto de te ouvir.
- Muito bem. Eu activo a carta mágica Fiend’s Sanctuary. Isso permite-me invocar um Metal Fiend Token no meu lado do campo. Mas ele não vai ficar aqui muito tempo, pois planejo sacrificá-lo e assim invocar Hellhound (2000/1700) em modo de ataque.
Em campo surgiu uma poderosa besta quadrúpede, parecida com um imenso cão raivoso, espumando da boca e ladrando furiosamente na direcção de Bakura.
- Ataca o Dark Lucius! – ordenou Vradevil.
O cão infernal deu um poderoso salto e desferiu uma patada na espada que o monstro de Bakura segurava, fazendo-a desaparecer.
- Quando um monstro equipado pela Black Demon Sword é atacado, somente a espada é destruída e a criatura que a destruiu perde 200 pontos de ataque – explicou Bakura.

Bakura – 3600
Dark Lucius LV4 – 1000 ATK
Hellhound – 1800 ATK


- Não importa – redarguiu Vradevil. – Vou deixar uma carta virada para baixo e terminar a minha vez.
Bakura sacou e enxergou a carta.
- Sacrifico o meu Dark Lucius – anunciou, – e invoco The Earl of Demise (2000/700) em modo de ataque.
Uma criatura repugnante, segurando uma espada de esgrima, apareceu.
- Ataca o Hellhound!
A criatura de Bakura avançou destemidamente contra o cão de Vradevil, mas este desviou rapidamente o olhar para a sua carta virada para baixo e Bakura compreendeu que havia cometido um erro.
- Activar carta armadilha: 7th Circle of Hell. Enquanto esta carta estiver em campo, sempre que uma criatura oponente atacar, a sua pontuação de ataque é diminuída pela metade até ao fim da Fase de Batalha.
- Isso quer dizer que… – gaguejou Bakura, olhando para o seu Earl of Demise.

The Earl of Demise – 1000 ATK

O cão de Vradevil mandou uma forte patada contra o peito do monstro oponente, fazendo-o desaparecer.

Bakura – 2800

- Coloco uma carta virada para baixo e termino – concluiu Bakura.
- Ora bem, mas o que temos aqui? – Vradevil sorria como um demente. – O que achas se trouxéssemos o inferno até nós? Eu activo a carta mágica de campo Gates of Hell.
Naquele momento viram-se ambos rodeados por um cenário infernal. Labaredas brotavam de tudo o quanto era lado e o cenário escurecera ligeiramente. Atrás de Vradevil surgiu também um enorme portão de pedra, com entalhes demoníacos na sua superfície. No topo, figurava a cabeça de um ser maligno, uma espécie de bode com os olhos injectados de sangue e dois longos chifres curvos.
- Enquanto esta carta estiver em jogo, todas as minhas criaturas de atributo Trevas recebem mais 600 pontos de ataque – explicava o Demónio dos Infernos.

Hellhound – 2400 ATK

– Agora activo a carta mágica Hell Key, que me permite enviá-la imediatamente para o cemitério.
- Mas a que propósito é que activas uma carta que vai logo para o cemitério?
Mal acabou de falar, uma chave de ferro surgiu na fechadura do grande portão. A chave rodou um pouco naquele mesmo instante.
- Muito em breve vou libertar a grande Besta – ameaçou Vradevil, dementemente. – E tu nada poderás fazer para a derrotar…
- Activar armadilha – bradou Bakura, não deixando o seu oponente continuar. – Ela chama-se Call of the Fiend e permite-me invocar especialmente uma criatura do tipo demónio com quatro estrelas do meu deck para o campo. E eu chamo Malice Doll of Demise (1600/1700) em modo de ataque.
- De nada te irá servir – replicou o adversário. – Eu jogo a carta mágica Deadly Abyss.
Nesse momento surgiu uma espécie de ponte muito estreita entre ambos os duelistas. Lá em baixo, labaredas enormes marcavam o mortal abismo.
- Enquanto esta carta estiver activa apenas uma zona de monstro poderá ser ocupada em cada um dos lados. Isso significa que não poderemos ter mais de um monstro nos nossos campos.
Bakura cerrou as mãos. Não estava á espera de uma jogada daquelas. Agora, Vradevil impedira-o de ter mais que uma criatura em jogo.
- Agora, Hellhound, ataca o Malice Doll!
O imenso cão correu ao longo da ponte, em direcção ao boneco de Bakura.
- Vou activar a minha outra armadilha: Negate Attack. A tua Fase de Batalha termina.
- Então vou terminar a minha jogada.
Bakura sacou.
- Sacrifico o meu Malice Doll e invoco Beast of Talwar (2400/2150) em modo de ataque.
- Ainda não tem pontos que cheguem para ultrapassar o meu Hellhound.
- Eu sei disso. É por isso que coloco uma carta virada para baixo… para mais tarde…
- Não vou deixar que essa carta me incomode – comentou Vradevil, sacando.
- Oh, mas ela vai incomodar – redarguiu Bakura. – Pois eu activo-a: Dust Tornado. Ela destrói uma carta mágica ou armadilha do meu oponente. Podes dizer adeus à tua Deadly Abyss.
A ponte e o abismo desapareceram.
- Nada mal. Mas agora não tens nada para defender a tua criatura. Mas por agora eu invoco Baby Hellhound (700/600) em modo de ataque.
Em campo surgiu um pequeno cachorrinho, da mesma raça do enorme cão raivoso, mas já a mostrar as presas ameaçadoras.
- Agora posso activar a sua habilidade especial. Se o sacrificar, posso invocar especialmente outro Hellhound (2000/1700) da minha mão.

Hellhound – 2600 ATK

- Oh não… Agora a ameaça é a duplicar… – disse Bakura, olhando com temor as duas feras ladrando do outro lado do campo.
- Hellhound, ataca o Beast of Talwar! – berrou Vradevil à sua criatura mais fraca.
A criatura de Bakura não resistiu à mordedura da fera, embora também esta fora destruída.
- Agora, segundo Hellhound, ataca-o directamente!
Bakura teve um rápido reflexo de querer virar as costas e fugir, mas foi demasiado lento. Apesar de ter sido uma mordidela dada por um cão virtual, não deixou de sentir dor.

Bakura – 200

- Isto está a ser muito fácil – congratulou-se Vradevil, rindo loucamente. – Posso ter perdido uma das minhas criaturas, mas ela vai voltar.
Mas Bakura ainda não estava vencido. E ainda tinha cartas para jogar.
- Vou remover três demónios do meu cemitério para invocar a minha Dark Necrofear (2200/2800) em modo de defesa. É só.
- Minha vez. – O Demónio sacou. – Essa tua criatura não tarda vai cair. Eu jogo Pot of Greed. Isso permite-me sacar duas cartas novas. De seguida activo Pot of Necromancy. Com esta magia, recupero duas cartas do cemitério: uma criatura e uma carta mágica ou armadilha. Trago de volta o meu Hellhound e a Pot of Greed, que passo a usar novamente. Duas cartas novas… Perfeito!
Bakura arregalou os olhos. O seu adversário sacara algo perigoso, tinha a certeza.
- Vou activar Polymerization – continuou Vradevil. – Com esta carta posso fundir o meu Hellhound com os outros dois na minha mão para criar o guarda dos infernos. A besta que protege a entrada do Inferno. Eu invoco Infernal Cerberus (3600/3100) em modo de ataque.
Em campo surgiu uma besta ainda mais feroz que os cães de Vradevil. Um enorme cão de pelo escuro e três ameaçadoras cabeças ladrando furiosamente.
- E lembra-te que, com o Gates of Hell em jogo, a minha criatura ganha 600 pontos de ataque (4200).
» Infernal Cerberus, ataca a Dark Necrofear!»
As três cabeças lançaram uma baforada de fogo que destruiu por completo a criatura de Bakura.
- Quando o teu turno terminar, a habilidade especial da Dark Necrofear é activada! – bradou Bakura, rindo. – O monstro que a destrói passa a ser controlado por mim.
- Mas antes do meu turno terminar vou activar a carta De-Fusion – interveio o oponente. – Ela reverte a minha criatura na forma dos três Hellhounds que usei para a criar.
Três cães totalmente idênticos surgiram em jogo.
- Força, joga.
Bakura sacou, amaldiçoando o facto da sua estratégia não ter resultado.
- Jogo The Portrait’s Secret (1200/1500) em modo de defesa. É tudo.
- Minha vez. Eu activo a carta Hound Strike. Com esta carta posso escolher uma das minhas criaturas em campo e destruir todas as do meu oponente.
Um dos cães destruiu a criatura de Bakura.
Mal o cão voltou à sua posição no campo de Vradevil, a chave que estava na fechadura do portão rodou mais um pouco. Bakura estava tão compenetrado que não deu por nada.
Bakura sacou.
- Activo Card of Demise. Agora saco cinco cartas, contando que terei de descartar toda a minha mão em cinco turnos. Agora jogo Pot of Greed, para sacar duas cartas novas. Jogo duas cartas viradas para baixo e invoco o meu Headless Knight (1450/1700) em modo de defesa. É tudo.
Vradevil sacou e voltou a sorrir.
- É uma pena, sabes? Estava à espera de te mostrar a minha criatura mais poderosa. Mas depois de eu activar esta carta vais ficar preso no Inferno para toda a eternidade. Eu activo a carta mágica Infernal Hound Blast. O seu efeito é o seguinte: escolho um dos meus Hellhounds e o meu oponente recebe dano igual a metade dos pontos de ataque iniciais dela. Tendo uma das minhas criaturas 2000 pontos de ataque iniciais, tu perdes 1000 pontos de vida. O duelo terminou!
Um dos cães formou uma poderosa bola de fogo na boca, mas Bakura não parecia incomodado com isso.
- Activar carta mágica: Emergency Provisions. Enviando a minha carta virada para baixo para o cemitério, ganho agora 1000 pontos de vida.

Bakura – 1200

Naquele momento apanhou com uma valente baforada inflamante.

Bakura – 200

- Voltamos à mesma – disse Vradevil, entediado. – Não podes parar de interferir nas minhas jogadas para podermos acabar isto mais depressa?
Naquele momento, a chave rodou mais um pouco, mesmo quando Bakura estava a sacar a sua carta.
- Coloco duas cartas viradas para baixo e invoco Nightmare Ghost (750/1500) em modo de ataque.
Vradevil não compreendia aquela jogada.
- Para quê invocar uma criatura mais fraca se não pode enfrentar as minhas criaturas? – indagou, desconfiado.
- Para assim usar a habilidade especial dela – respondeu Bakura. – O meu Nightmare Ghost pode atacar-te directamente, mesmo que o seu ataque seja reduzido pela metade, graças à tua carta armadilha (375).
O manto negro planou pelo campo, passando pelos cães do Demónio e envolvendo-o ao de leve, enquanto soltava um suspiro fantasmagórico.

Vradevil – 3625

Vradevil, contudo, não estava impressionado.
- Conseguiste penetrar nas minhas defesas. E depois? Ainda te restam 200 pontos de vida e eu ainda tenho bastantes.
- Mas em breve não te restará nenhum. Termino a minha vez.
Vradevil sacou.
- Activo a minha armadilha: Spiritual Coffin – interrompeu Bakura. – Agora, por cada demónio que remover do cemitério recebo um Spirit Token (0/0) em modo de defesa. Por isso, vou remover o meu Headless Knight para invocar um token. E enquanto esse token estiver em jogo não poderás atacar outro demónio.
O Demónio não se sentia incomodado. Bakura tinha um plano em mente. Podia remover mais demónios e podia fazer com que o seu oponente não o pudesse atacar. Mas a sua outra carta virada para baixo iria tratar do assunto. Só precisava que Vradevil mordesse o isco.
- Vou atacar o teu Spirit Token com um dos meus Hellhounds!
Um dos cães avançou ousadamente e destruiu o símbolo de Bakura.
- Agora vou atacar o Nightmare Ghost com o meu segundo Hellhound – bradou Vradevil, puxando uma carta da mão. – Mas antes vou activar a mágica rápida Fatal Alliance. Ela dá mais 200 pontos de ataque a uma criatura das Trevas por cada criatura com o mesmo atributo que eu tenha no meu lado do campo.

Hellhound – 3000 ATK

O grande cão feroz avançava destemidamente contra a criatura de Bakura, espumando da boca e rosnando sinistramente.
- Caíste na minha armadilha! – gritou Bakura, triunfante. – Mirror Force. Agora todas as tuas criaturas são destruídas.
O cão embateu numa parede invisível, que reflectiu o ataque contra ele mesmo e as outras duas feras de Vradevil, aniquilando-as.
O Demónio estava atónito. Como conseguira o seu oponente uma jogada assim? Conseguira diminuir drasticamente os seus pontos de vida, mas agora estava a ser mais complicado. Estaria Bakura a brincar com ele? Não era por acaso que ele vencera os outros três Mestres da Escuridão. Mas Vradevil era considerado como um dos mais poderosos. O seu Deck do Inferno nunca o desiludira e nunca perdera um único duelo com ele. Deitou um olhar ao grande portão e notou que a chave acabava de girar mais um pouco. Sorriu. O seu adversário podia ter derrotado os seus três guardas do Inferno, mas isso não queria dizer que o duelo estava ganho para ele. A verdadeira Besta ainda daria a cara.
Bakura sacou.
- Vou colocar a minha criatura em modo de defesa – anunciou. – De seguida, vou activar a carta mágica Restoration by Necromancy. Por cada criatura que eu remover do meu cemitério, ganho 500 pontos de vida. Removo o Dark Lucius, o Earl of Demise, o Malice Doll, o Beast of Talwar, a Dark Necrofear e a The Portrait’s Secret. Ganho assim 3000 pontos de vida.

Bakura – 3200

- Nada mal – congratulou Vradevil, quando Bakura deu por finalizada a jogada. – Conseguiste livrar-te da situação apertada em que te meteste. – Sacou. – Mas não te vai servir de nada. Activo a carta mágica Satanic Resurrection.
Um pentagrama surgiu no solo e a imagem holográfica de um Hellhound apareceu de seguida.
- Esta carta permite-te invocar especialmente um monstro de atributo Trevas do meu cemitério.
» Hellhound, ataca o Nightmare Ghost!»
O cão avançou e destruiu o manto negro, que flutuava pelo campo.
- Infelizmente vou ter que dar por encerrado o meu turno. O que significa que, qualquer criatura que tenha sido ressuscitada pela minha carta mágica terá que abandonar o campo. – Nesse mesmo instante, a chave rodou novamente.
- Saco. – Bakura mirou a sua nova carta. – Invoco The Gross Ghost of Fled Dreams (1300/1800) em modo de ataque.
Vradevil arregalou os olhos. Mesmo com um poder de ataque tão baixo, aquela criatura ainda lhe poderia trazer problemas.
- Ataca-o directamente!
O Demónio recuou quando levou com o ataque.

Vradevil – 2325

- Parece que os papéis se inverteram – disse Bakura, sorrindo. – Sem cartas na mão, a tua vitória já não parece ser tão certa.
Mal Bakura acabou de falar, Vradevil entregou-se a uma nova gargalhada diabólica e louca.
- Pensas que já ganhaste, só porque eu tenho menos pontos de vida e cartas que tu? – perguntou entre as risadas, enquanto sacava. – O maior desafio está prestes a dar a surgir.
- O que queres dizer com isso? – questionou Bakura, inquieto.
- Achas mesmo que eu activaria a Gates of Hell só para aumentar o poder de ataque das minhas criaturas? – Apontou com o polegar a chave que estava na fechadura do grande portão. – O que achas que aquela chave esteve ali a fazer este tempo todo?
Bakura reparou então pela primeira vez na chave, e os seus olhos abriram-se ainda mais.
- Quando certas cartas estão no cemitério – explicava Vradevil, – a Gates of Hell recebe um counter. Quando tiver um certo número de cartas no meu cemitério, posso usar esses counters a meu favor. As cartas são Hell Key, Infernal Hound Blast, Hound Strike, Fatal Alliance e Satanic Ressurrection. Agora, removendo os cinco counters, posso abrir o portão e libertar uma das minhas mais poderosas criaturas.
A chave desapareceu e o portão começou a abrir-se lentamente de par em par. Bakura recuou dois passos, enquanto via uma luz fortíssima invadir o campo. Um urro profundo ecoava pelo cenário. Quando a luz se desvaneceu, o enorme portão já não existia. Em vez disso havia uma criatura gigantesca, corpulenta, com dois chifres e segurando duas lanças flamejantes. A besta não tinha rosto, apenas duas pequeninas fendas negras no lugar dos olhos.
- Apresento-te Infernos, the Demonic Master (3500/0) – disse Vradevil.
Bakura recuou mais dois passos. A criatura parecia mirá-lo com olhares amedrontadores. Sabia que a sua criatura não tinha hipóteses contra tão poderoso monstro.
- Infernos, ataca o fantasminha do meu adversário! – bradou Vradevil a altos berros.
O monstro lançou as duas lanças flamejantes, que se espetaram contra o corpo do fantasma de Bakura e o destruíram.

Bakura – 1000

- E a habilidade especial do meu Infernos faz com que o meu adversário perca mais 500 pontos de vida cada vez que ele destrói uma criatura.
- O quê?

Bakura – 500

- Estás outra vez por baixo. Agora nada te poderá salvar.
Bakura sacou. Estava novamente num aperto dos grandes. Sem sequer olhar para a nova carta que acabara de sacar, tentava avaliar as suas hipóteses de sobreviver àquele duelo. A nova criatura do seu adversário tinha 3500 pontos de ataque. Se o quisesse vencer precisaria de uma criatura mais poderosa do que isso, o que seria bem complicado. E mesmo que pusesse uma criatura fraca em modo de defesa, a habilidade especial do Infernos fá-lo-ia perder os restantes pontos de vida. Como se isso não bastasse, no turno seguinte teria de descartar toda a mão para o cemitério, devido ao efeito da Card of Demise. Pior não podia ficar.
Mesmo assim, olhou para a mão. Tinha três cartas. Podia ser que fizesse alguma coisa com aquilo. E, se assim fosse, talvez houvesse alguma esperança.
- Envio duas cartas mágicas para o cemitério, para assim activar Spell Reproduction. Com esta carta, posso recuperar uma carta mágica do cemitério e adicioná-la à minha mão. Como a Card of Demise, que vou activar de imediato.
- Então voltas a sacar cinco cartas? – indagou Vradevil. – Grande coisa. O meu Infernos vai derrotar-te, não importa quantas cartas novas sacas.
- Talvez importe, porque vou activar a carta Card Spectrum. Com esta carta posso recuperar novamente a Card of Demise para voltar a activar.
- Vamos ficar nisto o duelo todo?
- Agora tenho nove cartas na mão. Coloco cinco delas viradas para baixo e encerro a minha vez.
Vradevil ficou desconfiado com todas aquelas cartas viradas para baixo. O seu oponente sacara muitas cartas, e em breve todo o seu baralho estaria reduzido a nada.
- Vou atacar com o meu Infernos e acabar com isto!
A criatura voltou a armar as lanças, pronto para disparar, quando Bakura deu um berro.
- Activo a minha mágica rápida: Emergency Provisions. Enviando as outras quatro cartas viradas para baixo, recupero 4000 pontos de vida.

Bakura – 4500

Nesse momento, apanhou com as lanças incandescentes do Infernos, sentindo fortes queimadelas no peito, que não o afectaram na realidade.

Bakura – 1000

Foi então que surgiram três caveiras do chão. Cada uma tinha uma letra diferente: E, T e A. Bakura havia apostado a sorte daquele duelo nas cartas da Death Board que usara contra Bonz. Graças à Emergency Provisions, três das cinco cartas especiais estavam já no cemitério. Só faltavam as outras duas.
- Nada mal – congratulou Vradevil. – Quando penso que te vou derrotar, eis que consegues elevar os teus pontos de vida à última da hora. Mas isso não vai durar para sempre. – Deu uma olhada na carta que sacara no início do turno e sorriu diabolicamente. – Esta carta vai-me ajudar.
Bakura semicerrou os olhos. O seu oponente ainda não acabara com as surpresas, e parecia que ainda tinha muito para lhe reservar. Olhou para o seu deck e viu que as últimas jogadas haviam-lhe custado muito caro. Muito em breve não teria cartas para sacar e perderia o duelo. Não podia enrolar muito. Tinha de arranjar uma forma de acabar com aquele Infernos.
- Antes de terminar, vou activar a minha carta mágica – anunciou Vradevil. – Ela chama-se 6.
Bakura arregalou os olhos, admirado. Em campo surgira o holograma de uma carta mágica, com um 6 avermelhado estampado na imagem. Contudo, parecia que esta não tinha qualquer efeito.
- Lembras-te de eu te dizer que a grande Besta vem aí? – indagou o Demónio. – Pois prepara-te, porque vais vê-la muito em breve.
O rapaz sentia os joelhos a tremer. Apesar do seu turno estar perto, sentia que o fim do duelo estava ainda mais perto. A activação daquela última carta mostrava algo mais do que aparentava. O Infernos mirava-o com uma frieza assassina, como se o seu próximo ataque fosse conclusivo e o matasse instantaneamente. Bakura estava cada vez mais atracado entre a espada e a parede. Aquele era um duelo nas sombras, mas estava cada vez mais convencido que o confronto era no próprio Inferno.
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MNZ de Blois
God of the Samba
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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime16/12/2011, 7:20 pm

Duelo incrível, senti um arrepio aqui ao ler.

Continue com essa fanfic, e aproveite para ler a minha ^^
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Guardian Angel

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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime18/12/2011, 4:09 pm

Conclusão do duelo Bakura Vs Vradevil. Um tanto rebuscado e com uma conclusão pouco satisfatória a meu ver, mas espero que gostem.


Capítulo XXI – A Carta do Diabo! The Beast

Amontut ergueu subitamente o olhar para a porta ornamentada, quando ouviu um forte batimento vindo do outro lado. Seth estava cada vez mais impaciente, embora novas almas surgissem a toda a hora. Inspirou profundamente e levantou-se da sua posição sentada, pensando naquilo que meditara antes de ter sido interrompido. As coisas no torneio não estavam a correr bem para o seu lado. Os seus Mestres da Escuridão falhavam um atrás do outro. Enviara primeiro os mais fracos, pensando que talvez esses conseguissem obter bons resultados. Mas à medida que os desafios aumentavam, parecia que nem isso os parava. Restavam apenas três, os mais poderosos. Bakura estava naquele momento a enfrentar um deles. Odion duelava contra outro. Apenas Yugi ainda não se havia encontrado com o seu último adversário. Joey Weeler estava de volta ao campeonato, mesmo após ter dito que iria desistir. Menos mal. Quando o seu Mestre da Escuridão acabasse com Odion, o Weeler não teria hipótese.
Encaminhou-se para a porta e passou a mão por um dos entalhes, sentindo a impaciência do Deus do Mal. Faltava pouco. Os seus três últimos Mestres não iriam falhar e, enquanto isso, Seto Kaiba continuava a ceifar almas por onde passava. O seu espião infiltrado já cumprira o seu dever, mas podia precisar dele para mais algum serviço, caso os Mestres falhassem. Aaron recebera a sua última mensagem e já se inscrevera nas finais. Tudo estava devidamente planeado. Só teria de esperar…

***

- Não sei do que é que estás à espera – incitou Vradevil, sorrindo. – Saca a tua carta.
Bakura hesitava. Apesar de já ter três cartas Death Board no cemitério, aquele Infernos ameaçava-lhe reduzir-lhe os pontos de vida a zero, mesmo se tivesse uma criatura em modo de defesa, antes sequer de conseguir enviar as que lhe faltavam. O seu baralho estava cada vez mais reduzido, assim como o número de criaturas. Das quatro cartas que lhe restavam na mão, duas eram de monstro, mas nada tinha para enfrentar aquela criatura de igual para igual.

Bakura – 1000
Vradevil – 2325


- Puxo – disse, sacando. Mirou a carta nova. – Coloco uma carta virada para baixo e invoco Newdoria (1200/800) em modo de defesa. E quando esta criatura é destruída em batalha, um monstro no campo é destruído. Atreve-te a atacar-me.
Vradevil sacou, não dando muita importância à nova criatura do seu adversário.
- Como no meu turno anterior activei a minha carta 6, o meu dever na minha Fase de Espera é activar outra do meu baralho.
Junto à carta com o número 6, surgiu outra carta mágica completamente idêntica. Bakura não entendia o que se passava, uma vez que aquelas cartas não pareciam ter quaisquer efeitos.
- Atacar a tua criatura poderá ser um erro – explicou o Demónio. – Uma vez o meu Infernos destruído, as cartas 6 são automaticamente removidas do jogo. E eu prometi-te que verias a Besta. Por isso vou passar a minha vez.
Bakura sacou. Mais uma carta daquelas fora adicionada ao campo, e adivinhava que algo de terrível se iria decorrer nos turnos seguintes. Atacar com a sua criatura seria um erro, uma vez que os seus pontos de vida seriam reduzidos a nada. Mas não tinha nada na mão que o auxiliasse. Não tinha outra escolha senão terminar o turno.
- Passo – declarou. – Não há nada que eu possa fazer.
Vradevil alargou o sorriso após sacar.
- Ora, isto parece coincidência – disse, com um olhar malévolo e adoidado. – Saquei a carta que te vai levar à destruição. Mas antes, que tal adicionarmos mais um 6 no campo?
Outra carta mágica surgiu junto às outras, com outro seis a vermelho vivo estampado.
- Agora estão três 6 em jogo – disse Vradevil, sorrindo maquiavelicamente.
- Eu sei contar, idiota – murmurou Bakura, pouco à vontade.
- Juntamente com esta carta que acabei de sacar, poderei trazer a criatura mais poderosa que alguma vez verás. O meu Infernos era o guarda final do Inferno, e após várias tentativas para te derrotar, conseguiste sobreviver. Mas agora é diferente. Agora não tens hipótese!
Naquele momento, uma forte ventania começou a levantar do chão, e um pequeno redemoinho parecia rodear o Demónio, que segurava na sua carta trunfo com a mão direita, pronto para a activar a qualquer momento.
- Envio as três cartas 6 para o cemitério para activar a carta mágica Triple 6.
As três cartas desapareceram, para dar lugar a uma outra carta mágica, só que com três 6 flamejantes na imagem.
- Agora sacrifico o meu Infernos, the Demonic Master, para trazer a minha criatura suprema!!!
Foi como se a ventania tivesse um súbito impulso mais forte, fazendo com que Bakura quase caísse para trás com a força do vento. De repente, o Infernos desapareceu numa enorme explosão de luz que ofuscou os olhos do jovem. A única coisa que Bakura foi capaz de ver foi uma silhueta indistinta, que parecia segurar uma longa arma…

***

Na Technological Industries, Eric Woodman corria pelos corredores, esbaforido, tentando a todo o custo encontrar Pegasus. Depois do incidente com o Duel Suit, por mais que odiasse admiti-lo, teria de recrear o fato e modificar algumas coisas, o que tornaria impossível a sua utilização nas finais do Torneio de Horus. Estivera estipulado que os dezasseis finalistas teriam o privilégio de serem os primeiros a usar o Duel Suit. Mas devido àquele contratempo, isso seria impossível.
Mas onde estaria ele? Eric percorrera mais de metade do edifício, procurando por Pegasus, passando pelo escritório que lhe fora cedido, perguntando a mais de metade dos funcionários, mas nunca obtendo uma resposta aceitável. Ele parecia ter desaparecido. Estranhara quando não o vira na zona de testes, mas também não era de admirar, uma vez que ele não denotara nenhum interesse pelo projecto.
Parou para respirar pela quinta vez. Sendo uma pessoa franzina e de estatura baixa, Eric cansava-se muito facilmente. Contudo, quando queria sabia impor-se e intimidar. Apesar de não ter tanto sucesso como a Kaiba Corp., Eric trabalhara duramente e chegara longe nos seus sonhos. Considerava Seto Kaiba como um rival, após este o ter ultrapassado com a criação dos Duel Disks. Admitia que tal nunca lhe passara pela cabeça, mas os Duel Suits também não lhe ficavam muito atrás. E queria lá saber o que Pegasus dizia quando lhe falava na textura do material. O que duelistas queriam era acção, efeitos especiais realistas. Estariam tão entretidos a meio de um duelo que nem se lembravam se os fatos eram apertados ou faziam calor ou comichão. E assim que estivesse pronto, o Duel Suit seria lançado para o mercado e arrebataria com as vendas do Duel Disk, pondo a Technological Industries de volta no mapa.
Cansou-se de procurar por Pegasus. Se ele não queria saber, o problema era dele. Ele já financiara o desenvolvimento do projecto. Eric só andava á procura dele para lhe informar sobre as más notícias. E o presidente da Technological Industries não estava para se chatear mais. Se tanto Pegasus como Kaiba pensavam que iam gozar com ele, enganavam-se. Talvez fosse a altura de Eric assumir a liderança no campeonato…

***

Bakura tinha a respiração cada vez mais acelerada. A explosão de luz assustara-o, e a silhueta que aparecera também não era bom sinal. Mas ainda tinha 1000 pontos de vida, o que lhe dava esperança para continuar, embora não soubesse por quanto tempo essa esperança duraria.
- Apresento-te a minha criatura! – berrou Vradevil. – The Beast (4000/4000)!
A explosão diminuiu e em campo surgiu a mais aterradora aparição que Bakura alguma vez podia ter encontrado. Uma criatura de forma humana, contudo com alguns traços deformados. Tinha uma cabeça que lembrava um bode, e os olhos embaciados e bem abertos davam a ideia de que a criatura estava morta. Segurava uma gigantesca foice, suja com aquilo que parecia sangue seco.
- Aqui está a criatura que te vai mandar para o Inferno – disse o Demónio, respirando sonoramente, como se aquela invocação lhe tivesse custado todo o seu esforço. – Agora nada nem ninguém te poderá salvar.
Então, Bakura mirou a sua carta virada para baixo e arregalou os olhos. Afinal ainda havia uma esperança.
- Activar armadilha: Black Horn of Heaven. Quando esta carta é activada eu posso escolher uma criatura do meu adversário que foi invocada especialmente e destruí-la…
Mal acabou de falar, o holograma da sua carta armadilha desapareceu numa explosão, estilhaçando-se.
- Mas o que… – Bakura estava incrédulo. Vradevil ria.
- Talvez devesse ter-te dito: cartas mágicas e armadilhas não afectam a minha criatura.
» Acho que posso atacar agora. The Beast, manda aquela estúpida criatura para o cemitério!»
Fazendo girar a sua foice, a criatura de Vradevil cortou o Newdoria ao meio, fazendo-o desaparecer numa grande explosão.
- Com isto activaste a habilidade especial da minha criatura – gritou Bakura. – A tua criatura é destruída.
Mas Vradevil gargalhava como um demente.
- Mas que imbecil que tu és. The Beast não é afectado por efeitos de monstros. Na verdade, somente criaturas de atributo Luz o podem destruir.
- O quê? – Bakura abriu os olhos. Como podia ser? Não tinha nenhuma criatura no seu baralho que fosse daquele atributo. Quer dizer, possuía o Jowgen, the Spiritualist, mas ele tinha apenas 200 pontos de ataque. Além disso, o seu baralho tinha apenas doze cartas, mais quatro que segurava na mão. Felizmente aquela criatura não tinha a mesma habilidade do Infernos, ou teria perdido 500 pontos de vida.
- Meu turno! – anunciou e sacou, com todo o vigor e não se deixando intimidar pela presença da própria Besta. – Coloco uma criatura virada para baixo, em modo de defesa. É só.
Onze cartas no baralho. Quatro na mão. Tinha de pensar numa solução. Onde raios estavam as outras duas cartas Death Board?
- Parece que não tens muitas opções – disse Vradevil, sacando. – The Beast, ataca o monstro virado para baixo.
Girando a sua foice, a Besta ceifou a carta virada para baixo, nem dando tempo para que a criatura fosse revelada.
Bakura sacou. Uma carta mágica. E podia ser-lhe útil.
- Activo Burial From a Different Dimension – anunciou. – Agora posso recuperar três monstros que foram removidos e adicioná-los ao meu cemitério.
Adicionou o Headless Knight, o Earl of Demise e o Nightmare Ghost. Podia ser que eles o auxiliassem, embora não soubesse bem como.
- Activo Silent Doom, que traz de volta o meu Headless Knight e o coloca em modo de defesa. É só.
Vradevil nada disse, enquanto sacava, e as únicas palavras que proferiu foram as ordens de ataque! Bakura protegeu a cara quando o seu fantasma explodiu graças à foice da Besta. De seguida, o demónio colocou uma carta virada para baixo.
Bakura sacou. Mirou outra carta Death Board. Agora só precisava de arranjar uma forma de a enviar para o cemitério…
- Activar armadilha contínua: Curse From Hell – anunciou Vradevil, interrompendo os pensamentos de Bakura. - Só pode ser activada quando The Beast está em campo. Agora, em cada minha Fase de Espera esta carta nega os efeitos que vêm do cemitério do meu oponente. Efeitos esses que são correspondentes ao tipo de carta que eu sacar na minha Fase de Saque.
“Raios!” praguejou Bakura. Com aquela armadilha, o seu oponente podia negar os efeitos da Death Board no cemitério, simplesmente por sacar uma carta mágica.
- Activo a carta mágica Forbidden Fusion. Pagando 400 pontos de vida posso remover monstros do tipo demónio do meu cemitério para invocar um monstro de fusão. Por isso, removo o meu Headless Knight e o Earl of Demise para criar Duke of Demise (2000/1700) em modo de defesa.

Bakura - 600

Vradevil sacou e mirou a nova criatura de Bakura.
- Pensas que não conheço a habilidade especial do teu monstro? – indagou, despreocupado. – Ele não pode ser destruído em batalha. Mas isso agora não importa. A carta que acabei de sacar é uma magia, o que significa que posso negar o efeito de uma carta mágica no teu cemitério e removê-la do jogo. Como uma das tuas cartas Death Board.
Bakura cerrou os dentes. A sua estratégia não estava a funcionar. Não sabia que mais fazer.
- Termino a minha vez.
Bakura sacou, sabendo perfeitamente o que iria acontecer.
- Agora terei de pagar 500 pontos de vida para manter a minha criatura em jogo. – As palavras quase lhe doíam na alma. Ele estava a autodestruir-se aos poucos.

Bakura – 100

- Deixo duas cartas viradas para baixo e encerro a minha vez.
- É a minha vez. – Vradevil sacou. - Bem, vou terminar a minha vez, lembrando-te que terás de pagar o resto dos teus pontos de vida por essa tua criatura.
Mas Bakura parecia não ligar nenhuma.
- Meu turno. – Sacou e arregalou os olhos. Aquela carta o iria ajudar. - Revelo a minha carta virada para baixo: Soul Recover. Com isto posso recuperar todas as criaturas que removi e juntá-las ao meu cemitério.
- Isso não te vai ajudar em nada – retorquiu Vradevil. – Além disso, não tens de pagar 500 pontos de vida para manter a tua criatura em jogo?
Mal acabou de falar, o Duke of Demise foi destruído.
- Decidi desistir da minha criatura – disse Bakura. – Mas isso não interessa. A carta que saquei vai-me ajudar. Activo a carta mágica Final Draw. Quando tenho menos de dez cartas no meu baralho e apenas uma na minha mão, esta carta permite-me sacar todas as cartas do meu baralho.
- É uma jogada arriscada – disse o Demónio, vendo oito cartas na mão de Bakura. – Esta é a tua última hipótese para me derrotares. Se bem que, vendo o teu estado, nada te poderá salvar.
Bakura tinha todos os músculos tensos, enquanto olhava todas as cartas na mão. Aquele era o duelo mais difícil da sua vida. Mas tinha de apostar em tudo o que tinha. Não podia perder contra um Mestre da Escuridão. Não, quando estava tão perto de atingir os seus objectivos. Tinha oito cartas na mão; nenhuma no baralho. Aquele era o último turno.
- Activo a carta mágica The Cheerful Coffin. Agora só tenho de enviar três monstros para o meu cemitério.
Vradevil estranhou aquela jogada.
- Para que é que estás a remover criaturas da tua mão? – indagou. – Já não sabes o que fazes. Cá para mim, queres que te alivie o sofrimento e tens vergonha de o dizer…
- Cala-te! – bradou Bakura, enraivecido. – A tua criatura vai cair e os teus pontos de vida vão acabar neste turno. Pois eu invoco Chaos Necromancer (0/0) em modo de ataque.
Em campo surgiu uma criatura horrorosa e demoníaca, cuja mais detalhada descrição não se adaptaria a tal monstruosidade.
Nesse momento, Vradevil começou a gargalhar sonoramente.
- Essa criatura não tem pontos de ataque. Como esperas derrotar-me com isso?
Mas Bakura também ria.
- A minha criatura pode entrar em jogo sem força nenhuma – disse, sorrindo diabolicamente. – Mas a sua verdadeira força vem do cemitério. O meu monstro ganha 300 pontos de ataque para cada criatura que está no meu cemitério.
O Demónio parou de gargalhar e ficou com uma expressão pensativa.
- Espera… quantos monstros tens no teu cemitério?
- Quinze – respondeu o jovem. – Isso dá o belo total de 4500 pontos de ataque.
- Não adianta – interveio Vradevil. – O teu monstro ainda é do atributo Trevas e não podes destruir o meu. Além disso, eu só perderei 500 pontos de vida. O teu Chaos Necromancer não é forte o suficiente para me derrotar.
- É por isso que vou apostar tudo na minha segunda carta virada para baixo. Eu activo a armadilha Attribute Roulette - gritou Bakura, fazendo surgir uma roleta por cima do campo. Estava dividida em seis espaços, cada um contendo um atributo. Um ponteiro já começava a girar freneticamente.
- O que é que essa carta faz? - perguntou Vradevil, um pouco incomodado.
- Eu vou apostar tudo nesta carta - respondeu Bakura. - Uma vez por turno, eu posso activar o seu efeito, fazendo girar o ponteiro. Quando parar, todos os monstros em campo tornam-se no atributo que calhar. Só tenho que esperar que pare no atributo Luz.
- Isso não vai resultar - disse Vradevil, divertido. - Tens uma hipótese em seis de tirar o atributo que queres. De certeza que queres depositar as tuas esperanças nessa carta?
Bakura não respondeu, mantendo os seus olhos na roleta, cujo ponteiro começava a abrandar. A mão direita estava cerrada, os dentes rilhavam uns nos outros e grossos bagos de suor escorriam-lhe pela testa. Tinha de tirar o atributo certo naquele turno, era a sua última oportunidade. Sem cartas no baralho, se não se safasse, naquele turno, perderia.
Contudo, um largo sorriso formou-se no seu rosto quando o ponteiro se posicionou no símbolo do atributo Luz.
- Altamente! - rejubilou. - Todos os monstros no campo tornam-se do atributo Luz.
- Não adianta de nada - retorquiu Vradevil. - Mesmo destruindo o meu The Beast, só perderei 500 pontos de vida. Não tens quaisquer hipóteses...
Naquele mesmo instante, surgiu o holograma de uma carta mágica bem conhecida: Megamorph.
- Sabes o que esta carta faz, não sabes? – perguntou Bakura. – Quando os meus pontos de vida são inferiores aos do meu oponente, esta carta mágica dobra os pontos de ataque da criatura equipada.

Chaos Necromancer – 9000 ATK

- Chaos Necromancer, ataca o The Beast e acaba com este duelo! – bradou Bakura.
A criatura começou a formar uma espécie de chama púrpura entre as mãos e preparava-se para atacar, quando Vradevil interveio com a sua risada diabólica e demente.
- Não me digas que te esqueceste da minha carta armadilha? – gritou. – A 7th Circle of Hell ainda está em jogo, o que significa que o ataque da tua criatura será reduzido pela metade.
- E tu não me digas que te esqueceste que ainda tenho duas cartas na mão? – retorquiu o jovem. – Uma delas é a mágica rápida Mystical Space Typhoon, que vai destruir essa tua armadilha.
- Não!!! – Vradevil viu a criatura de Bakura lançar a chama contra a Besta, envolvendo-a em labaredas púrpuras e fazendo-a desaparecer numa enorme explosão de fogo.

Vradevil – 0

Bakura arfava de cansaço, como se aquele duelo o tivesse puxado ao limite das suas forças. Na verdade, nunca se sentira tão assustado com um duelo antes. Enquanto observava o seu adversário cair de joelhos no chão e olhar um ponto imaginário no vazio com olhar apavorado, o jovem desactivava o Duel Disk e fazia desvanecer as trevas que os rodeavam. O seu oponente estava a reagir da mesma forma que Blacklown, Allister e Bonz. Vradevil perdera o duelo; agora teria de sofrer a ira de Seth. O Demónio caiu redondo no chão do beco, o olhar vago mirando o céu, sem no entanto o ver na realidade. Mais uma alma…
Cambaleando, Bakura foi ter com ele e notou algo no chão, brilhando junto aos pés do Demónio. O jovem baixou-se, pegou na Pinta e juntou-a às outras seis que tinha na Manopla. Graças àquela Pinta já estava nas finais.
Saiu do beco e correu pela rua principal. Aos poucos recuperava daquele duelo nas sombras. Agora que tinha o que era necessário para chegar às finais, não podia correr mais riscos. Inscrever-se-ia como um dos finalistas e arrancaria para o local das finais antes de ser novamente emboscado. Encontrar-se-ia com Mai novamente, não fosse precisar dela para outro possível confronto.
- Mai! – chamou ele, quando a viu a sair da aldeia. A rapariga voltou-se e ficou espantada ao vê-lo ainda ali.
- Bakura, o que aconteceu? – perguntou ela. – Pensava que irias ser desqualificado…
- Aquele tipo… – interrompeu Bakura, recuperando o fôlego, – era um Mestre da Escuridão. Eu e ele… enfrentámo-nos, e eu consegui derrotá-lo…
- Estás bem? – indagou ela, vendo-o ainda fraco.
Mas Bakura ergueu a Manopla e, sorrindo, exibiu as sete Pintas brilhantes.
- Estou melhor que nunca – respondeu. – Tenho de me inscrever nas finais antes que as vagas se acabem.
- Não preferes antes…
- Não! Eu fico bem. Não te preocupes.
Dirigiram-se para o painel mais próximo e fizeram uma pesquisa rápida sobre quem já estaria nas finais.
- Jason Yuki, eu, o Kaiba, Damon Cloud, Chrono Oyamada, um Duelista Mascarado, o Marik, o Duke, Aaron Graves e Leon Truesdale – leu Mai, estranhando. – Nem o Yugi nem o Joey estão aqui.
- O quê? – perguntou Bakura, incrédulo, olhando para o ecrã. – Mas o que terá acontecido? Já deveriam estar nas finais.
- Com a tua inscrição já só haverá cinco vagas. Será que…
“Nem me fales nisso” pensou o jovem, enquanto se inscrevia. “O Faraó não se deixaria vencer por duelistas como aqueles. O que se estará a passar?”
Era a primeira vez que torcia para que um inimigo chegasse às finais. Tinha uma missão a cumprir e não seriam uns Mestres da Escuridão que o iriam impedir de atingir os seus objectivos.
“O Millenium Puzzle ainda será meu, Faraó. Podes escrever o que digo.”
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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime19/12/2011, 7:26 pm

Finalmente voltamos a encontrar o Yugi e o Jason. Quem será o Mestre da Escuridão que os enfrentará neste épico duelo?


Capítulo XXII – Dragana, a Mestra dos Dragões

Jason já não podia arquear mais as sobrancelhas, de espantado que estava com a história que Yugi lhe contava. Depois do duelo com os irmãos Rex e Lizaron, Yugi tivera de cumprir a promessa que fizera ao seu novo amigo e contar tudo o que se estava a passar, desde o seu duelo contra Aaron até ao confronto com Masked Rider. Passaram praticamente toda a tarde a falar sobre o Culto da Morte e dos Mestres da Escuridão. Depois do último duelo, nunca mais desafiaram nem foram desafiados por mais nenhum duelista, uma vez que também decidiram afastar-se mais para o interior de Fisher Town.
- Nunca pensei que estivesses metido num assunto desses – disse Jason, quando, a meio da tarde, Yugi tinha acabado de contar toda a história.
- Acredita, Jason – disse Yugi, – eu nunca quis que te envolvesses nisto. Fomos apanhados desprevenidos…
Mas Jason abanou a mão, cessando as palavras do pequeno, e sorriu.
- Não te preocupes. Fico contente por poder ajudar. Se eu não estivesse aqui, quem sabe como te defenderias contra aqueles dois.
Yugi também sorriu. Era verdade. Se não fosse o seu parceiro, aquele seu último duelo teria acabado de outra forma.
Olhou para a sua Manopla, onde seis brilhantes Pintas cintilavam à luz do sol. Como Jason já havia possuído as sete que precisava, Yugi ficou com duas de cada um dos duelistas que havia enfrentado no duelo anterior. Assim, só precisaria de mais uma para poder se qualificar para as finais.
Ignorava quantos duelistas se haviam inscrito nas finais do campeonato. Com tudo o que estava a acontecer, estava mais preocupado com os seus amigos do que com o número de vagas que faltavam. Mesmo assim, precisava de ter a certeza de que todos continuavam na corrida e nenhum havia perdido contra algum Mestre da Escuridão.
- E se fossemos ver como estão os outros? – propôs, olhando em volta, tentando encontrar um dos painéis electrónicos.
- Boa ideia – concordou Jason.
A primeira coisa que Yugi tentou ver quando encontrou um painel foi o número de vagas que havia nas finais.
- Eh, Jason, foste o primeiro a te inscreveres – disse, apontando para o nome do seu companheiro.
- É o que dá ser-se um excelente duelista – gabou-se Jason, coçando a nuca e rindo.
- A Mai também já está nas finais – continuou Yugi.
- Mai Valentine? – indagou Jason. – Ela foi finalista de Duelist Kingdom e Battle City, não foi?
Yugi acenou.
- Ela é uma excelente duelista. – Continuou a mirar o painel. – Não me admira nada ver o Kaiba entre os primeiros. Há aqui um tal de Damon Cloud…
- Ele é um dos melhores do mundo – explicou Jason. – Controla um baralho muito estranho, que saiu há pouco tempo. Um baralho com nuvens…
Yugi não compreendeu o que o amigo quis dizer com aquilo, mas também não fez perguntas. O seu olhar voltou-se para o quinto qualificado.
- Chrono Oyamada. É de esperar que um dos melhores do mundo estivesse nas finais. O Joey é que não vai gostar de saber…
- O Chrono é perigoso – interveio Jason. – Ele e o baralho que ele usa.
- Duelista Mascarado? – Yugi estranhou aquele nome. Não se lembrava de ter visto algum duelista com uma máscara naquela manhã. Mas também a quantidade de duelistas era imensa.
- Deve ser dos bons – especulou Jason. – Ou então deve ser um exibicionista que pagou a entrada nas finais.
- O Marik também já está nas finais – disse Yugi, contente. – E o Duke também…
- O Duke Devlin foi aquele que criou o Dungeon Dice Monsters, não foi? – indagou Jason.
- É um jogo excelente. Mas não é nada fácil aprender as regras no início. – Voltou ao painel. – Aaron Graves… – o seu olhar fixou-se no nome. – É ele.
Jason estranhou a reacção do seu pequeno amigo.
- Foi aquele que espancou o teu avô e roubou uma das três cartas dos deuses, não foi?
Yugi não respondeu logo, mas deu a entender pela sua reacção. O seu alvo já estava nas finais; não podia ficar para trás.
- Leon Truesdale – continuou a ler.
- É o rapaz dos Vehicróids – disse Jason. – Tem uma boa habilidade.
- O Bakura também já se inscreveu. – Virou-se para Jason. – Ele também foi um dos finalistas de Battle City.
- Eu sei – disse Jason. – Não sei muito sobre ele. Há quem diga que ele chegou tão longe com sorte.
Yugi não disse nada. O facto de Bakura ter sido um dos finalistas de Battle City não se devia à sua sorte. Ele era um excelente duelista, inclusive quando possuído pelo poder do Millenium Ring. Felizmente, Bakura já não o possuía, o que significava que o espírito maligno do anel não interferiria.
- Olha, Jason – chamou Yugi, voltando o olhar para o ecrã. - Maximillion Pegasus.
- Ele também participa? – indignou-se Jason. – Estou a ver que este campeonato vai ser mais complicado do que julgávamos.
- Tom Gemin – leu Yugi. – Quem será este?
- Não faço a mínima, embora o nome não me seja estranho…
Yugi havia chegado ao fim da lista. Treze finalistas já se haviam inscrito nas finais. Restavam apenas três vagas para as finais. O problema era que nem Joey nem Odion estavam entre eles. Será que lhes acontecera alguma coisa? Decidiu averiguar, tentando ver como estavam os seus amigos. Os seus olhos abriram-se quando viu que Joey ainda mantinha a Pinta inicial depois de ter ganho um duelo e perdido outro. Ao que parecia, Odion travava naquele momento um duelo.
- Parece que as coisas não vão bem para o teu amigo – disse Jason. – Por este andar, o único lugar que ele vai ter é o do banco.
- Eu não teria tanta certeza – rugiu uma voz feminina atrás deles.
Yugi e Jason voltaram-se ao mesmo tempo e deram de caras com uma mulher alta, de feições esbeltas, vestida com uma indumentária meio medieval, com uma capa e uns calções de seda já esfarrapados. À cintura usava um cinto com um entalhe em osso de uma cabeça de dragão. A mulher tinha olhos escuros e cabelo negro. Uma pequena cicatriz atravessava de cima a baixo o seu olho esquerdo.
- Mas quem…
- O vosso amigo vai perder a alma para o grande Seth – adiantou a mulher, cortando as palavras de Yugi. – É o destino de todos aqueles que enfrentam o Culto da Morte.
Nem Yugi nem Jason falavam. Era certo que estava ali mais um inimigo.
- O meu nome é Dragana – apresentou-se ela. – Faço parte dos doze Mestres da Escuridão. Sou também conhecida pela Mestra dos Dragões.
- Já percebi – adiantou-se Yugi, dando um passo em frente. – É um duelo que queres, não é?
- Deixa-me participar nisto também, Yugi – interveio Jason. – Nós os dois juntos temos mais hipóteses de vencer.
Mas Dragana soltou um grito estridente.
- Nem penses, verme idiota – insultou. – A minha missão é apenas capturar a alma do pequeno Yugi. Se pensares sequer em interferir, faço com que a tua alma seja enviada para o grande Seth.
- Isso não me assusta…
- Jason!
Naquele mesmo instante o Faraó havia tomado a iniciativa e possuído o corpo do seu parceiro.
- É a mim que ela quer – anunciou ele, activando o seu Duel Disk. – E se é a minha alma que ela quer, então terá que lutar por ela.
Dragana começou a rir à gargalhada, enquanto activava o seu Duel Disk.
- É incrível como uma mente tão atrasada como a tua conseguiu derrotar os outros Mestres da Escuridão. Eu sou completamente diferente. Sou um dos mais poderosos do Culto da Morte. O meu baralho de dragões falará por si.
- Isso é o que vamos ver – desafiou o Faraó, posicionando-se diante dela e preparado para o duelo. – Vamos ver quem será o último a rir.
Jason havia-se afastado uns passos, decido a observar o duelo sem interferir. Tinha de confiar no seu amigo. Ele não era o Rei dos Jogos por acaso.
- Duelo!!! – gritaram ambos o Faraó e Dragana, enquanto sacavam cinco cartas cada um.

Dragana – 4000
Faraó – 4000


- Os meus dragões vão esmagar as tuas inúteis criaturas mais depressa do que julgas – disse Dragana, sacando. – Invoco Divine Dragon Ragnarok (1500/1000) em modo de ataque.
Em campo surgiu um comprido dragão branco, cujo corpo ondulante parecia envolto em névoa.
- Deixo duas cartas viradas para baixo e termino por agora.
O Faraó mirou o dragão. Não era muito poderoso, nem possuía nenhuma habilidade especial. Podia acabar facilmente com ele. O que o preocupava eram as duas cartas que a sua oponente colocara viradas para baixo. Dragana não era nenhuma amadora, sabia-o bem. Teria de ter muito cuidado.
- Saco – bradou, mirando a nova carta. Teria de arriscar. – Invoco Magician’s Valkyria (1600/1800) em modo de ataque.
Uma maga, parecida com a Dark Magician Girl, embora envergando um vestido e usando um ceptro diferentes, apareceu.
- Vamos ter de arriscar um ataque – disse Yugi, embora partilhando a mesma preocupação que o seu parceiro.
- Vai ter de ser. Ataca o dragão da minha adversária! – gritou o Faraó.
Formando um poderoso raio, a maga lançou-o contra o dragão, destruindo-o.

Dragana – 3900

- Deixo uma carta virada para baixo e passo a vez.
Jason estava de braços cruzados, observando o duelo atentamente. Ao que parecia, as cartas invertidas de Dragana não impediriam um ataque contra ela. Contudo, isso não queria dizer que não fossem perigosas. Yugi tomara a dianteira do confronto, mesmo tendo cem pontos de vida de diferença. Mas o duelo ainda mal começara e muitas surpresas estariam reservadas naquele baralho de dragões.
- Minha vez. – Dragana sacou e mirou a carta nova. – Activo uma das minhas cartas viradas para baixo: Call of the Haunted. Com isto, o meu Divine Dragon Ragnarok retorna para o campo, em modo de ataque.
- Ele não é mais forte que a nossa criatura – disse Yugi, antes de arregalar os olhos. – A menos que…
- E agora sacrifico-o para invocar o meu Armed Dragon LV5 (2400/1700) em modo de ataque – anunciou a Mestra dos Dragões, invocando um poderoso dragão de pequenas asas, grandes presas, espigões em quase todo o corpo.
Jason descruzou os braços, espantado. Fora um combo fenomenal, invocar uma poderosa criatura como aquela. Ainda para mais porque conhecia a habilidade especial daquela criatura.
- Activo então a carta mágica Dragon’s Gunfire. Enquanto tenho um dragão no meu lado posso infligir-te 800 pontos de dano nos teus pontos de vida.
Uma poderosa bola de fogo atingiu fortemente o Faraó, levando-o a cruzar os braços sobre a cabeça para se proteger.

Faraó – 3200

- Mas não é tudo – continuou Dragana, sorrindo. – Agora posso activar a habilidade especial do meu Armed Dragon. Descartando um monstro da minha mão, posso destruir uma criatura do meu adversário cujos pontos de ataque são iguais ou inferiores que a criatura que descartei. Vou então descartar o meu Thunder Dragon, que tem 1600 pontos de ataque e podes dizer adeus à tua Valkyria.
O dragão lançou um poderoso raio que aniquilou a maga do Faraó.
- Nem tudo está perdido, pois não? – indagou Yugi, mantendo a calma.
- Assim que ele atacar, activo a carta Magic Cylinder e o prejuízo vai directamente para os seus pontos de vida – confirmou o Faraó.
- Antes de atacar – continuava Dragana. O Faraó arqueou as sobrancelhas, – vou activar a carta mágica Stamping Destruction. Quando tenho um dragão em campo posso destruir uma carta mágica ou armadilha.
- Oh não! – bradou o Faraó, quando viu a sua carta virada para baixo desaparecer.
- E tem mais. Agora perdes 500 pontos de vida, devido à perda que sofreste.

Faraó – 2700

- Agora não há nada que me impeça de te atacar directamente! – bradou a Mestra. Nesse mesmo instante, o dragão atingiu o Faraó com uma forte patada, deitando-o ao chão.

Faraó – 300

- Termino a minha jogada. – Dragana sorria de contentamento.
O Faraó não se havia enganado. Aquela duelista era mesmo perigosa. Num único turno conseguira reduzir drasticamente os seus pontos de vida. Graças àquele dragão, bastava ela activar a sua habilidade especial para destruir uma criatura cujos pontos de ataque fossem iguais ou inferiores à criatura que ela descartasse para activar aquele efeito. Contudo, ela não tinha nenhuma carta na mão, e ele acabara de sacar, fazendo com que a sua mão tivesse cinco cartas. O suficiente para fazer um combo suficientemente poderoso para abater, ou mesmo travar aquele dragão.
- Invoco Obnoxious Celtic Guardian (1400/1200) em modo de defesa – anunciou, invocando o guerreiro elfo. – Ele não pode ser destruído por criaturas com 1900 pontos de ataque ou mais.
“Não servirá de nada se a Dragana o conseguir destruir com a habilidade especial do Armed Dragon” pensou Jason, preocupado. “Vamos lá, Yugi, tu consegues.”
- Jogo com duas cartas viradas para baixo e encerro a minha vez.
- Nada do que possas fazer me vai impedir de te massacrar – disse Dragana, sacando. – Já que não posso destruir a tua criatura em batalha, vou ter que usar outros meios. Activo a minha outra carta virada para baixo: Burst Breath. Só terei de sacrificar o meu dragão para assim destruir todos os monstros cuja defesa é igual ou inferior ao ataque da criatura sacrificada.
O dragão desapareceu numa imensa explosão, que apanhou com o guerreiro do Faraó.
- Encerro a minha jogada.
O Faraó sacou. O campo da sua oponente estava vazio; uma boa oportunidade para um contra-ataque. Contudo, não tinha nada na mão que fosse forte o suficiente para lhe causar muito dano, excepto o seu fiel Dark Magician, que necessitaria de dois sacrifícios para ser invocado.
- Invoco Big Shield Gardna (100/2600) em modo de defesa e encerro.
- Precisas mais do que isso para te defenderes de mim – ameaçou Dragana, enquanto sacava. – Invoco ao campo o meu Exploder Dragon (1000/0) em modo de ataque.
Um pequeno dragão alado surgiu em jogo, segurando uma espécie de ovo com espinhos.
“Não é forte o suficiente para destruir o monstro do Yugi” pensou Jason, avaliando a situação. “Contudo, a Dragana pode ter alguma coisa em mente. Espero bem que as cartas viradas para baixo do Yugi o possam ajudar. Ele não está numa posição muito favorável.”
- Ataca o Big Shield! – ordenou Dragana.
- Mas o monstro dela é mais fraco – disse Yugi, não compreendendo.
- O que se passa? – interpelou o Faraó, enquanto via o dragão dirigir-se à sua criatura.
- A minha criatura tem uma habilidade especial – explicou a Mestra. – Quando entra em batalha com um monstro, ambos são destruídos.
Então aquele era o plano dela, desde o princípio. Usar uma criatura para rebentar com as defesas dele. E certamente ela não receberia dano de batalha. Contudo, ele tinha duas cartas viradas para baixo, e a altura certa de usar uma delas era aquela.
- Revelar carta virada para baixo: Magical Hats. Agora apenas terás uma hipótese de acertares, uma vez que a minha criatura vai estar escondida dentro de uma das quatro cartolas que vão surgir.
Naquele momento, quatro cartolas surgiram em campo. Uma delas cobriu o Big Shield, e após uma sessão de trocas, as cartolas ficaram imóveis, ocultando totalmente a localização do monstro do Faraó.
- E agora? – perguntou ele, sorrindo. - O teu dragão apenas dura por um ataque. Quais são as tuas hipóteses de acertares logo à primeira?
Dragana cerrou os punhos, enraivecida. Não sabia se iria atacar ou terminar a Fase de Batalha. Tal como o seu oponente bem dissera, assim que o Exploder Dragon atacasse, quer atingisse o alvo ou não, seria automaticamente destruído. Contudo, ainda tinha 3900 pontos de vida, por isso não perdia nada em manter a sua criatura em jogo. Mesmo que o seu oponente a conseguisse destruir, a habilidade especial do seu dragão não só reduziria o dano a zero como também rebentaria com a criatura atacante.
- Encerro a minha vez.
Naquele mesmo instante, as quatro cartolas desapareceram, revelando o Big Shield.
- Meu turno – anunciou o Faraó, sacando. – Chegou a altura de virar este duelo a meu favor. Activo a carta mágica Change of Heart. O seu efeito é simples: durante este turno posso controlar uma criatura do meu adversário como se fosse minha.
- Como? – Dragana mal podia acreditar quando viu o seu dragão voar em direcção ao campo do seu adversário. – O que pretendes fazer?
- Simples. Sacrificando o Exploder Dragon e o Big Shield Gardna, posso invocar o meu Dark Magician (2500/2100) em modo de ataque.
“Boa, Yugi!” Jason quase pulou de contentamento, quando viu o poderoso mago aparecer em jogo, brandindo o seu bastão e lançando um olhar ameaçador em Dragana. “Este duelo está no papo.”
- Dark Magician, ataca-a directamente! – berrou o Faraó, ignorando o rosto amedrontado da Mestra.
O mago negro lançou um poderoso raio, que atingiu fortemente Dragana, fazendo-a gemer de dor e levar um joelho ao chão.

Dragana – 1400

- Encerro a minha jogada.
Dragana estava furiosa, e isso via-se pela forma como ela tremia enraivecidamente. Os seus olhos pareciam mesmo os de um réptil, enquanto mirava o Faraó com uma frieza assassina. Já não estava com sorrisos, com arrogâncias, nem mesmo convencida. Agora jogaria a sério.
- Vais ver, Faraó – bradou ela, enquanto sacava. – Acabaram-se as brincadeiras. Vou-te mostrar o quão poderosos os dragões são perante as tuas estúpidas criaturas.
- Estou à espera…
- Activo a carta mágica Pot of Greed. Isso deixa-me puxar duas cartas novas. Invoco então Horus the Black Frame Dragon LV4 (1600/1000) em modo de ataque.
Um pequeno dragão prateado, que ainda nem sabia voar, surgiu em jogo.
- Activo então a carta mágica Dragon Crystal, para equipar ao meu dragão e aumentar-lhe 1000 pontos de ataque e defesa (2600/2000).
- Oh não! – O Faraó mirou o seu fiel mago, sentindo que o seu fim estava próximo.
O dragão da Mestra formou uma poderosa esfera de fogo, que lançou contra o Dark Magician e o desintegrou com grande facilidade.

Faraó – 200

- Antes de terminar a minha vez vou activar a habilidade especial do meu dragão – disse Dragana, voltando a sorrir. – Na Fase Final de um turno em que o Horus destrói uma criatura em batalha, eu posso enviá-lo para o cemitério para assim invocar Horus the Black Flame Dragon LV6 (2300/1600).
No lugar do anterior dragão, surgiu outro maior e mais poderoso.
- O meu dragão não é afectado por cartas mágicas – explicou a Mestra. – E tem mais: como o meu anterior dragão estava equipado com a Dragon Crystal, sempre que essa carta vai para o cemitério, eu posso sacar duas cartas do meu baralho. É tudo.
As coisas deram outra reviravolta. O Faraó mal acreditara que a sua oponente conseguira aniquilar o seu Dark Magician com tamanha facilidade. Contudo, ele ainda não estava caído. Mesmo com apenas 200 pontos de vida iria arranjar uma forma de voltar a ganhar vantagem.
- Minha vez. – Sacou. – Também activo uma Pot of Greed, para adicionar duas cartas à minha mão. – Agora tinha três cartas na mão e uma virada para baixo em campo. Teria de usar o que tinha se queria ganhar vantagem. – Coloco duas cartas viradas para baixo e invoco Silent Magician LV0 (1000/1000) em modo de ataque. Termino a minha jogada.
Em campo surgiu uma criatura vestida de mago, segurando um ceptro.
Jason estranhou aquela invocação. O mago de Yugi tinha menos pontos de ataque que o dragão da Mestra. Se não estivesse tão confiante que as três cartas viradas para baixo iriam ajudar o amigo, teria desesperado. Certamente o Yugi teria uma estratégia em mente.
- Minha vez – rosnou Dragana, desconfiando da estratégia do seu adversário. – Activo a carta mágica Monster Reincarnation. Descartando uma carta posso recuperar uma criatura do meu cemitério. Como o meu Divine Dragon Ragnarok.
“Mas qual será a estratégia dela?” indagava-se Jason, arqueando as sobrancelhas. Não iria sair dali nada de bom...
- De seguida jogo Polymerization – continuou ela. – Vou usar esta carta para fundir o meu Divine Dragon com Lord of D. para criar King Dragun (2400/1100) em modo de ataque.
Em campo surgiu um novo dragão, cujo corpo serpenteante terminava na parte de cima com uma forma vagamente humana.
- Agora não há nada que te salve dos meus monstros – disse Dragana, rindo às gargalhadas. – King Dragun, ataca o mago estúpido do meu adversário!
Brandindo um poderoso ceptro com a forma de um dragão, a criatura de Dragana lançou um poderoso raio, visado ao Silent Magician. Contudo, o Faraó sorria, como se aquele ataque fosse exactamente aquilo que estava à espera.
- Vou activar a minha mágica rápida – anunciou, triunfante. – Spell Textbook. Vamos parar o teu ataque por um bocado, ok? O efeito desta carta faz-me descartar toda a minha mão e sacar uma carta nova. E se a carta que eu sacar for uma magia, posso usá-la de imediato.
» Como não tenho cartas na mão posso passar ao saque.»
- Esta carta vai ter que nos ajudar – disse Yugi, rezando para que o próximo saque do seu alter-ego não fosse em vão.
Rápida e secamente, o Faraó extraiu a carta do topo do baralho e mirou-a sem cerimónias. Naquele momento, o seu sorriso alargou.
- Jogo Card of Sanctity. Ambos teremos que sacar até termos seis cartas na mão.
Como nenhum dos dois tinha cartas nas mãos, ambos sacaram seis cartas.
- Não vejo como isso me irá ajudar – criticou Dragana, mirando as novas cartas que sacara.
- Na verdade – disse o Faraó, – isso ajuda-me a mim. Porque o meu Silent Magician possui uma habilidade especial. Por cada carta que o meu oponente sacar, o meu monstro ganha 500 pontos de ataque.
- Oh não! – berrou Dragana, olhando horrorizada para a mão. – Saquei seis cartas.

Silent Magician – 4000 ATK

“Boa! Agora o Yugi vai vencer. Com todos aqueles pontos de ataque, os pontos de vida de Dragana não vão aguentar o choque.”
O monstro do Faraó começou a gerar uma esfera mágica na ponta do seu ceptro. O raio de King Dragun aproximava-se cada vez mais, mas o impulso de força que o Silent Magician acabara de receber era suficiente para virar aquele ataque contra o ofensor. Dragana mirou a nova mão, em busca de algo que a ajudasse. E de facto…
- Activo a mágica rápida Dragon Skin – anunciou ela, mostrando a carta. – Só tenho de remover um dragão do meu cemitério para reduzir o dano de batalha a zero. O meu Divine Dragon serve na perfeição.
O King Dragun foi destruído, mas devido à intervenção da Mestra o dano extra fora anulado.
- Passo o meu Horus para modo de defesa – disse ela. – Coloco uma carta virada para baixo e encerro.
“Mais uma vez o Yugi tomou a dianteira do duelo” pensou Jason, sorrindo. “Ele é fenomenal. Merece bem o título de Rei dos Jogos.”
- Meu turno – disse o Faraó, sacando. – Invoco o meu Skilled White Magician (1700/1900) em modo de ataque.
Em jogo surgiu um mago encapuçado, vestido de branco e segurando um ceptro.
- Ataca o Horus! – ordenou o Faraó ao seu monstro.
O mago apontou o ceptro ao dragão e começou a formar um raio na extremidade.
- Activar armadilha: Negate Attack – anunciou Dragana. – A tua Fase de Batalha termina aqui.
- Mas o meu turno não. – O Faraó mirou as seis cartas que ainda tinha na mão, avaliando a sua situação. – Vou começar por activar uma carta mágica conhecida por The Shallow Grave. Agora ambos teremos de ir aos nossos cemitérios e buscar uma criatura para invocar em modo de defesa e virada para baixo.
- Eu trago o meu Lord of D. – anunciou a Mestra.
- E eu trago o meu Dark Magician.
Nesse momento, uma das três esferas incrustadas na indumentária do Skilled White Magician acendeu-se.
- De seguida – continuou o Faraó, – activo uma segunda carta mágica: Double Spell. Descartando o meu Diffusion Wave-Motion da minha mão posso tirar uma carta mágica do cemitério do meu adversário.
Uma segunda esfera brilhou no mago do Faraó.
- E que carta escolheste? – quis saber Dragana, inquieta.
- A tua Pot of Greed, que vou usar de imediato para sacar duas cartas novas.
Nesse momento, as três esferas na túnica do mago já brilhavam uma luz difusa mas visível.
- Agora activo a habilidade especial do meu Skilled White Magician – disse o Faraó. – Agora posso sacrificá-lo e invocar o meu Buster Blader (2600/2300) em modo de ataque.
“Bem jogado, Yugi” felicitou Jason. “A Dragana não tem hipóteses agora.”
- Oh não – gemeu ela, mirando o guerreiro do seu oponente. – A habilidade especial dele faz com que receba 500 pontos de ataque por cada dragão no meu lado do campo e cemitério.
- Certo – concordou o Faraó. – Mas não é essa a minha intenção. Antes de encerrar o meu turno vou activar a carta mágica Polymerization. E vou fundir o meu Dark Magician com o Buster Blader para criar o poderoso Dark Paladin (2900/2400) em modo de ataque.
» E a sua habilidade especial faz com que ele ganhe 500 pontos de ataque por cada dragão no campo e em ambos os cemitérios.»

Dark Paladin – 4900 ATK

- Tantos pontos! – bradou a Mestra dos Dragões, arregalando os olhos.
“Incrível. Que habilidades. Tendo o Silent Magician 4000 pontos de ataque e o Dark Paladin 4900 é impossível que o Yugi perca. Acho que nunca vi um duelo tão emocionante em toda a minha vida.”
- Vou encerrar a minha vez – anunciou o Faraó.
Dragana quase tremia. Hesitava em sacar a carta. Apesar de ter duas cartas a mais na mão que o seu oponente, duvidava que fosse conseguir sacar algo que fosse suficientemente poderoso para derrotar aqueles dois magos poderosos. Arriscou sacar. A carta que segurava em mãos era uma mágica. Mas não a podia usar, uma vez que o Dark Paladin tinha a habilidade de negar a activação de cartas mágicas, simplesmente se Yugi descartasse uma carta mágica da sua mão. Não podia invocar dragões, uma vez que iria aumentar o poder de ataque do Paladin. Tinha de pensar noutra estratégia.
- Vou activar a carta mágica Heavy Storm – anunciou, tentando algo. – Ela destrói todas as cartas mágicas e armadilhas em campo.
- Eu activo a habilidade especial do Dark Paladin – interrompeu o Faraó. – Descarto o meu Exile of the Wicked para negar a tua mágica e destruí-la.
Tal como ela pensara. O seu oponente usara a habilidade da sua criatura para negar a sua Heavy Storm. Mas tivera de descartar uma carta para o fazer. Agora a mão do Faraó possuía três cartas. Seriam todas mágicas? Teria de arriscar com mais uma carta.
- Activo a carta mágica A Wingbeat of Giant Dragon. Só terei de retornar o meu Horus de volta para a minha mão para destruir todas as cartas mágicas e armadilhas em jogo.
O Faraó cerrou os dentes. Ele não possuía cartas mágicas na mão. Não podendo activar a habilidade especial do seu Dark Paladin. Mas isso não significava que o duelo estaria perdido.
- Agora sacrifico o meu Lord of D. para reinvocar Horus the Black Flame Dragon LV6 (2300/1600) em modo de ataque.
- Em modo de ataque? – indagou o Faraó, confuso. – Por que carga de água? Não sabes que basta um ataque das minhas criaturas para te dizimar os pontos de vida?
- Eu ainda não terminei – retorquiu Dragana. – Eu ainda vou activar a carta mágica Quick Summon. Isto permite-me invocar outra criatura da minha mão. Como o meu Masked Dragon (1400/1100) em modo de ataque.
O Faraó arregalou ainda mais os olhos.
- Mas o que estará ela a fazer? – perguntou Yugi. – Será que ela está a tramar alguma?
- Das duas, uma – disse o Faraó. – Ou ela se esqueceu que o nosso Dark Paladin fica mais forte de cada vez que um dragão novo entra em jogo, ou está mesmo a tramar alguma.

Dark Paladin – 5400 ATK

- Não importa que o teu monstro esteja mais forte – comentou Dragana, sorrindo. – Eu tenho nas minhas mãos a carta que te vai derrotar.
“Do que está ela a falar?”
- Neste momento – continuou ela, mirando o seu Duel Disk, – existem cinco dragões dos quais eu posso fazer uso: Armed Dragon LV5, Exploder Dragon, Horus the Black Flame Dragon LV4, Horus the Black Flame Dragon LV6 e Masked Dragon. E com esta carta eu posso usá-los para invocar o dragão mais poderoso de Duel Monsters.
“Continuo sem perceber nada.” Jason olhou para o Faraó e notou uma expressão aterrorizada no seu rosto. Saberia ele do que estaria para vir?
- Será que ela vai tentar aquilo que estamos a pensar? – perguntou Yugi, amedrontado.
- Ao que parece… - O Faraó não conseguia dizer mais nada. A sua adversária ia invocar um dos dragões mais poderosos do jogo. Já o havia enfrentado duas vezes e conseguira derrotá-lo à custa.
Dragana começou a rir. Um riso que rapidamente se transformou numa gargalhada malévola e incontrolável. A Mestra dos Dragões segurava a sua carta trunfo, bem erguida no ar para que todos os que para lá olhassem se apercebessem dela. O Faraó estava cada vez mais inquieto. Jason estava cada vez mais confuso.
- A verdadeira batalha começa agora, Yugi – rugiu Dragana, aos gritos. – E tu nada podes fazer para impedir que o mais forte dos dragões emirja e te derrote…

Nota do autor: Sim, eu sei que o efeito do Dark Paladin está errado, mas na altura eu erroneamente pensei que apenas se precisaria de descartar cartas mágicas para negar cartas mágicas. Foi um erro que espero não voltar a repetir.
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MensagemAssunto: Re: Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus   Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus - Página 2 Icon_minitime21/12/2011, 1:40 pm

Conclusão do duelo Yugi Vs Dragana.


Capítulo XXIII – A Dura Batalha dos Dragões! O Five-Headed Dragon!

Dragana segurava firmemente a carta trunfo na mão, enquanto gargalhava de contentamento. O Faraó sabia o que estava prestes a vir. Sendo a sua oponente uma usuária de um baralho de dragões, era óbvio que tinha uma criatura daquelas. Ainda para mais, com um título como “Mestra dos Dragões” era de admirar se não o tivesse.
- Espero que estejas pronto para a minha criatura suprema – desafiou ela, aproximando a carta do Duel Disk, lentamente.
Jason continuava calmo, apesar de apreensivo quanto à jogada que Dragana estava prestes a fazer.
“Mas de que carta estará ela a falar?” pensou, tentando recordar todas as cartas que conhecia sobre dragões. Infelizmente, conhecia muito poucas.
- Estou com medo, Faraó – queixou-se Yugi, tremendo. – E se desta vez não o conseguirmos vencer?
- Não vamos sequer pensar nisso – retorquiu o Faraó, embora também estivesse temeroso.
- Mas da primeira vez tínhamos a ajuda do Kaiba – continuou Yugi. – E da segunda vez contámos com a ajuda do Joey.
- Desta vez teremos de contar connosco apenas…

Dragana – 1400
Faraó – 200
Dark Paladin – 5400 ATK/2400 DEF
Silent Magician – 4000 ATK/1000 DEF


- Vou activar a carta mágica Dragon’s Mirror – bradou Dragana. – Com esta carta posso remover os três dragões que estão no meu cemitério e os que estão no meu lado do campo para invocar um monstro de fusão.
Os dois dragões no lado do campo de Dragana desapareceram e surgiu então um enorme e aterrorizante dragão. Cinco compridas cabeças estendiam-se em direcção aos monstros do Faraó, ameaçadoramente. Cada uma das cabeças tinha uma forma diferente.
- Apresento-te o temível Five-Headed Dragon (5000/5000).
- É ele!!! – gritou Yugi, aterrorizado.
Jason havia descruzado os braços e olhava para a aparição com todo o terror que conseguiu arranjar. Nunca havia visto aquele dragão antes, embora tivesse ouvido várias histórias sobre ele. Era quase impossível derrotá-lo. Um poderoso dragão lendário de cinco cabeças, cada uma representando cada um dos atributos dos monstros: Água, Terra, Vento, Fogo e Trevas. Ainda para mais, com 5000 pontos de ataque e defesa não eram muitos os monstros que conseguissem ultrapassar aquela pontuação.
- Já deves estar a par da habilidade especial da minha criatura – proferiu Dragana, sem parar de sorrir. – O meu Five-Headed Dragon apenas pode ser destruído em batalha por criaturas da Luz.
- É verdade – gemeu Yugi. – Que criaturas da Luz ainda nos restam?
- Não muitas – respondeu o Faraó, olhando para a sua mão. Nenhuma criatura que o ajudasse. E Dragana ainda não tinha chegado à Fase de Batalha.
- Com a remoção de cinco dragões, o teu Dark Paladin perde pontos de ataque, ficando assim com 3400.
“O Yugi tem apenas 200 pontos de vida.” Jason olhou para o seu parceiro, aterrorizado. “Basta um ataque e tudo acaba.”
- Five-Headed Dragon, ataca o Silent Magician e termina com este duelo! – gritou a Mestra. – A vitória é minha. E a tua alma será entregue a Seth.
As cinco cabeças foram apontadas para o mago do Faraó e cinco poderosos raios foram expelidos a alta velocidade. O Faraó olhou para o seu mago ser consumido pelos raios e desaparecer numa imensa explosão mágica. Mas não tinha muito tempo para admirar a beleza da explosão. Os raios dirigiam-se agora na sua direcção, prontos a tirar-lhe os restantes pontos de vida.
- Aqui está, Venerável – gritava Dragana, em completa demência. – A alma de Yugi Mutou ser-lhe-á entregue. Tive sucesso onde os outros fracassaram…
- Ainda não – disse uma voz bem conhecida.
Dragana desvaneceu a sua gargalhada. Do outro lado do campo notou algo pequenino que se interpusera entre o ataque da sua criatura e o Faraó, fazendo com que o ataque errasse o alvo. Quando toda a fumaça do ataque se dissipou, o Faraó continuava em pé, como se nada tivesse sofrido.

Faraó – 200

- Mas… mas… - Dragana não entendia nada do que se estava a passar. – Como resististe ao ataque?
O Faraó sorriu levemente.
- Não subestimes o poder das minhas criaturas, Dragana. Pois até as mais fracas são muito úteis nestes momentos.
» O que eu fiz foi enviar o meu Kuriboh da minha mão para o meu cemitério e assim reduzi o dano de batalha a zero.»
A Mestra cerrou os dentes e os punhos, enraivecida. Quase conseguira vencer o seu oponente. Se não fosse aquela insignificante criatura ela teria ganhado o duelo.
- Encerro a minha jogada.
Jason respirou fundo. “Ainda bem” pensou. “Se o Yugi não tivesse aquele Kuriboh não sei onde estaria ele agora.”
- Conseguimos resistir a este ataque, mas o que nos garante que conseguiremos aguentar até ao nosso próximo turno?
- Temos de ter fé e continuar o duelo – disse o Faraó, levando a mão ao topo do baralho. – Minha vez. Vou invocar Gamma, the Magnet Warrior (1500/1800) em modo de defesa – declarou. – Passo então o meu Dark Paladin para modo de defesa e termino com uma carta virada para baixo.
- Há uma forma de a derrotarmos, não há? – perguntou Yugi.
- Somente criaturas da Luz poderão destruir aquele dragão.
- E as cartas Egipcian God? Será que elas funcionarão?
- Não sei. O Obelisk começa com uma pontuação de 4000 pontos de ataque e defesa. Para activarmos a sua habilidade especial teríamos de sacrificar dois monstros do nosso lado do campo. E quanto ao Slifer, o seu poder de ataque varia consoante o número de cartas que temos na mão. Vai ser difícil.
- Minha vez – disse Dragana, sacando. – Five-Headed Dragon, ataca e destrói o Dark Paladin!
Novamente as cinco cabeças começaram a formar diferentes raios de energia que visaram o mago do Faraó. Mas este parecia estar preparado.
- Revelo a minha carta virada para baixo: De-Fusion. Com esta carta o meu Dark Paladin reverte à forma dos dois monstros que usei para o criar, evitando assim o teu ataque.
O mago do Faraó desapareceu e no seu lugar surgiu o Dark Magician e o Buster Blader. Os raios do dragão passaram mesmo pelo meio deles.
- Tiveste sorte – praguejou Dragana. – Mas isso não vai durar para sempre.
- Temos que sacar uma carta boa neste turno – disse Yugi, rezando para que o saque valesse a pena.
O Faraó apelou ao poder do seu baralho, desejando do fundo do seu coração que lhe saísse uma boa carta.
- Minha vez. – Sacou e os seus olhos regalaram-se quando mirou a carta. Talvez ainda houvesse uma esperança. – Eu sacrifico o meu Gamma, o Dark Magician e o Buster Blader para invocar um dos meus Deuses Egípcios. Vem, Obelisk, the Tormentor (4000/4000)!!!
Naquele exacto momento nuvens negras surgiram no céu, seguidas de uns quantos relâmpagos. Mas não era isso que atraía a atenção dos duelistas. Uma enorme figura titânica surgiu em campo, de cor azulada, exibindo a sua musculatura super desenvolvida. A criatura era tão grande que quase cobria o céu, e os seus punhos tinham o triplo do tamanho dos duelistas. O Five-Headed Dragon ao seu lado parecia um cachorrinho indefeso e assustado.
“Incrível.” Jason mal podia acreditar no que via. “Primeiro o Slifer. Agora o Obelisk. Se o Ra não tivesse sido roubado do Yugi, será que ele o conseguiria invocar neste duelo? Os Deuses Egípcios… Nunca pensei poder vê-los de tão perto.”
- Belo esforço – elogiou Dragana, quando se recuperou do choque. – Mas não vai resultar. Caso te tenhas esquecido o meu dragão ainda é 1000 pontos de ataque mais forte que o Obelisk.
- Ela tem razão – disse Yugi. – Ele pode ser muito poderoso, mas não chega para derrotar o Five-Headed Dragon. Se tivéssemos mais monstros…
- … podíamos ter activado a habilidade especial do Obelisk – completou o Faraó, mirando a única carta que tinha na mão. – Deixo uma carta invertida e encerro a minha vez.
Dragana recomeçou a gargalhar como uma bruxa enlouquecida enquanto sacava a carta.
- Isto é mesmo conveniente. Neste turno vou vencer o tão poderoso Rei dos Jogos e derrotar um dos Deuses Egípcios. Five-Headed Dragon, ataca o Obelisk e acaba com este duelo!
Cinco novos raios de energia foram formados nas cabeças do enorme dragão. Cinco raios que foram expelidos com toda a força contra o Obelisk.
- Revelo a minha carta virada para baixo – bradou o Faraó. – Soul Shield. Pelo custo de metade dos meus pontos de vida o ataque da tua criatura é cancelado.
- Maldito sejas!

Faraó – 100

“Não convém nada o Yugi continuar a gastar pontos de vida desta forma” pensou Jason. “Contra tão temeroso adversário todos os pontos são indispensáveis.”
- Não poderás fazer nada para evitar que eu ganhe este duelo – provocou a Mestra, colocando uma carta virada para baixo.
O Faraó deitou a mão ao topo do seu baralho, esperando que o seu próximo saque o ajudasse. Não possuía cartas na mão, e o máximo que poderia fazer, caso não conseguisse uma carta boa naquele turno, era passar o Obelisk para modo de defesa.
- Minha vez! – Sacou e olhou para carta. Talvez o ajudasse mais tarde. – Deixo uma carta virada para baixo e passo o meu Obelisk para modo de defesa.
“Ele não tem muitas opções” pensou Jason, avaliando a situação sem perder a calma. “Esperemos que a Dragana não invoque nenhum monstro neste turno, ou tudo poderá estar acabado.”
- Chegou a altura de terminar isto – disse Dragana, sacando. – Invoco o meu Attachment Dragon (100/100) em modo de ataque.
Um pequeno dragão de grandes asas surgiu em campo.
- Ele tem exactamente os pontos de ataque necessários para acabar contigo – disse ela, sorrindo. – Contudo, vou usar a sua habilidade especial primeiro. Ele pode fixar-se ao teu monstro e forçá-lo a ficar em modo de ataque.
- Não pode ser! – bradou o Faraó, vendo o dragão agarrar no Obelisk e fazendo-o levantar-se da sua posição ajoelhada e assumir o modo de ataque.
- Agora vou equipar o meu dragão com outra Dragon Crystal, para lhe aumentar os pontos de ataque para 6000.
“Está tudo perdido!”
- Que vamos fazer agora? – perguntou Yugi, desesperado.
- Five-Headed Dragon, ataca o Obelisk e acaba com este duelo de uma vez por todas!
As cinco cabeças voltaram a formar poderosos raios que emergiram das cinco bocas e foram disparadas contra o Deus Egípcio. Desta vez parecia que o Faraó não tinha nada que protegesse o seu monstro da destruição. Os raios embateram no peito de Obelisk e a explosão foi tremenda e assustadora, elevando uma gigantesca bola de fogo virtual, que culminou numa fumaça de tal modo densa que cobria por completo toda aquela zona de Fisher Town.
Jason tentava ver além do fumo, que tardava a se dissipar. Conseguia ouvir as gargalhadas maquiavélicas de Dragana, que acreditava ter vencido o duelo. Todavia, Jason não queria acreditar enquanto tentava enxergar pelo meio do fumo o paradeiro de Yugi.
- Finalmente! – ouviu Dragana dizer. – Consegui derrotar o tão poderoso Rei dos Jogos! Agora a sua alma pertencerá ao grande deus Seth.
Jason não via nada, nem ouvia nada do local onde vira Yugi antes da explosão. Seria possível? Dragana teria razão? Ele não podia ter perdido o duelo… Deixou-se cair de joelhos no chão, ainda não acreditando no que acabara de acontecer. O Yugi… perdera o duelo…
- Eu se fosse a ti, Dragana, não comemorava – disse então uma voz possante e familiar, vinda do meio da fumaça, que parecia estar a se dissipar aos poucos.
As reacções de Dragana e Jason foram quase simultâneas. Jason levantou a cabeça e Dragana desvaneceu a sua gargalhada. Do meio do fumo uma silhueta se distinguia. Uma forma humana bem conhecida.

Faraó – 2100

- Mas… – Dragana não conseguia acreditar. O seu oponente surgira do meio do fumo com mais pontos de vida que ela. Como era possível?
O Faraó sorria serenamente.
- Bem, esta foi por pouco – disse Yugi, também sorrindo.
- Podes crer, parceiro – concordou o Faraó, olhando para Dragana, que continuava confusa no seu lugar. – Presumo que te estejas a perguntar o que se passou? Quer dizer, o meu Obelisk foi destruído, deveria ter perdido o duelo, não é assim?
» Poderia ter sido, não fosse eu activar a carta armadilha Nutrient Z. Isso fez aumentar os meus pontos de vida para 4100 antes de receber os 2000 de dano.»
- Boa jogada, Yugi! – gritou Jason, completamente aliviado.
O Faraó olhava a Mestra dos Dragões com um olhar confiante.
- Termino a minha jogada – foi o que Dragana conseguiu balbuciar.
Todavia, apesar da jogada milagrosa do Faraó, a situação dele não melhorara. Conseguira apenas mais um turno para virar o duelo, o que deveria fazê-lo com apenas uma carta na mão. Sem o seu Obelisk em jogo, as hipóteses eram menores que antes.
- Este saque terá de determinar o futuro deste duelo – disse Yugi, olhando para o baralho.
O Faraó concordou. Não podia continuar a resistir aos ataques do Five-Headed Dragon. Aquele saque teria de fazer a diferença, custasse o que custasse.
Sacou e olhou para a carta. Os seus olhos abriram-se ainda mais. Chegara a hora de uma nova estratégia.
- Vamos mudar o rumo deste duelo – propôs, erguendo a carta que acabara de sacar. – Eu activo a carta mágica Copy Spell. Isto deixa-me remover uma carta mágica do meu cemitério para que a Copy Spell receba os efeitos da carta que eu removi. E eu escolho a Card of Sanctity. Agora ambos teremos de sacar até ficarmos com seis cartas na mão.
Dragana sacou seis cartas, assim como o seu oponente. O Faraó mirou a sua mão e pensou numa forma de conseguir destruir aquele dragão.
- A nossa mão não é suficientemente forte para derrotá-la – comentou o Faraó.
- Mas há uma carta aqui que nos pode ajudar – alertou Yugi. – É igual à que o Joey pôs no baralho dele e tanto queria que nós usássemos.
- Mas esta carta tem as suas desvantagens. Vamos ter de pagar pontos de vida para a usar.
Dragana esperava pacientemente, assim como Jason, que estudava o seu parceiro atentamente. Aquela jogada proporcionara-lhe cartas novas, mas parecia que a nova mão não lhe era favorável.
- Activo uma nova carta mágica – continuou o Faraó. – Unfair Trade. Por cada monstro no meu cemitério que eu remover perco metade dos meus pontos de vida, mas posso sacar uma carta nova de cada vez que o fizer.
“Uma jogada arriscada” pensou Jason.
- Removo então o meu Obnoxious Celtic Guardian e o meu Skilled White Magician. Isso dar-me-á o direito de sacar duas cartas novas.

Faraó – 525

- Três monstros – informou Yugi, pouco à vontade. – Isto não nos favorece em nada.
Mas o Faraó mantinha-se calado, mirando as três criaturas que tinha na mão, em conjunto com as quatro cartas restantes. Havia muita coisa em comum com aqueles três monstros. Algo que o ajudaria a derrotar o Five-Headed Dragon e vencer o duelo. Isto, se tudo corresse bem…
- Chegou a hora de deitar abaixo esse dragão, de uma vez por todas! – bradou, apontando para a criatura gigantesca. – E eu possuo a criatura certa para isso.
Dragana já se havia recomposto do choque que apanhara no seu turno, e agora apenas ria com ironia.
- Do que estás tu a falar? – indagou. – Não há nenhum monstro no teu baralho que ultrapasse o poder do meu Five-Headed Dragon. E lembra-te que ele só pode ser destruído por criaturas da Luz.
- Ela tem razão, Faraó.
- Enganas-te, Dragana. – O Faraó sorria. – Ainda há uma criatura. Uma criatura que vai ultrapassar o poder do teu dragão, mesmo ele tendo 6000 pontos de ataque.
- Mas nós não temos nada disso na mão? Do que estás a falar?
- E que criatura é essa, pode-se saber? – perguntou Dragana, julgando certamente que o seu adversário estaria a fazer bluff.
O Faraó tirou uma carta da mão e inseriu-a no Duel Disk. O holograma da carta não tardou a surgir: Polymerization.
- Mas o que estás a fazer, Faraó? – perguntou Yugi, confuso. – Não temos nada na mão que possamos usar como monstros de fusão.
- Enganas-te, Yugi. Há um monstro que podemos invocar com estes três. Prepara-te. – Voltou-se para Dragana. – Vou fundir estes três monstros na minha mão: Queen’s Knight, King’s Knight e Jack’s Knight para criar o meu mais novo monstro de fusão.
Os três cavaleiros uniram-se e uma luz poderosa e forte iluminou o local por uns segundos. Quando se dissipou, havia um novo cavaleiro. Um imponente cavaleiro, brandindo uma grande espada.
- Apresento-te Arcana Knight Joker (3800/2500) – disse o Faraó. – E ele é do atributo Luz.
Ao princípio, Dragana esteve apreensiva. Mas depois, notando os pontos de ataque da nova criatura do seu adversário, retomou a sua gargalhada demoníaca, que já começava a irritar.
- Estás a brincar? Esse monstro é poderoso, mas não chega aos calcanhares do meu. Qual é a tua ideia?
Mas o Faraó continuava a sorrir.
- Arcana Knight Joker, ataca o Five-Headed Dragon!
Jason abriu ainda mais os olhos. Dragana imitou-o. Yugi gritava-lhe na mente para não o fazer. Mas o ataque já havia sido declarado. O cavaleiro desembainhou a espada e disparou em direcção ao enorme dragão.
- A vitória é minha! – gritou Dragana.
- Ainda não acabou, Dragana – interrompeu o Faraó, tirando outra carta da mão. – Eu vou activar a mágica rápida Battle Fusion. Quando o meu monstro entra em batalha com um monstro oponente, a minha criatura ganha pontos de ataque iguais aos pontos de ataque do alvo de ataque.
O sorriso de Dragana paralisou. Não podia ser…

Arcana Knight Joker – 9800 ATK

“Fantástico.” Jason não conseguia parar de sorrir. Mais uma vez o seu ídolo conseguira virar o duelo a seu favor. Os seus olhos brilharam quando viu o cavaleiro dar um tremendo salto e desferir um poderoso golpe vertical ao dragão, cortando-o ao meio com uma enorme facilidade. Uma nova explosão seguiu-se após isso, e os gritos aflitos de Dragana eram bem distintos.

Dragana – 0

- Não… não pode ser. – Dragana caiu de joelhos, o olhar horrorizado fitando o seu oponente, que desactivava o Duel Disk e se encaminhava na sua direcção. Contudo, naquele preciso instante, a imagem imponente de Yugi fora oculta por uma sombra escura e gigantesca. A Mestra dos Dragões sabia do que se tratava. Uma vez que perdera o duelo, teria de sofrer as consequências. Por mais que tentasse, por mais que se esforçasse para tentar sair daquela situação, não conseguia evitar que a sombra a cobrisse por inteiro. Dragana gritou, mas não se ouvia. A escuridão tomava conta da sua mente e tudo em seu redor. Foi então que sentiu uma espécie de corrente de ar que atravessou o seu corpo, e sentiu-se como se fosse levada pela súbita rabanada de vento. Mas quando olhou para baixo e viu o seu corpo físico caído lá em baixo é que se apercebeu do que se passava. A sua alma acabara de ser levada…
Yugi e Jason olhavam para o corpo inerte da Mestra, sentindo alguma pena do seu destino. Ela arriscara entrar para o Culto da Morte, e tivera o castigo merecido.
- Com esta são quatro Mestres da Escuridão que já enfrentámos – disse Jason.
Yugi abaixou-se a tirou uma Pinta da Manopla de Dragana. Sentia-se mal por estar a proceder de tal forma. Aquele duelo não deveria ter contado para o campeonato, mas precisava das Pintas se quisesse chegar às finais. Com aquela totalizavam sete.
- Achas que há mais por aí? – indagou Jason, pouco depois, quando Yugi tratou de se inscrever para as finais num painel electrónico. Quando terminou havia apenas duas vagas. O seu coração sentiu um aperto quando não viu os nomes nem de Joey nem de Odion.
- Como é que eles estarão? – perguntou Yugi, preocupado. – Só espero que tenham conseguido escapar aos Mestres.
- Não importa que eles não tenham conseguido entrar nas finais, desde que consigam escapar ao inimigo.
Yugi concordou e afastou-se do painel. Tanto ele como Jason estavam em silêncio, enquanto caminhavam pela cidade costeira. Muita coisa havia acontecido só naquele dia. Muitas peripécias e confrontos implacáveis. Ignoravam os desafios que os esperavam nas finais, embora soubessem que as coisas só iriam piorar daí em diante. Os Mestres da Escuridão haviam sido certamente um treino em comparação com o que viriam a enfrentar. Yugi ainda não se esquecera de Aaron e da carta Egipcian God que ele lhe roubara. À primeira oportunidade enfrentá-lo-ia e reivindicaria de uma vez por todas a sua carta roubada.
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